Novo Presidente Quer Aproximar AEB do INPE
Olá leitor!
Segue abaixo uma matéria postada hoje (23/05) no site do
“Jornal da Ciência” do SBPC destacando que o novo presidente da Agência
Espacial Brasileira (AEB), José Raimundo Coelho, quer aproximar a AEB do
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Duda Falcão
Notícias
Novo Presidente
Quer Aproximar AEB do INPE
Viviane Monteiro
Jornal da Ciência
23/05/2012
O matemático José
Raimundo Coelho assume a Agência Espacial Brasileira (AEB) com a missão
principal de integrar a AEB e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)
e criar um sistema nacional integrado da área espacial.
Empossado na
manhã de hoje (23), em Brasília, Coelho disse que a intenção é aproximar a AEB
dos principais órgãos que atuam na área espacial em São José dos Campos,
interior de São Paulo, onde estão localizados o INPE, do qual Coelho foi
diretor, e o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA). Essa
medida deve entrar na pauta de discussão das partes envolvidas nos próximos
dias.
Pelo rascunho do
projeto, a intenção é transformar a AEB em uma secretaria-executiva do sistema
nacional integrado da área espacial. "Para que a Agência Espacial
Brasileira exerça sua liderança estratégica ela tem de estar próxima
fisicamente das entidades que desenvolvem o programa. Essa é a idéia",
disse Coelho ao Jornal da Ciência, em sua nova sala de trabalho, na sede da AEB
em Brasília.
Ainda não é de
conhecimento público se o INPE será incorporado pela AEB ou vice-versa; ou se
será montada uma unidade fisicamente para integrar o sistema em São José dos
Campos, onde também situa o Parque Científico e Tecnológico que leva o mesmo
nome da cidade, o qual Coelho presidiu antes de assumir a AEB. "Se vamos
precisar de um local no INPE, no parque tecnológico ou no CTA para que isso
aconteça vamos batalhar, conjuntamente", declarou.
A integração
entre a AEB e o INPE é um desejo antigo do ministro da Ciência, Tecnologia e
Inovação, Marco Antonio Raupp, com o intuito de aperfeiçoar o programa espacial
brasileiro, desde o tempo em que ele presidia a Agência. Raupp e Coelho
trabalharam juntos na Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC):
o primeiro na presidência e o segundo, na diretoria-financeira.
O matemático
lembrou que a Agencia Espacial Brasileira foi criada, na década de 1970,
exatamente para coordenar a gestão de tal sistema, mas o projeto ficou parado
no meio do caminho. "Agora estou recolhendo tudo que existe, até agora,
para começar a desenvolver um raciocínio e organizar essas áreas de tal forma
que a AEB seja uma espécie de secretaria-executiva de um sistema integrado de
gestão das atividades espaciais", disse Coelho.
Institucionalização - Antes de a integração ser institucionalizada, a idéia é constituir,
primeiro, a relação entre as duas instituições. "Não existe necessidade
instantânea de formalizar isso. O que existe é um desejo muito grande de fazer
essa integração. A minha proposta é cumprir isso por etapas", disse.
Em sua avaliação,
a integração entre os órgãos deve simplificar o quadro de colaboradores e
beneficiar os institutos que hoje se deparam com insuficiência de funcionários
para atender as demandas.
Metas - A união
entre a AEB e o INPE, segundo Coelho, deve fazer convergir as metas das
atividades do sistema espacial brasileiro e facilitar a execução de projetos
prioritários, no momento em que a área de ciência e tecnologia se depara com
cortes drásticos de recursos (22%) no orçamento do MCTI.
Hoje, os órgãos
buscam resultados individualmente. "Mas temos de procurar o mesmo caminho.
Pois não temos recursos financeiros para atender todas as demandas de cada
elemento desse sistema".
O presidente da
AEB reconhece que não será uma tarefa fácil colocar na lista de prioridades a
execução de todos os projetos em andamento em razão da falta de recursos.
"Não será fácil, porque temos de examinar cada questão técnica e de
viabilidade econômica, ambiental e de sustentabilidade. Depois disso, vamos
colocar as demandas juntas para convergir para um objetivo traçado e analisar
se temos recursos suficientes para investir. Se não tiver, vamos ter de eleger
prioridades", destacou.
Alternativas Financeiras - Apoiando as declarações do ministro Raupp, Coelho diz que uma das
alternativas capazes de atrair recursos para atender a maioria dos projetos da
pasta, em andamento, é via parcerias com setor privado e com países que
produzem tecnologia de ponta e que podem atender às deficiências brasileiras
nessa área. Conforme o presidente da AEB, hoje todos os países têm interesse de
fazer parcerias com o Brasil, em virtude da atual conjuntura econômica, dentre
os quais Europa, Estados Unidos, China - com quem o País já tem parceria há 24
anos -, Índia, Rússia e Ucrânia - já um parceiro brasileiro em tal segmento.
"Essa é uma
grande oportunidade, o que chamo de objeto da complementaridade. Essas
parcerias são para suprir as necessidades internas, o que é objeto de anseio de
todos os países, pois sabem que o Brasil tem deficiências em alguns segmentos.
E eles podem ajudar a preencher esses espaços", declarou.
A idéia dessas
parcerias é projetar a indústria brasileira dessa área no mercado
internacional, mesmo que tenham a participação de governos. "Estamos nos
preparando para discutir o futuro do programa de cooperação entre o Brasil e
China na área espacial e em vários outros segmentos de ciência e tecnologia. E
já concordamos com os chineses que o segmento empresarial tem de estar
envolvido nisso", disse, mantendo para novembro a expectativa de lançar o
satélite CBERS-3, em parceria com os chineses.
Fonte: Site do Jornal da Ciência da SBPC - 23/05/2012
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