Brasil e China Discutem o Desenvolvimento do Satélite CBERS-4A

Olá leitor!

Segue abaixo uma nota postada hoje (18/09) no site da Agência Espacial Brasileira (AEB) destacando que foi concluída na China a revisão de projeto do Satélite CBERS-4.

Duda Falcão

Brasil e China Discutem o
Desenvolvimento do Satélite CBERS-4A

Coordenação de Comunicação Social (CCS-AEB)

Foto: Divulgação/AEB
Ilustração da concepção artística do satélite CBERS em órbita.

Brasília, 18 de setembro de 2014 – A primeira discussão entre o Brasil e a China para o desenvolvimento do satélite de sensoriamento remoto CBERS-4A foi o item mais importante da pauta da terceira reunião do Grupo de Trabalho para a implementação do Plano Decenal Sino-Brasileiro de Cooperação Espacial realizada nesta terça-feira (16), em Pequim, na China, com a participação de representantes da Agência Espacial Brasileira (AEB) e da Administração Nacional de Espaço Chinesa (CNSA).

A agenda do encontro contemplou ainda vários itens do Plano Decenal, dentre eles a estrutura de governança do Plano; o programa de cooperação educacional entre as agências para a área espacial; a proposta da distribuição internacional das imagens do satélite CBERS-4, e da cooperação em componentes eletrônicos e equipamentos. Também foram analisados os preparativos para o lançamento do CBERS-4 em dezembro próximo.

A data da reunião foi escolhida em razão da realização em Pequim, nesta semana, da denominada Final Design Review (FDR) do satélite CBERS-4, encontro que marca a conclusão da fase de integração e testes do satélite, e o início de sua campanha de lançamento.

Como resultado da reunião foi concluída a proposta para a governança do Plano Decenal e aprofundadas as negociações para permitir o envio de estudantes brasileiros para aperfeiçoamento na área espacial na Universidade Beihang, em Pequim. Adicionalmente, como desdobramento da assinatura recente pela AEB e CNSA de um Memorando de Entendimento para a Cooperação em Dados e Aplicações de Sensoriamento Remoto por Satélite, foram discutidas alternativas para a distribuição internacional das imagens do satélite CBERS-4.

Pelo Brasil tomaram parte na reunião o diretor de Política Espacial e Investimentos Estratégicos da AEB, Petrônio Noronha de Souza, o engenheiro Antonio Carlos de Oliveira Pereira Jr., coordenador do Segmento Espacial do Programa CBERS, e João Vianei Soares, coordenador do Segmento Aplicações do Programa CBERS, ambos representando o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), e Romero Maia, 1º Secretário da Embaixada do Brasil em Pequim. Pelo lado chinês participaram representantes de várias organizações sob a coordenação da CNSA.


Fonte: Agência Espacial Brasileira (AEB)

Comentário: Pobre, extremamente pobre e decepcionante. Isto é, se os objetivos aqui apresentados só são estes para o tal Plano Decenal entre o Brasil e a China. Quando o acordo entre o Brasil e a China que gerou o Programa CBERS começou a ser discutido (creio que por volta de 1985, coisa assim – foi assinado em 1987) eu era uma dos maiores entusiastas deste acordo, pois acreditava naquela época que a China se tornaria uma potência espacial (como aconteceu) e o Brasil com este programa poderia a médio e longo prazo colher frutos que mudariam a cara do PEB em uma década. É claro que na época eu era jovem e ainda acreditava que o Brasil era um país serio (até porque era muito mais serio do que é hoje, com a diferença de não ter nem de longe os recursos que dispõe agora) e que o programa seria conduzido com a competência que se exigia, seja na parte técnica como na de gestão. Ora, de lá para cá o Programa enfrentou dificuldades herculanas de ordem tecnológica, de embargo tecnológico, de falta de recursos, de burocracia extrema e de burrice administrativa sem precedentes na história do PEB, mas mesmo assim aos trancos e barrancos, graças à tenacidade de vários profissionais do INPE envolvidos com o programa, o mesmo avançou possibilitando neste período de quase 30 anos de existência que empresas brasileiras participantes desenvolvessem tecnologias essenciais para o desenvolvimento de nosso programa espacial.  E agora surge o tal Plano Decenal, numa época em que a China abre para comunidade internacional a possibilidade de desenvolvimento conjunto em devesas áreas espaciais e o que fazemos? Continuamos com a mesma falta de visão, de ambição, de vontade de deixarmos se sermos meros coadjuvantes nessa nova fronteira que se abre para humanidade. É extremamente decepcionante a falta de visão da AEB nesta questão e pagaremos na próxima década um alto preço por esta falta de ambição e de estupidez administrativa. Lamentável!

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