Rússia e América Latina Reforçam Cooperação no Espaço

Olá leitor!

Segue abaixo uma notícia postada hoje (16/03) no site “Diário da Rússia” informando que a Rússia e a América Latina reforçam cooperação no espaço.

Duda Falcão

TECNOLOGIA

Rússia e América Latina
Reforçam Cooperação no Espaço

Brasil é um Velho Parceiro Russo

16/03/2012 - 17h34

Aleksandr Chinkarenko em texto para a Rádio Voz da Rússia de Moscou divulgou que a Rússia e Nicarágua assinaram, no final de janeiro de 2012 em Moscou, um acordo de utilização do espaço com fins pacíficos. A delegação nicaraguense foi liderada pelo Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio do país, Orlando Solorsana. Este acontecimento, segundo o artigo, deu continuidade a um programa conjunto de pesquisas espaciais iniciado anteriormente. A participação da Nicarágua no aproveitamento do espaço foi discutida pela primeira vez em dezembro de 2008, durante a visita do Presidente nicaraguense, Daniel Ortega, à capital russa. Na época, a Agência Espacial da Rússia (Roskosmos) e o Instituto de Telecomunicações e Correios da República da Nicarágua assinaram um memorando de entendimento sobre a cooperação na investigação do espaço cósmico e na utilização e no desenvolvimento do sistema russo de navegação via satélite GLONASS.

Comentando o acordo de atividade conjunta no espaço, o perito do Instituto da América Latina da Academia de Ciências da Rússia, Vadim Teperman, destacou a dificuldade do país americano. “Para semelhantes pesquisas, são necessárias as respectivas infraestruturas e especialistas, de que a Nicarágua não dispõe no momento. Portanto, pode-se falar da participação da parte nicaraguense nos projetos espaciais russos de lançamentos de satélites”. Nas palavras de Vadim Taperman, a Agência Espacial da Rússia tem uma experiência de trabalhos conjuntos desta natureza com Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru.

A Rússia assinou com a Nicarágua um acordo espacial

Estes países realizam, com maior ou menor intensidade, projetos espaciais com a participação de especialistas russos. Em outubro de 2011, a partir da base espacial de Kourou, na Guiana Francesa, o foguete russo Soyuz-ST colocou em órbita um satélite chileno cuja vida orbital deve durar cinco anos. Este foi o terceiro satélite na história do programa espacial do Chile. O primeiro foi lançado ainda em 1995 a partir da base espacial de Plessetsk, no norte da Rússia. Porém, três anos depois, outro satélite chileno foi lançado do Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, em 1998. Recentemente, foi assinado um contrato entre o governo do México e a companhia International Launch Services, pertencente à corporação espacial russa Khrunichev. A parte mexicana pretende lançar um satélite de comunicações MEXSAT-1, que será colocado em órbita com a ajuda do foguete russo Proton. O lançamento será realizado em 2013 ou, no máximo, em 2014.

No entanto, o Brasil continua a ser um dos países mais avançados da América do Sul nas tecnologias espaciais. Seus especialistas propõem ao mundo uma série de projetos ligados ao aproveitamento do espaço. Hoje em dia, o país dispõe de ricos projetos científicos únicos do gênero. Embora a agência espacial do Brasil tenha surgido em 1994, já se pode falar sobre as tradições formadas no ramo da construção de mísseis brasileiros. A Rússia mantém grande cooperação com o Brasil nesta área. Ainda na era soviética, os dois países assinaram um acordo de parceria. Inicialmente, o programa espacial brasileiro foi calculado para o período de 1997 a 2007, mas, com o desenvolvimento de novas tecnologias, ele teve prosseguimento. Atualmente, o Brasil propõe ao mundo, cada vez mais, novos projetos de satélites artificiais e até mesmo foguetes. Especialistas na exploração espacial e projetistas estão sendo preparados. Além disso, Rússia e Brasil assinaram acordos de ampliação do programa de preparação de profissionais para a construção de mísseis. Os observadores convergem na opinião de que a participação nos programas espaciais é uma boa base para o desenvolvimento das relações entre a Rússia e os países da América Latina. Portanto, não é casual que a Nicarágua aspira a desenvolver as semelhantes pesquisas contando com a experiência dos cientistas russos.

