O Que Aconteceu Com o Projeto do Veículo Hipersônico 14-X?
Bom leitor, essa provavelmente é a pergunta que muitos de nossos
leitores devem estar fazendo neste momento, mas infelizmente o Blog BRAZILIAN
SPACE não obteve sucesso em contatar o Dr. Paulo Gilberto de Paula Toro do Instituto de Estudos Avançados (IEAv), já que
por alguma razão ele não respondeu aos nossos e-mails, fazendo assim com que desistíssemos
já há algum tempo em tentar um novo contato.
As
informações que obtivemos são frutos das pequenas apresentações publicadas no Caderno
de Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento - Volume 7, do período de mai/2013-jun/2014, divulgado
que foi no site do IEAv após a realização do “XIV
Workshop Anual de Pesquisa e Desenvolvimento do IEAv (WAI 2014)”, ocorrido em
agosto deste ano.
Primeiramente,
segundo o que consta neste caderno e no site do IEAv, atualmente a “Equipe Hipersônica
Brasileira” é formada pelos seguintes profissionais:
* Alberto Monteiro dos Santos - Divisão de Aerotermodinâmica
e Hipersônica do Instituto de Estudos Avançados (IEAv);
* Antonio Carlos de Oliveira - Divisão de Aerotermodinâmica e
Hipersônica do Instituto de Estudos Avançados (IEAv);
* Antonio Osny de Toledo - Divisão de Aerotermodinâmica e
Hipersônica do Instituto de Estudos Avançados (IEAv);
* Artur da Cunha Menezes
Filho - Divisão
de Aerotermodinâmica e Hipersônica do Instituto de Estudos Avançados (IEAv);
* Bruno Ferreira Porto - Divisão de Aerotermodinâmica
e Hipersônica do Instituto de Estudos Avançados (IEAv);
* Carla Simone
Tafuri Marques - Divisão de Aerotermodinâmica e Hipersônica do Instituto de
Estudos Avançados (IEAv);
* Cláudio José Rocha - Divisão de Aerotermodinâmica e
Hipersônica do Instituto de Estudos Avançados (IEAv);
* Dermeval Carinhana Jr. - Divisão de Aerotermodinâmica e
Hipersônica do Instituto de Estudos Avançados (IEAv);
* Francisco Dias Rocamora
Junior - Divisão
de Aerotermodinâmica e Hipersônica do Instituto de Estudos Avançados (IEAv);
* Giannino Ponchio Camillo - Divisão de Aerotermodinâmica
e Hipersônica do Instituto de Estudos Avançados (IEAv);
* Israel da Silveira Rêgo - Divisão de Aerotermodinâmica
e Hipersônica do Instituto de Estudos Avançados (IEAv);
* Luiz Gilberto Barreta - Divisão de Aerotermodinâmica e
Hipersônica do Instituto de Estudos Avançados (IEAv);
* Marco Antonio Sala Minucci - Divisão de Aerotermodinâmica
e Hipersônica do Instituto de Estudos Avançados (IEAv) – acreditamos que o
mesmo atue apenas como consultor por atualmente ser “Coronel Engenheiro da
Reserva” e um dos pioneiros desta tecnologia no país.
* Matheus Torres Alvarenga Silva - Divisão de Aerotermodinâmica
e Hipersônica do Instituto de Estudos Avançados (IEAv);
* Mauricio Antoniazzi
Pinheiro Rosa - Divisão
de Aerotermodinâmica e Hipersônica do Instituto de Estudos Avançados (IEAv);
* Norton Demeterco Veras de Assis - Divisão de Aerotermodinâmica
e Hipersônica do Instituto de Estudos Avançados (IEAv);
* Orlando Roberto Neto - Divisão de Aerotermodinâmica e
Hipersônica do Instituto de Estudos Avançados (IEAv);
* Paulo Gilberto de Paula Toro - Divisão de Aerotermodinâmica
e Hipersônica do Instituto de Estudos Avançados (IEAv);
* Roberto da Cunha Follador, Maj. Av. - Divisão de
Aerotermodinâmica e Hipersônica do Instituto de Estudos Avançados (IEAv);
* Roberto Masato Anazawa - Divisão
de Aerotermodinâmica e Hipersônica do Instituto de Estudos Avançados (IEAv);
* Thiago Lima de Assunção - Divisão de Aerotermodinâmica
e Hipersônica do Instituto de Estudos Avançados (IEAv);
* Tiago Cavalcanti Rolim, Cap. Eng. - Divisão de Aerotermodinâmica
e Hipersônica do Instituto de Estudos Avançados (IEAv);
* Victor Alves Barros Galvão - Divisão de Aerotermodinâmica
e Hipersônica do Instituto de Estudos Avançados (IEAv);
* Wilson José Vieira
- Divisão
