Satélites Vão Encorpar Carteira da EMBRAER

Olá leitor!

Segue abaixo mais uma matéria da jornalista Virgínia Silveira postada hoje (26/03) no site do jornal “Valor Econômico” destacando que 'satélites' vão encorpar carteira da EMBRAER.

Duda Falcão

Satélites Vão Encorpar Carteira da EMBRAER

Virgínia Silveira
Valor Econômico
26/03/2012

Aguiar, presidente da divisão de defesa e
segurança: "A Embraer já se vê no futuro
como fabricante de satélites"
A entrada da EMBRAER no segmento espacial, com o projeto do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB), poderá representar valor adicional superior a R$ 700 milhões em sua carteira de pedidos, que em 2012 está estimada em cerca de US$ 3,4 bilhões. Desse valor, segundo o presidente da empresa, Luiz Carlos Aguiar, US$ 2 bilhões estão relacionados ao desenvolvimento do cargueiro militar KC-390 e outros US$ 1,1 bilhão aos programas de modernização de aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) e da Marinha. O restante se divide entre as vendas do Super Tucano, das aeronaves de vigilância aérea e serviços.

O primeiro satélite SGB, que será adquirido no exterior, pelo prazo relativamente curto definido pelo governo para se ter o equipamento, estará voltado para comunicação governamental e internet em banda larga. O projeto já foi incluído no PPA de 2012-2015, com uma previsão de investimentos da ordem de R$ 716 milhões.

A contratação da EMBRAER e da TELEBRÁS para o projeto do SGB, segundo Aguiar, ainda não está formalizada, mas a expectativa do executivo é que o processo seja efetivado em breve. As duas empresas anunciaram, em novembro do ano passado, a celebração de um memorando de entendimento para a constituição de sociedade, na qual a EMBRAER terá 51% de participação e a TELEBRÁS de 49%.

Aguiar explica que num primeiro momento o papel da EMBRAER no projeto do SGB será o de fazer a gestão da cadeia de suprimento e de logística de todo o satélite, que será comprado de um fornecedor externo. "Também estará sob nossa responsabilidade à montagem de uma metodologia de absorção e retenção de tecnologia desses fornecedores para que futuramente a empresa tenha capacidade de desenvolver um satélite 100% brasileiro", explicou.

A localização da nova empresa, segundo o executivo, provavelmente será em São José dos Campos (SP), onde está concentrada hoje todo know-how brasileiro em tecnologia espacial. O executivo disse que pelo fato de a Embraer não ter atuação nessa área, as parcerias tecnológicas com outras empresas serão um caminho natural. "A EMBRAER já se vê no futuro como uma fabricante de satélites", afirmou o executivo.

O plano de negócios da EMBRAER Defesa e Segurança, diz o executivo, prioriza o crescimento da empresa por meio da diversificação de atividades. "Estávamos focados em aeronáutica e agora estamos avançando para área de segurança. O crescimento é desafiador, pois saímos de uma participação de 6% na receita global da EMBRAER em 2006 para chegar a quase 15% em 2011", disse. A perspectiva para 2020, segundo ele, é que a área de defesa e segurança responda por entre 20% e 25% do faturamento da companhia.

Grande parte desse crescimento, afirma ele, foi motivado pela mudança de postura do governo em relação à área de defesa ao definir a Estratégia Nacional de Defesa (END) com objetivos claros de apoio ao fortalecimento da indústria nacional.

"Temos a visão de cumprir a missão de fornecer soluções competitivas para as Forças Armadas, procurando fortalecer as capacitações existentes no Brasil e, pontualmente, gerar algumas parcerias internacionais, mas não de maneira genérica", afirma o executivo ao comentar sobre a possibilidade de novas parcerias estratégicas em áreas onde ainda não possui domínio.

Aguiar cita o exemplo da joint-venture Harpia, criada a partir de uma associação com a Aeroeletrônica, empresa controlada pelo grupo israelense Elbit e que hoje tem uma participação expressiva nos programas de modernização de aeronaves da FAB.

"A Harpia, que estará focada no desenvolvimento de vants (veículo aéreo não tripulado), tem um componente estrangeiro, mas toda a configuração destes veículos será desenvolvida no Brasil e com propriedade intelectual nacional", afirmou.

Além da Aeroeletrônica, da qual adquiriu uma participação de 25%, a EMBRAER também estabeleceu parceria em 2011 com as empresas brasileiras Atech, onde detém 50% de participação e a divisão de radares da Orbisat, com 64,7% do capital social da empresa.

As parcerias anunciadas em 2011, segundo Aguiar, já permitem à empresa disputar com competência aos projetos do governo em áreas estratégicas da defesa, incluindo radares de vigilância, vants, C41 (soluções integradas de comando, controle, comunicação, computação e inteligência) e sensoriamento remoto.

Aproveitando o expertise da parceira Atech em integração de sistemas, que adquiriu com o projeto do SIVAM (Sistema de Proteção e Vigilância da Amazônia), a EMBRAER quer ainda canalizar boa parte dos seus esforços no Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (SISFRON), projeto do Exército Brasileiro, que em 15 anos prevê movimentar investimentos da ordem de R$ 12 bilhões.


Fonte: Site do Jornal Valor Econômico - 26/03/2012

Comentário: Leitor, já estamos às portas do mês de abril de 2012, e a não contratação ainda da Embraer e da Telebrás para o projeto do SGB por parte do governo, descreve que o que havíamos previsto estava correto, ou seja, não existe possibilidade nenhuma desse satélite ser lançado em 2014 como anunciado pelo governo. Demonstra infelizmente também o uso da imagem do projeto como propaganda política pelo governo DILMA. Uma prática que vem de décadas na política brasileira e que precisa ser eliminada definitivamente, mas que para que isso aconteça, será necessário uma grande mobilização da sociedade visando mudar o perfil de nossos governantes. É aquela coisa: Diga-me com quem tu andas, que eu lhe direi quem tu és. 

Comentários

  1. Caro Duda,

    eu faço parte de uma rede no linkedin que trata de assuntos da área espacial, e por duvidar dos politicos brasileiros fiz a mesma perguntar aos especialistas de várias empresas da área espacial se é possivel construir um satélite geoestacionário em dois anos!

    O tópico está em aberto no grupo e está bastante movimentado depois veio postar no meu blog ou como comentário no seu blog a respostas de especialistas estrangeiros sobre o assunto!

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  2. Ok Mensageiro!

    Boa iniciativa, mas de ante mão, saiba, não tem não.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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