Fonte: Site Diário da Rússia - 16/03/2012

Comentário: Bom leitor, quanto às atividades espaciais conjuntas entre a Rússia e os países da América Latina eu não posso dizer nada, pois não tenho acompanhado esse processo. Entretanto, já quanto à cooperação espacial com o Brasil a verdade é que a mesma vem perdendo importância desde a assinatura do acordo com a Ucrânia. Na época que o incompetente ministro Roberto Amaral (MCTI) iniciou negociações com os ucranianos o Ministério da Defesa já negociava a revisão do projeto da Torre Móvel de Integração (TMI) com o “Space Rocket Center Makeyev” (projeto concluído e entregue ao IAE), a reformulação e modernização do projeto do VLS também com o “Space Rocket Center Makeyev” visando uma melhor segurança e confiabilidade do mesmo (meta concluída e entregue ao IAE), a parceria entre o “Moscow Aviation Institute (MAI)” e o “Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA)” visando à realização de cursos de pós-graduação (Mestrado Profissionalizante) na área de motores-foguetes líquidos (meta acredito ainda em andamento), a reformulação do projeto do VLS-Alfa com a inclusão de um estagio russo também pela “Space Rocket Center Makeyev” (projeto entregue ao IAE, mas sem qualquer avanço por falta de atitude do governo), a elaboração pela empresa “Konstruktorskoe Buro Khimavtomatiky - OSC KBKhA”do projeto de um banco de provas para motores-foguetes líquidos de até 400 kN (o projeto chegou a ser contratado a essa empresa por 850 mil euros, mas até o momento não saiu do papel). Essas foram as principais negociações entre brasileiros e russos nos últimos 10 anos fora o acordo do Programa GLONASS e a Missão Centenário assinadas no governo LULA. Entretanto, mesmo já contando com um acordo de “Salvaguardar Tecnológicas” assinado e ratificado pelos dois países e também com alguns avanços alcançados ainda no primeiro governo LULA, desde que o acordo com a Ucrânia foi assinado, à cooperação espacial entre o Brasil e a Rússia infelizmente vem perdendo importância e espaço num tremendo erro estratégico dos de..loides de Brasília.

Comentários

  1. não seja tolo meu amigo o pessoal de Brasilia não são de..loides eles são e corruptos vc acha que eles seriam burros a ponto de abandonar ou ignorar os projetos que vc citou ai em cima que levariam a transferência de tecnologia ao brasil? o que deve ter acontecido foi que o pessoal da ucrânia vendo que iam perder o contrato para os russos provavelmente devem ter digamos molhado a mão do pessoal do ministério de defesa,da aeb e dos políticos em brasília pra eles assinarem esse projeto lembre-se isso aqui e brasil vc muito absurdo nesse pais em relação a política veja as relações entre o brasil e a china veja o quanto de corrupção esta envolvida nisso http://www.youtube.com/watch?v=lWMw1nkkmAg&feature=results_main&playnext=1&list=PL45C100FB8B537174 eu sei que o video e longo mais vale a pena , voltando ao assunto e impossível alguém ser burro a ponto de achar que a parceria com a ucrânia seria melhor que a com os russos nem o meu primo que não sabe nada sobre foguetes e política faria isso nem a minha prima de 12 anos ninguém e tão incompetente assim ainda mais se chegar a o cargo de ministro do MCTI so a uma explicação possível pra isso corrupção e é assim que vai continuar sendo e vai piorar se o povo não se impor pra parar isso pois se o povo continuar sem fazer nada o brasil vai virar outra china em política e direitos humanos.

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  2. Olá Persona!

