INCT de Astrofísica Consegue Salto de Produtividade

Olá leitor!

Segue abaixo uma nota postada hoje (21/05) no site da “Agência FAPESP” destacando que com foco em “Áreas Estratégicas” o INCT de Astrofísica consegue salto de produtividade.

Duda Falcão

Especiais

Com Foco em Áreas Estratégicas, INCT de
Astrofísica Consegue Salto de Produtividade

Por Fábio de Castro
21/05/2012

Balanço dos três anos de atividade do instituto
registra aumento contínuo de publicações em
revistas de alto impacto. Em 2011, pesquisadores
ultrapassaram marca de 200 artigos (foto:SOAR)
Agência FAPESP – Com investimentos focados em metas estratégicas, o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Astrofísica (INCT-A) conseguiu produzir um salto na produtividade de seus pesquisadores, com um grande avanço em publicações nas revistas científicas de mais alto impacto. Os resultados acabam de ser divulgados em um relatório de avaliação das atividades do INCT-A em seus três anos de existência.

De acordo com o balanço, os pesquisadores ligados ao instituto publicaram 202 artigos científicos em revistas indexadas em 2011. Desse total, 85% dos artigos foram publicados em revistas definidas como Qualis A pela Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (Capes). O relatório informa também que no INCT-A, desde o início do programa, a produtividade por pesquisador tem crescido a uma taxa média de 8% ao ano.

Financiado pela FAPESP e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o INCT-A conta com 173 cientistas doutores ativos em pesquisa, distribuídos em uma rede virtual de 31 instituições espalhadas pelo país.

As áreas de pesquisa com maior número de publicações são as de espectroscopia óptica e infravermelha de estrelas, sistemas estelares e galáxias, além da área de cosmologia teórica, com modelos envolvendo energia escura, de acordo com coordenador do INCT-A, João Steiner, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP).

Segundo Steiner, uma das principais explicações para os bons resultados revelados pelo relatório é o forte sentido estratégico do instituto, que foca seus investimentos em objetivos de longo prazo.

“O principal diferencial do INCT-A é que nós definimos cinco objetivos estratégicos e restringimos a eles todos os investimentos. Optamos por investir no futuro da ciência, em vez de diluir os recursos em necessidades cotidianas dos pesquisadores, que podem ser supridas pelas agências de fomento”, disse Steiner à Agência FAPESP.

Os cinco objetivos estratégicos são: a maximização do retorno dos investimentos feitos nos telescópios Gemini e SOAR; preparar a astronomia brasileira para o advento do Large Synoptic Survey Telescope (LSST), que está sendo construído; a implantação de Observatórios Virtuais no Brasil; a estruturação de projetos de infraestrutura; e a implementação de um curso a distância para professores de ciências.

“A criação do INCT-A foi um dos fatores que contribuíram para o aumento da produtividade de seus pesquisadores. Nosso objetivo é que, em função do enfoque estratégico que adotamos, essa produtividade tenha sustentabilidade em longo prazo”, disse Steiner.

Para cumprir o objetivo de maximizar o retorno dos investimentos feitos nos telescópios Gemini e SOAR, uma das principais iniciativas tem sido o investimento na formação de grupos emergentes de pesquisa.

“O Brasil fez investimentos significativos nesses telescópios internacionais e por isso queremos aumentar o retorno científico – produzindo mais e melhores artigos – e aproveitar esses instrumentos para a formação de recursos humanos, com apoio a grupos emergentes. É uma forma de garantir, em longo prazo, o acesso desses grupos brasileiros aos telescópios”, afirmou Steiner.

Segundo ele, o projeto norte-americano LSST deverá ter um impacto profundo na astronomia brasileira e por isso a preparação do país para esse empreendimento foi considerado um objetivo estratégico do INCT-A.

“O LSST é um grande telescópio que fará o levantamento de todo o céu do hemisfério Sul a cada cinco dias, em cinco bandas diferentes do espectro. O instrumento será capaz de mostrar a variabilidade temporal na faixa óptica. O Brasil não está envolvido no projeto, mas a força da astronomia brasileira está justamente na faixa do óptico e estamos no hemisfério Sul. O projeto terá um impacto muito profundo na nossa astronomia, que será negativo, caso não estejamos preparados”, disse Steiner.