de Aerotermodinâmica e Hipersônica do Instituto de Estudos Avançados (IEAv);
Bolsistas:
* Felipe Jean da Costa - Instituto Tecnológico de
Aeronáutica (ITA)
* Jayme Rodrigues Teixeira da Silva - Instituto
Tecnológico de Aeronáutica (ITA);
* Ronaldo de Lima Cardoso - Instituto Tecnológico
de Aeronáutica (ITA);
* Alexandre Kazuo Carvalhal - Instituto Tecnológico
de Aeronáutica (ITA);
* Iván Felipe Rodríguez Barón - Instituto Tecnológico
de Aeronáutica (ITA);
* Sergio Nicolás Pachón Laitón - Instituto Tecnológico
de Aeronáutica (ITA);
* João Felipe de Araújo Martos - Universidade
Federal do ABC (UFABC)
* Jocasta Aparecida Ferreira Lemes - ETEP
Faculdades de São José dos Campos-SP
Pois é leitor, como você mesmo pode notar a “Equipe
Hipersônica Brasileira” é formada por apenas 24 profissionais do IEAv e 8
bolsistas de três instituições de ensino do país, sendo uma delas ligada ao Comando
da Aeronáutica (COMAER), uma universidade federal, e a última uma faculdade de
ensino privada.
Vale lembrar que o Projeto de Desenvolvimento de Tecnologia
Hipersônica a Ar Aspirado “scramjet”, que visa a proporcionar ao Brasil um sistema
de propulsão aspirada baseada na combustão supersônica aplicada a veículos aeroespaciais
em velocidade de voo atmosférico terrestre correspondente a um número de Mach
hipersônico, como sabemos, desde 2007 vem desenvolvendo um Demonstrador
Tecnológico “scramjet” intitulado de 14-X “waverider”.
Concepção artística do Veículo Hipersônico 14-X Waverider. |
Assim sendo, para então ser possível a realização do voo atmosférico
previsto para este veículo, foi necessário que fosse projetado um outro veículo
que viesse acelerar o 14-X até o ponto em que o motor hipersônico pudesse ser acionado.
Surgia assim o projeto do “Veículo Acelerador Hipersônico (VAH)”, composto por
dois motores sólidos já desenvolvidos pelo IAE - Instituto de Aeronáutica e
Espaço (S30 e S31) e um adaptador para ser acoplado ao segundo estágio do veículo
(motor S30), e assim acoplar o 14-X.
Concepção Artística do Veículo Acelerador Hipersônico (VAH) |
Concepção Artística do Adaptador Acoplado ao 2º Estágio do VAH |
Foto da Maquete do VAH/14-X na LAAD 2011 |
O projeto do 14-X Waverider foi concebido pelo então Ten.
Cel. Eng. Marco Antonio Sala Minucci (hoje Coronel da Reserva) e projetado pelo
então 1º Ten. Eng. Tiago Cavalcanti Rolim (hoje Capitão Engenheiro da ativa) para
demonstrar em um vôo atmosférico (a 30 km de altitude e com velocidade de 3
km/s, correspondente a número de Mach 10) tanto a tecnologia de sustentação
“waverider”, quanto a tecnologia “scramjet”.
Ensaios em Vôos
Segundo o cronograma do projeto estão planejados quatro
tipos de vôos, cativos e livres, com e sem queima de combustível H2, para assim
obter os dados aerodinâmicos, de estabilidade e de combustão durante o vôo atmosférico
dos Demonstradores Tecnológicos “scramjet”.
Consta ainda que esses demonstradores serão levados à
condição de testes por Veículos Aceleradores que se utilizarão inicialmente dos motores
foguete S31 e S30 para as primeiras versões, e posteriormente serão usados os
motores S40 e S44, todos do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), para
a versão “waverider”.
Visão Artística do Voo Atmosférico do Veículo
Hipersônico 14-X Waverider em trajetória balística
|
Entretanto, vale dizer que as atividades hipersônicas brasileiras
não ficaram restritas ao projeto do 14-X Waverider. Após o DCTA ter definido em
2010 o 14-X como projeto estratégico, em Março de 2012 a coordenadoria do
projeto propôs duas novas versões baseadas no 14-X “Waverider”, ou seja, os Demonstradores
Tecnológicos 14-X B e 14-X S. Já em 2013, dois novos Demonstradores Tecnológicos,
o “14-X T” e o “14-X SA” foram também incorporados ao projeto, sendo que estas novas
versões foram projetadas para vôo atmosférico a 30km de altitude em velocidade
correspondente a Mach 7.