    Rsrsrsrs, não é bem assim caro amigo. É verdade que existe corrupção em todas as esferas de governo, e existem até a desconfiança de que o senhor Roberto Amaral tenha se beneficiado com o Acordo que criou a ACS. Entretanto, esse beneficiamento foi mais na área do nepotismo e da troca de favores, havendo inclusive algumas denuncias sobre isso no seu período como diretor-geral da empresa. No entanto, na realidade o que gerou o acordo (é isso que mais me revolta por ser uma prática da classe política brasileira desde o império, ou seja, a conhecida luta pelo poder, onde os interesses da nação e do povo são o que menos interessa) foi a necessidade do Lula encontrar um lugar para colocar esse energúmeno depois que o mesmo foi obrigado a colocá-lo para fora do MCTI, devido as m.... que ele fez e falava para mídia brasileira e internacional(o caso da bomba atômica foi a gota d'água). Porque o Lula teve de agir assim? Por questões políticas. O energúmeno do Amaral era (e creio que ainda seja) o vice-presidente do PSB, um dos partidos mais fortes da base governista no Congresso naquela época, e assim o acordo com a Ucrânia caiu como uma luva, principalmente por ser esse acordo uma das bandeiras do Amaral durante a sua passagem pelo MCTI. Em outras palavras, tudo girou em torno da manutenção do apoio político do PSB no Congresso, ou seja, o conhecido toma-la-da-cá. Nem esse energúmeno, nem o Lula e seus assessores levaram em conta os interesses do Brasil e muito menos os apelos do Ministro da Defesa (Viegas) que vinha com seus assessores negociando um amplo acordo com os russos (ROSCOSMOS), que se tivesse sido implantado hoje o PEB estaria em outra situação. É desnecessário dizer que logo depois que o Ministro Viegas perdeu a briga, pediu demissão. Quanto a questão do vídeo enviado por você, trata-se de outra situação, tão grave quanto se verdadeira for, mas que não surpreende, já que quando existe alguma brecha por onde a corrupção possa ser implantada nesse país, a classe política se utilizará dela, é uma questão cultural, infelizmente.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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  3. Brazilian Space quais universidades do Brasil oferecem o curso de engenharia aeroespacial e quais tem projeto de abrir esse curso?
    Procurei informações mas estão sempre incompletas.
    E caso esteja perguntando no local inapropriado peço desculpas.

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  4. Caro Duda

    E o Viegas saiu (em 2004) com fama de corrupto, e o Roberto Amaral ficou com fama de bonzão. Viegas foi acusado de ter sua mão molhada pelos russos. Lembro bem disso.
    Infelizmente tenho dúvidas se um programa espacial em larga escala (lançadores)conjunto com a Rússia seria bem sucedido.
    Conheço um diretor da AEB de 5 anos atrás.
    Pelo que vi até hoje dos russos, eles são muito ciumentos de sua tecnologia de lançadores. Só se pagassem MUITA grana.
    E além disso tem a pressão dos EUA.
    E tem também a união dos russos com os franceses em Kourou.

    Duda, preciso ler algumas palavras suas de otimismo.
    Pois de minha parte...

    Abrs

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  5. Olá Anônimo!

    Todos os cursos no Brasil são de pos-graduação e são ministrados no ITA, UFABC e UFMG, e se não me engano, foram implantados também a partir de 2012 na UnB e na USP São Carlos. Já existem também interesse de sua implantação na UFRN e na UFMA, mas isso ainda está em estudo, mas vai acontecer cedo ou tarde. Boa sorte.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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  6. Olá Iurikorolev!

    Não tenha, o problema com os Russos na época era gerado mais pela desconfiança e despreparo deles com as negociaçãoes internacionais devido a falta de costume criada por anos de regime comunista, mas isso hoje não existe mais, tanto que eles estão pelo mundo oferencendo a possibilidade de realizar parcerias, em outras palavras, aprenderam a negociar. E outra, Kourou, foi o plano B do dos Russos, na verdade eles queriam lançar foguetes de Alcântara e a proposta deles ao MD de Viegas incluia essa possibilidade também. Como o acordo não saiu, eles que também vinham negociando com os franceses (banho maria) levaram em frente esse plano que agora é uma realidade. Agora amigo, quanto a palavras de otimismo eu não tenho nenhuma para você, pois com DILMA, ou mesmo com qualquer outro, enquanto perdurar essa cultura virgente na política brasileira, o PEB não irá se desenvolver na velocidade necessária, infelizmente.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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  7. Ei Duda, também tem engenharia aeroespacial em nível de graduação no ITA :)

    Abraços

    Eduardo

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  8. Olá Eduardo!

    Valeu xará pela informação.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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  9. Caro Duda
    Pelo que sei Viegas no passado havia sido diplomata na Rússia e Roberto Amaral na Ucrania. Daí os velhos contatos...

