IAG/USP e a UFABC Planejam Desenvolver Conjuntamente Cubesat Educacional

Olá leitor!

Navegando na net descobrimos que o Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosférica (IAG) da USP pretende realizar dia 12/11 (data ainda a ser confirmada) um evento intitulado “Workshop Satélite Educacional CubeSat IAG/UFABC” sob coordenação da  pesquisadora Jane Cristina Gregorio Hetem do IAG.

Pelo que parece o IAG em parceria com a Universidade Federal do ABC (UFABC) pretende desenvolver um projeto de um cubesat educacional científico na área de Astronomia, o que é uma grande notícia.

A integração entre a Comunidade Astronômica e a Comunidade Espacial em projetos conjuntos é extremamente positiva (principalmente em projetos educacionais) para o desenvolvimento do programa espacial de qualquer país do mundo, e esta iniciativa caro leitor só vem aumentar ainda mais a certeza de que precisamos urgentemente de nosso lançador de satélites.

Os projetos de Picossatélites, Nanossatélites e Microssatélites se multiplicam a cada ano não só no Brasil, bem como na América Latina e em todo mundo, e o Brasil não pode perder a chance de participar deste mercado de serviço de lançamento cada vez mais promissor.

Atualmente vários projetos nessa área de pequenos satélites para diversas áreas da pesquisa científica e tecnológica estão em curso no Brasil e outros (como este do IAG/USP/UFABC) ainda em fase de discussão, sendo que um picosatélite, um cubesat e um nanosatélite, deverão ser lançados no espaço através da Estação Espacial Internacional (ISS) ainda este ano. Isto é, segundo o que tem sido divulgado pela a nossa Agência Espacial de Brinquedo (AEB). São eles:

* Tancredo 1 - Picosatélite (tubesat) desenvolvido pelo Grupo do Prof. Cândido Moura da Escola Tancredo Neves de Ubatuba-SP. Primeiro satélite do Projeto Ubatubasat.

* AESP-14 - Cubesat desenvolvido pelo grupo do Dr. Pedro Lacava, professor e coordenador do Curso de Engenharia Aeroespacial do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).

* SERPENS - Nanosatélite misterioso para Sociedade Brasileira que está sendo desenvolvido para AEB pelo grupo da Dra. Chantal Cappelletti, coordenadora do projeto de origem italiana e professora do Curso de Engenharia Aeroespacial da Universidade de Brasília (UnB). Primeiro nanosatélite do Projeto SERPENS.

Já os projetos em curso e em planejamento no Brasil que temos conhecimento são:

* Tancredo 2 - PocketQub (novo padrão desenvolvido pelo Dr. Bob Twiggs em 2009) em desenvolvimento pelo Grupo do Prof. Cândido Moura da Escola Tancredo Neves de Ubatuba-SP. Segundo satélite do Projeto Ubatubasat.

* Tancredo 3 - Cubesat com um payload cientifico de pesquisadores da área de Astrofísica do INPE em conjunto com a Universidade Berkeley, em desenvolvimento pelo Grupo do Prof. Cândido Moura da Escola Tancredo Neves de Ubatuba-SP. Terceiro satélite do Projeto Ubatubasat.

* NanosatC-Br2 - Nanosatélite em desenvolvimento pelo grupo coordenado pelos Drs. Nelson Schuch do Centro Regional Sul do INPE (CRS) e Otávio Durão (INPE/SJC), em parceria com pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) do Rio Grande do Sul.

* 14-BISat - Nanosatélite científico em desenvolvimento pelo grupo liderado pelo Prof. Cedric Salotto, coordenador do “Centro de Referência em Sistemas Embarcados e Aeroespaciais (CRSEA)” do Instituto Federal Fluminense (IFF) da cidade de Campos dos Goytacazes (RJ), em parceria com a empresa Tekever S/A e a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), Portugal. Este projeto faz parte da missão internacional QB50.