A importância da implantação de um observatório virtual, segundo Steiner, é dar vazão a incrível quantidade de dados acumulada pelos grandes telescópios espalhados pelo mundo.

“Temos uma grande reserva de dados disponíveis, muitos deles com uma riqueza incrível de informação que nunca foi analisada. A comunidade científica terá um benefício enorme se puder aproveitar esse banco de dados com o acesso virtual”, disse.

Telescópios e Computação

Na estruturação de projetos de infraestrutura, o INCT-A tem apoiado a elaboração do Projeto Latin-American Millimetric Array (LLAMA).

“Em parceria com a Argentina, pretendemos instalar uma antena nos Andes argentinos para fazer interferometria com o Atacama Large Millimeter Array (Alma), que está sendo construído no Chile”, disse Steiner.

O curso de astronomia de ensino a distância estruturado pelo INCT-A já formou sua primeira turma, com 100 professores de ciência matriculados. A segunda turma, com 200 matrículas, já está em curso. “Os professores de ciência têm enorme interesse pela astronomia. A ideia é expandir o curso em função da experiência adquirida para outros estados”, declarou.

Segundo Steiner, a maior parte dos investimentos do instituto tem sido direcionada para a instrumentação do telescópio SOAR e para o apoio a grupos emergentes.

No SOAR já foram construídos três espectrógrafos de alto desempenho, cada um deles com características muito diferentes, mas complementares. “São instrumentos de classe mundial muito sofisticados, que irão ampliar muito os limites de pesquisa da nossa comunidade científica”, disse.

Outro foco importante de investimento tem sido a computação de alto desempenho, fundamental para o futuro tratamento de enormes quantidades de dados.

“Esse investimento está sendo feito no IAG-USP, mas os equipamentos serão usados por toda a comunidade externa”, disse Steiner. Os investimentos tiveram apoio do Programa Equipamentos Multiusuários da FAPESP.

Mais informações: www.astro.iag.usp.br/~incta


Fonte: Site da Agência FAPESP

Comentário: Pois é leitor, essa mais uma demonstração o quanto a Astronomia e a Astrofísica brasileira tem crescido e obtido respeito internacional nos últimos dez anos. Diferentemente do Programa Espacial Brasileiro que ficou praticamente estagnado nesse período com pouco ou nenhum avanço significativo, essas ciências avançaram em todos os campos, menos no que diz respeito à Astronomia espacial, muito devido também à falta de uma maior articulação entre as instituições que comandam o PEB e as instituições envolvidas com essas ciências e também pela aparente e normal desmotivação criada pela falta de uma política de estado efetiva e comprometida com o avanço dessas ciências no país. Mesmo com o desinteresse e a falta de atitude do governo (situação um pouco melhor para a Astronomia e Astrofísica durante o governo do humorista LULA) algumas ações (projetos) em Astronomia Espacial surgiram nesse período e devem ser lembradas. São elas: o Satélite científico Lattes que está em desenvolvimento no INPE com grande atraso e sem prazo confiável de finalização, a participação brasileira no satélite francês COROT de busca de planetas extrassolares, e finalmente o lançamento por 13 instituições universitárias e de pesquisas brasileiras (ai incluindo o INPE) da Missão ASTER, primeira sonda brasileira de espaço profundo. A Missão ASTER envolve a construção no Brasil de uma sonda espacial de pequeno porte, baseada em uma plataforma de espaço profundo de origem russa. A sonda será enviada tendo como alvo o asteroide 2001SN263 por volta de 2015. Entretanto, desses projetos aqui apresentados, o único que efetivamente apresentou resultados ou está efetivamente tendo alguma ação concreta foi a missão do satélite francês COROT, já que o satélite cientifico Lattes ainda está no campo da promessa e na dependência do governo tomar vergonha na cara e a Missão ASTER é apenas ainda uma vontade dos pesquisadores das instituições envolvidas, pois depende do levantamento de recursos para a sua realização.

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