Pesq. Testa Desempenho de Radiotelescópios Sul-Africanos
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada ontem (21/05) no site da “Universidade
de Brasília (UnB)” destacando que pesquisador e professor da UnB com a ajuda de um software desenvolvido nesta universidade testou desempenho de Radiotelescópios Sul-Africanos.
Duda Falcão
ENGENHARIA ELÉTRICA
Pesquisador Testa
Desempenho de
Radiotelescópios Sul-Africanos
Resultado de simulação realizada com software
desenvolvido na UnB pode ajudar a reduzir custos
de projeto de antenas desenvolvido pela África do Sul.
País quer parcerias no Brasil para pesquisas na área.
Francisco Brasileiro
Da Secretaria de Comunicação da UnB
21/05/2012
O engenheiro
elétrico e professor da Universidade de Brasília, Marco Antônio Terada,
conseguiu medir, por meio de uma simulação por computador, a performance de um
dos maiores e mais poderosos telescópios do mundo, o meerKAT, em fase de
projeto. A conclusão do estudo, realizado na África do Sul, pode contribuir
para reduzir os custos de fabricação do equipamento e ajudar o país a negociar
rede de radiotelescópios do projeto internacional Square Kilometer Array (SKA),
coordenado pela Agência Espacial Européia, e que conta com a participação de 16
países.
Professor do
Departamento de Engenharia Elétrica, Marco Antônio Terada simulou por
computador condições que poderiam afetar a fabricação e operação de antenas de
radiotelescópios. Além do modelo meerKAT, ele analisou também o KAT-7,
construído em área desértica da África do Sul, e comparou o desempenho dos dois.
Com ajuda de software desenvolvido na UnB o estudo verificou que as perdas na
performance do meerKAT seriam em média três vezes menores que a do KAT-7
submetido às mesmas condições adversas.
A África do Sul
disputa com a Austrália a construção das centenas de antenas que vão compor o
SKA. O objetivo do projeto é explorar uma região do universo ainda pouco
estudada: aquela que só pode ser vista a partir do hemisfério sul. “A maioria
dos radiotelescópios estão nos países desenvolvidos, que estão majoritariamente
no hemisfério norte”, explica Marco Antônio. A tecnologia é usada para
pesquisas de frequências de radiação vindas do espaço que não estão no espectro
que o olho humano consegue perceber.
A ideia é que o
meerKAT já seja construído com os recursos do projeto SKA – que somam o
equivalente a R$ 3,5 bilhões mais 10% desse valor anualmente para manutenção.
“O KAT-7, que integra um complexo de sete antenas, foi financiado pelo próprio
governo sul-africano”, explica. “É uma forma deles mostrarem que são a escolha
certa para receber o projeto”. O estudo do professor, desenvolvido em um
estágio pós-doutoral de três meses na Universidade de Stellenbosch, contribui
para que o país fique mais perto da meta.
PROCESSAMENTO – A
análise desenvolvida pelo professor partiu de dados sobre a geometria KAT-7 e
meerKAT, contribuição da empresa sul-africana EMSS Antennas na mensuração das
estimativas. Dois programas foram usados para a análise das informações: o
WebPRAC, desenvolvido pela UnB, e o GRASP. “Eles calcularam como fatores de
tolerância intrínsecos ao processo de fabricação e operação influenciariam na degradação
da performance dos aparelhos”, explica o professor. “Esses fatores vão desde
falhas comuns nesses dois processos, condições climáticas e os efeitos da
gravidade nas estruturas”.
A vantagem do
método desenvolvido pelo professor é que os cálculos são realizados tendo por
parâmetro o pior cenário possível dos fatores de tolerância em 90% do tempo de
operação. “Normalmente é considerado o pior cenário em 100% do tempo”, explica.
“O problema é que essa abordagem faz com que os padrões desse tipo de projeto
sejam excessivamente elevados, o que aumenta bastante os custos de execução”.
Os resultados
poderão, por outro lado, contribuir para que o projeto seja realizado com uma
redução significante de custos. O trabalho do professor, batizado de Assessment
of the Sensitivity of the South African KAT-7 and MeerKAT/SKA Radio Telescope
Reflector Antennas, será apresentado em um maiores eventos da área: o International
Conference on Electromagnetics in Advanced Applications, previsto para
setembro.
OPORTUNIDADE –
Marco Antônio expôs um resumo do trabalho a estudantes e professores do
Departamento de Engenharia Elétrica no dia 11 de maio. Segundo ele, os
pesquisadores da África do Sul sinalizam interesse em cooperar com o Brasil em
pesquisas relacionado aos projetos dos radiotelescópios. “O governo
sul-africano pretende concluir o MeerKAT independente de serem escolhidos para
o SKA”, esclarece. “Além disso, a inclusão da África do Sul no grupo de países
emergentes do BRICS – que inclui também a Rússia, a Índia e a China – é uma
ótima oportunidade de estreitar os laços de pesquisa”.
Fonte: Site da Universidade de Brasília (UnB)
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