    Mas acho interessante vc acreditar nos russos, pois de minha parte não creio que eles gostem muito de repassar tecnologia.
    Veja o caso dos submarinos. Fontes do Ministério da defesa dizem que os russos não aceitavam repassar a tecnologia. Queriam só vender submarinos, por isso foram descartados de cara.
    O caso do lançador Orion (não sei se vc lembra) também. Era para trazer o foguete pronto da Russia.

    Acho que o modelo de compra de tecnologia dos submarinos franceses é muito bom. Dinheiro certo prazo certo, Já com financiamento,sem precisar de verbas do orçamento.

    Agora quanto aos parlamentares...
    Cara, querer depender de gente como Sarney, Jader Barbalho, ACM(que Deus o tenha)etc, essas porcarias de politicos do Brasil, para um programa desse nível, é perda de tempo.

    É igual o cara que quer namorar com puta. Uma hora ele se decepciona... rsrsrrs

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  10. Caro Iurokorolev!

    Não é uma questão de crença, é uma questão de negociação, de como negociar e como formular um acordo. Tenho contato com os profissionais que fizeram parte dessas negociações e eles dizem que o que pegava inicialmente era a lingua (pouquissímos russos falavam inglês e a maioria dos que falavam tinha um inglês muito ruim), e a falta de experiência em negociações internacionais dos representantes russos devido ao logo período de comunismo, causando desconfiança de parte deles. Entretanto isso com o tempo foi mudando e hoje as relações são as melhores possíveis e só não andam por causa do governo brasileiro. O projeto Orion citado por você na verdade envolvia além da ajuda russa para o melhoramento do projeto do VLS, o desenvolvimento de um novo foguete com a participação de técnicos brasileiros com a possibilidade também de haver a médio prazo a participação de indústrias brasileiras. Mas esse é apenas um dos acordos que estavam sendo negociados e que acabou não sendo assinado. Dos que foram assinados, os únicos que andaram foi o "Acordo de Salvaguardas" que já está ratificado desde 2009 (se não me engano), e o de formação com o MAI e só.

    Quanto ao acordo dos submarinos, não posso falar nada porque não acompanhei e não tenho informações sobre o assunto. Entretanto, as mesmas regras valem, ou seja, negociação, como negociar e como formular um acordo é o que faz a diferença.

    Já quanto aos palarmentares brasileiros, eles são fruto do meio onde vivem. Em outras palavras, é um problema cultural que passa primeiro pela propria reformulação da sociedade brasileira. Só assim produziremos melhores parlamentares.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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  11. Duda,

    sobre o acordo de Salvaguardas entre Brasil e Russia, nas mesmas condições este acordo poderia ser feito com os States ? Ele é parecido com o que os States tentaram assinar com a gente a muito tempo ?

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  12. Olá Ricardo!

    Poderia sim, caso eles aceitassem e talvez seja usado como modelo num eventual novo acordo. O anterior não era nada parecido com esse que foi assinado com os russos e por isso não foi ratificado.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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  13. mas sei nao!! acordo nesse porte com os eua da 1 ar d estarmos entregando alcantara para eles!q alias nao sei c os amigos concordao e o q mais interesa a esses outros paises ai (tipo russia e ucrania) a querer parceria conosco!sobre os politos e o q os amigos falarao uma piada querer q o Brasil desenvolva seu proprio lancador de foguetes com esses caras ai, que fazem da seguranca nascional politicagem deslavada!!!!
    ass:gilson siqueira

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  14. Olá Gilson!

    Todo acordo internacional é possível desde que haja interesse de ambas as nações envolvidas, mesmo com os EUA. Entretanto, cada nação vai puxar a farinha para seu saco, e é por isso que é necessário ter bons negociadores. Infelizmente no caso do Acordo de Salvaguardas assinado pelo Brasil e pelos EUA, e felizmente não ratificado pelo Congresso brasileiro, de...loides foram os responsáveis pela sua formulação. O acordo com os Russos é um bom acordo, mas a verdade é que o mesmo tem sido boicotado desde o governo LULA em favor do desastroso acordo assinado com a Ucrânia.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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