Nova Gestão da AEB Amplia Parceria com Setor Privado
Olá leitor!
Segue abaixo uma matéria da jornalista Virgínia Silveira publicada
hoje (23/05) no jornal “VALOR ECONÕMICO” destacando que a nova gestão da
Agência Espacial Brasileira (AEB) pretende ampliar parceria com o Setor
Privado.
Duda Falcão
Nova Gestão da AEB Amplia
Parceria com Setor Privado
Virgínia Silveira
Para o VALOR, de Brasília
23/05/2012
Mesmo com orçamento mais apertado, inferior a R$ 350
milhões em 2012, o novo presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), José
Raimundo Braga Coelho, que toma posse oficialmente hoje em Brasília, pretende
seguir adiante com o programa de lançadores, aumentar a participação das
empresas e universidades brasileiras nos projetos, assim como lançar no prazo
estabelecido pela presidente Dilma o primeiro satélite geoestacionário
brasileiro, com base num empreendimento público-privado entre Telebrás e Embraer.
O lançamento do edital de construção do satélite, segundo
ele, será feito em breve, assim como a criação oficial da nova empresa que está
sendo formada entre Embraer e Telebrás.
A empresa ficará sediada no Parque Tecnológico de São José dos Campos. "O
executivo Nelson Salgado, da Embraer, é quem está coordenando essas ações. O
diretor de Política Espacial e de Investimentos Estratégicos da AEB, Himilcon
de Castro Carvalho, foi convidado para ser o diretor técnico da empresa",
disse Coelho.
O presidente da AEB disse que embora o primeiro satélite
geoestacionário não seja adquirido no país, o governo brasileiro vai exigir
acordos de offset (contrapartidas tecnológicas) para a solução de alguns
gargalos tecnológicos que existem no programa espacial. A AEB, diz ele, vai
comandar esse processo de transferência de tecnologia para a indústria nacional
para que ela não precise mais contratar todos os elementos de um satélite como
o SGB fora do Brasil.
Para que o programa espacial cumpra os objetivos
estabelecidos no PNAE (Plano Nacional de Atividades Espaciais), Coelho espera
contar em 2013 com um orçamento da ordem de R$ 800 milhões. Segundo o
executivo, o programa espacial hoje é visto como uma prioridade para o governo.
"No momento em que o governo toma a iniciativa de criar um sistema
nacional para as atividades espaciais, é óbvio que ele passe a ser considerado
uma necessidade de Estado. Não é a necessidade de um governo apenas",
afirmou.
Sobre o esvaziamento de pesquisadores no INPE (Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais) e no DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial, o
presidente da AEB disse que tem alertado o governo sobre a perda de
pesquisadores no setor, mas que no caso de projetos pontuais, onde existe uma
necessidade urgente de recursos humanos, o problema poderia ser resolvido com a
contratação temporária.
Alguns projetos, segundo o presidente, também poderiam
ser feitos na indústria, depois de passar por um processo de qualificação
dentro dos Institutos. Estudos feitos pelo DCTA, segundo Coelho, mostram que as
parcerias com países que já dominam a tecnologia de lançadores seriam
interessantes para o Brasil acelerar o desenvolvimento do seu próprio foguete.
Ele cita algumas iniciativas que já estão dando certo com
empresas russas para o projeto do foguete VLS-1 e com o Centro Espacial Alemão
(DLR), no desenvolvimento do foguete Veículo Lançador de Microssatélites (VLM).
"Na área de desenvolvimento tecnológico e industrial, eu acho que a
história de cooperação deveria ser substituída por parceria, porque hoje em dia
ninguém faz cooperação à toa de tecnologia. Querem fazer parcerias bem
equilibradas".
Há duas semanas no comando da AEB, Coelho disse que
encara o processo de integração das entidades que pertencem ao Sistema Nacional
de Desenvolvimento de Políticas de Atividades Espaciais como grande desafio da
sua gestão.
Idealizada pelo seu antecessor, o atual ministro da
Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antônio Raupp, a integração do sistema espacial
foi um processo polêmico, que resultou na saída do ex-diretor do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE),
Gilberto Câmara. A nomeação do novo diretor, Leonel Fernando Perondi, no último
dia 14, completou a renovação da cúpula do setor espacial, que vive um momento
de grandes oportunidades, porque pela primeira vez na história do país, o MCTI
está sendo comandado por um técnico originário do setor espacial.
Além de amigo do presidente da Agência Espacial, o
ministro Raupp foi diretor do INPE
e conhece bem os problemas do setor. "Não podemos negar que ele vindo do INPE, com a experiência que adquiriu
lá, tem melhores condições de discernir o que é bom e o que não é bom para o
programa espacial brasileiro", disse Coelho, que também trabalhou no INPE na mesma época que o ministro
Raupp.
O lançamento do satélite de sensoriamento remoto CBERS-3,
feito em parceria com a China, em novembro deste ano, é uma prioridade da AEB
com um significado especial tanto para Coelho quanto para o ministro, pois
coincidentemente foi sob a coordenação deles que o programa de cooperação com
os chineses teve início na década de 80.
Fonte: Jornal “Valor Econômico” via site Clippingmp - http://clippingmp.planejamento.gov.br/
Comentário: Parabenizo a jornalista Virgínia Silveira por
mais essa grande matéria. Lendo com atenção a mesma, fica claro para mim que o entendimento
do Sr. José Raimundo Braga Coelho
do que seja estratégico é bem diferente
do que entendemos, principalmente quando se tem por dois anos consecutivos o
orçamento da ciência e tecnologia diminuído. Além disso, Sr. Coelho, perdoe-me a sinceridade, mas esperar contar em 2013 com um orçamento da
ordem de R$ 800 milhões desse governo,
das duas uma, ou o senhor foi orientado a fazer jogo de cena político perante a mídia e
está de má fé, ou o senhor é um tremendo de um ingênuo e por isso foi escolhido
para o cargo. Faça a parte que lhe cabe Sr. Coelho, e transfira a
responsabilidade a quem de direto pertence, só assim a sociedade saberá quem
realmente são os responsáveis, caso os objetivos já traçados não forem
alcançados nos prazos estabelecidos. Faça-me uma garapa.
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