Como o leitor pode notar o Projeto Hipersônico Brasileiro
tem avançado nos últimos anos a nível laboratorial, mas a pergunta que o Blog
acredita ser do interesse de todos é: Quando realmente o “Veículo Hipersônico 14-X
Waverider” irá realizar o seu primeiro voo atmosférico? Bom leitor, esta é uma
pergunta que só mesmo o Instituto de Estudos Avançados (IEAv) pode responder.
Duda Falcão
Fonte: Formulado com informações do site do Instituto de Estudos Avançados (IEAv)
Bem, este tipo de tecnologia eh de ultima geracao (na verdade resultados significativos so foram ainda atingidos por um grupo seleto de paises, como os EUA e a Australia), e creio que faz todo o sentido, neste caso especifico, estarem guardando qualquer desenvolvimento a sete chaves.
ResponderExcluirJa ouvi falar de misseis que voam acima da velocidade do som e que usam essa tecnologia, mas nada perto do que o veiculo americano, equivalente ao nosso 14-X (o X-43A), conseguiu. Estavam testando uma versao mais larga que conseguiu atingir os 5.1 mach, o X-51. Sei que os Australianos tinham conseguido um relativo sucesso tambem, e numa tentativa mais recente nao conseguiu lancar o seu projetil por causa da falha do veiculo de sondagem brasileiro que o transportava.
Bem, o Putin falou que em poucas decadas o uso de armamento anti-aereo sera inutil frente a tecnologias como essa, que podera ateh passar imperceptivel aos radares.
No video que fiz sobre o programa espacial brasileiro tentei explicar da melhor forma possivel as possibilidades desse tipo de tecnologia, como a alternativa de se fazer voos intercontinentais em poucas horas, e mesmo de alcancar o espaco atraves do aprimoramento deste tipo de tecnologia, onde se utiliza do ar para alimentar o motor que ao mesmo tempo que controla a estabilidade do veiculo.
Estou curiosissimo a respeito de desenvolvimentos desse projeto, da mesma forma que estou quando aos projetos Terra especificamente (e dos outros desenvolvimentos recorrendo a energia atomica tb), e ainda do propulsor que recorre a energia plasma (ionica).
Sao projetos importantes como esse que me fazem acreditar num Brasil grande. Pode ser que nao tenhamos os mesmos recursos que outras potencias, mas o exercito e nossos institutos de pesquisa estao determinados a nao ficar pra tras no que diz respeito ambicao de alcancar esse tipo de tecnologia, ainda pouco dominada internacionalmente.
Eu, como o Duda, estou na espectativa de saber o que esta acontecendo com esses projetos, porque sei que existe no mundo tupiniquim gente visionaria.
pelo que sei o americano só foi a velocidade mach 3
ExcluirCom o X-43 chegaram a Mach 7 e Mach 10, Mach 7 com o X-51. Com o X-15 pilotado chegaram a Mach 6.4. Mach 3 era o turbo-ramjet do SR-71. Com o Falcon da Darpa fizeram uma reentrada controlada a Mach 20.
ExcluirOlá Anônimo!
ResponderExcluirEsse documento é antigo, foi a apresentado durante a realização do "18th AIAA/3AF International Space Planes and Hypersonic Systems and Technologies Conference", realizado de 24 à 28 Setembro de 2012, em Tours, na Franca.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Sendo uma tecnologia sensível não seria de se espantar se o desenvolvimento estiver sendo feito longe dos holofotes, pra não chamar atenção dos sabotadores. ;-)
ResponderExcluirMudando de assunto, vejam essaa notícia publicada no site da ACS, mesmo com a base de lançamento inacabada e com as obras paralisadas, bem como com a situação caótica na Ucrânia, ainda estão enviando equipamentos para Alcântara:
http://www.alcantaracyclonespace.com/pt/noticias/274-another-batch-of-gse-delivered-to-alcantara-pt
Valeu Rodrigo!
ExcluirObrigado pela sua colaboração.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Eu sou um tanto cético quanto a essas teorias de conspiração, apesar de também ter consciência de que os interesses comerciais é que movem o Mundo.
ResponderExcluirMas em minha opinião, basta ver a constituição da equipe desse projeto e das instituições às quais eles pertencem, para se notar que é um projeto militar, e sendo assim, deve estar sendo tratado com a devida reserva.
