UFRN Desenvolve GPS Para Foguetes
Olá leitor!
Segue abaixo uma interessante matéria publicada hoje (05/09)
pelo site do jornal “Tribuna do Norte” tendo como destaque o projeto do GPS
para Foguetes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Duda Falcão
UFRN Desenvolve GPS Para Foguetes
Pedro Andrade
Repórter
Publicação:
2014-09-05 - 00:00:00
Desenvolver
e inovar pela independência tecnológica e para facilitar estudos científicos
brasileiros. Esses são os objetivos do “aeroGPS”, projeto criado e desenvolvido
por um professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e pioneiro no
Brasil. Já lançado seis vezes em foguetes suborbitais (que não vão para o
espaço) e utilizado em praticamente todos os lançamentos da Agência Espacial
Brasileira (AEB), agora será aprimorado para uso em satélites.
Divulgação
Foguete com
aeroGPS foi lançado na segunda, em Alcântara.
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O último
lançamento de foguete com aeroGPS ocorreu na noite da segunda-feira passada, 1º
de setembro, no Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão. “É um
equipamento de localização e velocidade aprimorado, mais preciso que os radares
usados hoje em dia no Brasil. Mas isso não os substitui, eles se acrescentam”,
resumiu o professor Francisco das Chagas Mota, que desenvolveu software
específico para foguetes.
Executado,
testado e bem-sucedido, o projeto nasceu em 2001 nos Estados Unidos, mas
começou a se desenvolver para sua aplicabilidade atual em 2006, no laboratório
de Engenharia da Computação e Automação da UFRN, graças a um edital da AEB para
projetos que visam desenvolver equipamentos a serem usados pela agência.
“A AEB é
financiadora por edital que dura dois anos e estamos conseguindo renovar.
Recebemos R$ 400 mil para equipamentos e material para montagem de cerca
de 30 GPS”, explica. Segundo ele, o custo unitário de um aparelho desse fica em
torno de R$ 200 e são usados cerca de dois por ano.
A
importância do desenvolvimento desse GPS no país, segundo Francisco Mota, é
para facilitar o acesso a esse tipo de equipamento no Brasil. Para importar o
produto o custo é alto e é preciso atender ao Internacional Traffic in Arms
Regulations (Itar), ou “Normas para Tráfego Internacional de Armas” em tradução
livre. “É preciso atender ao ITAR, uma série de quesitos que vão avaliar em que
será usado, de que forma, até com visita ao laboratório, porque o aeroGPS é
considerado equipamento de risco, já que pode ser usado em mísseis”, conta o
professor.
Segundo ele,
esse é um equipamento estratégico e vantajoso, de importância fundamental pela
parte de localização de um foguete, o que pode para levar a certa autonomia
tecnológica do país. Outra parceria destacada pelo professor Francisco
Mota foi com o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), de São José dos Campos,
no interior do Estado de São Paulo.
“A parceria
começou com a dificuldade que tivemos para conseguir os equipamentos e montar.
Hoje, eles executam o nosso projeto de montagem e fazem a integração com o
foguete. É uma parceria de interesses, boa para a gente, que tem o equipamento
pronto, e bom para eles, que tem o nosso projeto”, explica.
Para o
próximo edital da AEB, há um projeto que inclui as universidades federal de
Brasília e Santa Catarina entre outras. Essas entrariam com a parte dos
satélites que portariam o aeroGPS. O equipamento também precisa ser aprimorado
e para ir a órbita. Mas,
antes disso, participará do Projeto SARA, que deve lançar em dezembro o maior
foguete dos últimos anos do Centro de Lançamento Barreira do Inferno, em
Parnamirim.
Criado por
um potiguar, desenvolvido no RN para aplicação no país, Francisco Mota já
contou com quatro alunos da pós-graduação em Engenharia Elétrica e agora tem
apenas uma equipe no IAE, de cerca de cinco pessoas, trabalhando nisso. “Com
essa tentativa de aplicabilidade em satélites, estou tentando trazer o projeto
pra cá e instalar no Instituto Metrópole Digital, onde já tem um laboratório
destinado a isso”.
Fonte: Site do Jornal Tribuna do Norte - 05/09/2014
Comentário: Bom, bom, muito bom mesmo e o Blog vem
acompanhando o desenrolar do desenvolvimento deste GPS Espacial para foguetes apresentando
matérias sobre o mesmo (veja “Receptor de GPS para Foguetes e Satélites”,“UFRN Desenvolve GPS Exclusivo para Foguetes”, “Na Rota do Espaço”). Entretanto,
se bem me lembro o desenvolvimento deste GPS contou com a participação de
pesquisadores do CLBI e em algum momento também do INPE, que infelizmente não
foram citados na matéria, mas enfim... Além disso, vale destacar a informação postada
na matéria de que o SARA Suborbital irá ser lançado em dezembro deste ano do
CLBI. Em nome da transparência seria bom que alguém do IAE possa confirmar se
esta informação é realmente verdadeira, pois se realmente for, é uma grande
notícia para o Programa Espacial Brasileiro (PEB).
Para o ano não terminar "morto" seria bom mesmo que lançassem alguma coisa, já que o carro chefe (VLS VSISNAV) minguou.
ResponderExcluirA titulo de informação adicional, o experimento GPS que será empregado no ITASAT-1 será este desenvolvido e testado nos veiculos do IAE, sendo através do emprego experimental no ITASAT-1 qualificado para emprego espacial em nanosatélites. Trabalhei em um projeto similar na Espanha no Instituto Nacional de Tecnica Aeroespacial (INTA) que emprega o mesmo conceito e surprendeu-me na época descobrir que era um projeto brasileiro. parabéns a todos que cooperaram para termos disponível esta linha de pesquisa. Tive a oportunidade de visitar um dos laboratórios da UFRN com o prof Francisco Mota e me impressionou seu profissionalismo e dedicação à frente desta pesquisa em conjunto com o DCTA/IAE.
ResponderExcluirBoa noite Major Eloi!
ExcluirAgradecemos pela informação adicional e para mim é muito gratificante observar que esse projeto avançou satisfatoriamente desde a primeira vez que o abordarmos aqui no Blog. O projeto em si é de suma importância para o PEB, bem como para Defesa e espero que continue neste caminho. Sucesso sempre e obrigado pela matéria enviada, matéria esta que postarei ainda hoje no Blog.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Realmente muito bom mesmo, mas quando tomamos conhecimento dessas excelentes notícias, fica aquela sensação de que poderíamos estar MUITO MUITO mais à frente.
ResponderExcluirDevido ao descaso com o qual esses "governos" recentes veem tratando o PEB, fica parecendo que as décadas de 90 e o início dos anos 2000 até agora estão sendo palco de pequenos saltos aqui e ali, devido a esforços hercúleos de alguns abnegados.
Vamos torcer que as coisas mudem o mais rápido possível e o Brasil volte a ter um estadista no comando.