* ITASAT-1 - Nanosatélite tecnológico em desenvolvimento pelo grupo liderado pelo Major Eloi Fonseca, Prof. do Curso de Engenharia Aeroespacial do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE-SJC, INPE-CRN e INPE-SM), Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

* CONASAT - Constelação de nanosatélites para Coleta de Dados Ambientais visando atender o “Sistema Brasileiro de Coleta de Dados Ambientais (SBCDA)”, projeto este que está em desenvolvimento pelo grupo liderado pelo Eng. Manoel J. M. Carvalho, pesquisador-chefe do “Centro Regional do Nordeste (CRN)” do INPE, em parceria com as seguintes instituições: AEB, INPE/SJC, UFRN, CLBI, UFC, IFRN, ITA. USP-LSITEC.

* Louis Cruls Sat - Cubesat em fase inicial de desenvolvimento pelo grupo do Clube de Astronomia Louis Cruls de Campos dos Goytacazes (RJ), este liderado pelo Prof. Marcelo de Souza do Instituto Federal Fluminense (IFF).

E finalizando os projetos que apesar de terem grande significado político, científico e tecnológico para o Brasil, infelizmente tem poucas chances de saírem do papel por falta de apoio governamental ou por decisão errada tomada pela sua liderança. São eles:

* Missão ASTER - Micro sonda espacial de pesquisa do Asteroide Triplo 2001SN263, projeto este do grupo de pesquisadores liderados pelos Drs. Othon Cabo Winter (UNESP), Haroldo Fraga de Campos Velho e Elbert E. N. Macau (ambos do INPE), com a participação de várias instituições brasileiras: ON, INPE, UNESP, UnB, ITA, UFABC, USP, UFPR, UFRJ, UEFS e IMT.

* Sonda Lunar - Nanosatélite em desenvolvimento pelo grupo ZENITH da USP em parceria com a empresa brasileira AIRVANTIS e com outras instituições internacionais, tendo como objetivo posicionar esta sonda (uma espécie de cubesat) no ponto “L2 da Terra-Lua”, visando com isso medir o nível de radiação nessa área do espaço e assim colher dados importante para futuras missões que pretendem posicionar uma estação tripulada neste ponto.

Além disso, existem indícios de que outros projetos de pequenos satélites e de sondas espaciais deverão surgir em breve no Brasil, alguns já ligados a projetos existentes, demonstrando uma vez mais a extrema necessidade que temos de parar de beneficiar os outros com projetos estúpidos e mal elaborados (como este da ACS) e começar a não medir esforços na busca pela nossa autossuficiência no acesso ao espaço.

Duda Falcão

Comentários

  1. Tantos satélites e nenhum lançador... Uma pena não é mesmo?

    De qualquer forma, fiquei muito satisfeito com a ideia, mais uma vez pioneira do Prof. Cândido Moura, de usar um formato "diferente", no caso o PocketQube (denominação atual), que em uma linha, é uma versão com metade das dimensões de um CubeSat, ou seja, um cubo com 5 cm de aresta.
    As vantagens são grandes. Como ele pode usar o mesmo dispositivo PPOD de lançamento, os custos são divididos por oito, ou seja na mesma infraestrutura usada para lançar um CubeSat, são lançados oito PocketQubes.

    O site oficial era o pocketqub.org, mas foi abandonado em março de 2012, e a nomenclatura por questões de mercado, passou a ser "PocketCube", em 2013.

    Tem um artigo na Wikipedia sobre isso.

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  2. O histórico do míssil R-36 e suas derivações, está razoavelmente bem documentado aqui.

    Já o artigo sobre a catástrofe de Nedelin, está apenas no esboço. Vou ver se melhoro isso depois...

    Mas o vídeo citado pelo Anônimo, apesar de ser em russo, é uma coletênea bastante completa sobre o assunto, fica novamente a referência:

    Kremlevskie pohorony. Nedelin.

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