Eu continuo afirmando que enquanto o Brasil não resolver distinguir o programa espacial militar do civil, o mais provável é que um continue atrapalhando o outro.
Será que ninguém consegue enxergar que essa estrutura só funcionou razoavelmente bem no período em que os militares estavam no poder?
Esse satélite de comunicações geoestacionário que está sendo proposto por exemplo, já é outro absurdo, misturando comunicação regular com comunicação de segurança nacional, e ainda pior o fato desse satélite "de uso misto" ser totalmente importado. É brincar com a nossa cara...
Os EUA alugam banda em satélites chineses para fins de comunicação militar, o que vale é a criptografia na comunicação (Brasil desenvolve alguma coisa neste sentido?).
ExcluirLógico que em uma guerra, eles podem desativar o satélite remotamente.
" SIGILO ATÉ QUE PONTO........ !"
ResponderExcluirEstamos tratando de uma situação estratégica, onde o leite já foi derramado, infelizmente e infantilmente, deixamos que a Boeing se estabelecesse em nosso país.
Creio que o projeto está sendo tocado no âmbito laboratorial, a toque de tambor, no alto nível de sigilo. As organizações e os Engº e técnicos envolvidos querem garantir a total confidencialidade do projeto VH 14-X.
Um simples vazamento de informações, irá despertar a acuidade dos nossos inimigos, gerando mais embargos, para atrasar ainda mais seus objetivos. É difícil de acreditar que estamos abrindo as pernas novamente , para TIO SAM, que sempre dificultou nosso progresso científico, agora operando dentro do nosso próprio quintal. Isto é um ABSURDO!
Para complicar ainda mais nosso envelope científico, num país do paraíso da corrupção, o fator do caráter humano, é fundamental e frágil ao mesmo tempo, a evidência da influência financeira, em troca de alguma informações, torna-se um índice de risco.
Creio que deva existir regras coletivas do grupo envolvido e compromissos com a nação, onde os tópicos da responsabilidade serão prioridades, tais como:
A – Será que as informações cruciais e importantes do projeto, estão devidamente limitadas ao grupo? Ou já tem algumas contribuições de institutos estrangeiros?
B – Será que o acesso as informações do projeto tem controle seguro de cada usuário?
C – Será que o armazenamento das informações e a suas transmissões entre técnicos e engenheiros ( Usuários), estão protegidas através de técnicas de Criptografia?
D – Será que o sistema de proteção das cópias de segurança, terão o mesmo grau de sigilo quanto informação original?
Em fim, creio que este silêncio representa a cautela. Porém exige esforço da vigília constante, dentro e fora do instituto. “
Duda,
ResponderExcluirConforme eu já havia lhe dito por e-mail você deve contactar PRIMEIRO a Divisão de Comunicação Social (pelo site http://portal.ieav.cta.br/?page_id=47 por exemplo) e somente por eles chegar ao contato com um de nossos pesquisadores. Requisitar diretamente aos servidores não vai dar certo pois vai contra as normas internas da instituição.
E também basta acompanhar nossas publicações em eventos científicos, como o COBEM por exemplo . Todas as nossas pesquisas são publicadas. Não só as do nosso laboratório como de todos os institutos de pesquisa do DCTA. Por meio destas publicações você tem uma visão precisa do que anda acontecendo em todos os institutos.
Caro Bruno!
ExcluirNão me recordo desse e-mail, mas deve ser pelo motivo de falar com muita gente via e-mail, e as vezes fica difícil reter tanta informação junta, já que trabalho sozinho. Entretanto isto não explica o motivo do Dr. Paulo Gilberto de Paula Toro não ter nos respondido dando a mesma orientação dada por você.
Quanto as apresentações no COBEM e em outros eventos, nem sempre eu tenho acesso, e na realidade elas dão apenas uma ideia do que acontece, mas por exemplo, não respondem o tipo de pergunta que gerou o artigo acima, nem mesmo com uma previsão.
Irei entrar em contato com a Divisão de Comunicação Social do IEAV para ver se consigo esta entrevista. Uma vez mais obrigado pelo seu contato.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Faz tempo, foi logo quando colocaram as regras por conta da nova lei de acesso a informação.
ExcluirHummmm, bom realmente eu não me recordo Bruno, mas enfim... obrigado pelo contato e em breve eu irei solicitar a entrevista a Divisão de Comunicação Social do IEAv.
ExcluirAbs e tenha um bom dia.
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Alguma novidade?
ExcluirOlá Gustavo!
ExcluirAté o momento não.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)