Raupp: Falta Maior Env. Empres. e Pol. Púb. para Inovação
Olá leitor!
Segue abaixo uma matéria postado dia (19/03) no site do
“Jornal da Ciência” da SPBC destacando segundo o ministro Marco Antônio Raupp o
baixo envolvimento empresarial e a falta de políticas públicas são entraves
para a inovação.
Duda Falcão
Notícias
Raupp Diz que Baixo Envolvimento
Empresarial e Falta de Políticas
Públicas são Entraves para Inovação
O ministro fez palestra na Coppe, onde apresentou as
metas
para sua área, e visitou o Parque Tecnológico da
universidade.
Clarissa Vasconcellos
Jornal da Ciência
19/03/2012
O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI),
Marco Antonio Raupp, apontou na última sexta-feira (16) alguns entraves para a
inovação no Brasil, tais como a falta de políticas públicas, o baixo
envolvimento empresarial e a pós-graduação centrada no conhecimento acadêmico.
Raupp elencou as razões durante a aula inaugural do Instituto Alberto Luiz
Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do
Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), onde realizou a palestra 'Ciência, tecnologia e
inovação para o desenvolvimento sustentável do Brasil'. Na mesma ocasião, ele
visitou o Parque Tecnológico da universidade.
"A reduzida atenção das políticas públicas para
pesquisa tecnológica e para a geração de inovação talvez seja a melhor
explicação para o acanhado desempenho do Brasil nesse setor", sentencia o
ministro, que também destaca o baixo envolvimento do setor empresarial.
"Apesar dos progressos alcançados, a grande preocupação desse setor
[empresarial] é o custo Brasil, que inibe ou inviabiliza investimentos",
justifica, acrescentando que as empresas também sofrem com "modestos
incentivos fiscais" e "legislação pouco amigável".
Raupp também levou em consideração o perfil da
pós-graduação brasileira, "que ainda hoje atribui pouco valor à formação
tecnológica". "Somente há pouco tempo vem sendo reforçada a
necessidade de formação de novos engenheiros, um dos gargalos para o nosso
desenvolvimento em CT&I", ressalta. Além disso, analisando a evolução
da ciência no Brasil, o ministro lembrou que foi adotado um modelo de formação
de recursos humanos e de financiamento à pesquisa apoiado na estruturação e
consolidação da pós-graduação acadêmica e que esse modelo vem apresentando
resultados satisfatórios na produção de conhecimento, principalmente produção
de natureza acadêmica.
Mesma Moeda - "Ciência
e Inovação são faces da mesma moeda e propulsionam o avanço da
humanidade", afirmou o ministro ao começar sua palestra, acrescentando que
pretende que C,T&I sejam "o motor do desenvolvimento sustentável do
País". Raupp destaca que a cooperação entre ciência e tecnologia e o setor
empresarial são um capítulo fundamental da Estratégia Nacional de Ciência,
Tecnologia e Inovação (ENCTI).
E dá exemplos de união entre academia e empresa que deram
certo, como no agronegócio, na energia, na aviação, nas TI, no petróleo e gás,
no bioetanol e nos sistemas de interação, como o bancário e o eleitoral. O
ministro também lembrou que países que querem continuar na liderança da
economia mundial (como EUA e Japão) "não abandonam os investimentos em
CT&I". Entre as nações desenvolvimentistas, Raupp comparou o Brasil
com a China no sentido de que, enquanto o primeiro vem se destacando nas
ciências da vida, a segunda vem alcançando a excelência nas áreas exatas, o que
a torna mais competitiva.
Entre os desafios da Estratégia Nacional de Ciência,
Tecnologia e Inovação (ENCTI), Raupp sublinhou a redução da defasagem
científica e tecnológica "que nos separa de países mais
desenvolvidos"; a expansão e consolidação da liderança brasileira no
conhecimento natural; a ampliação da base para sustentabilidade ambiental e
desenvolvimento de economia de baixo carbono; uma maior inserção internacional
e multidisciplinaridade; e a superação da pobreza e redução das desigualdades
sociais regionais, sendo este último "um desafio para a cidadania, que
ultrapassa o âmbito de CT&I".
Para vencer os desafios, Raupp julga necessário o
fortalecimento da base de sustentação das políticas CT&I, o que passa pela
promoção da inovação, pela formação e capacitação de recursos humanos e pelo
fortalecimento da pesquisa e da infraestrutura científica tecnológica do País.
"São pontos a batalhar e que nos vão nortear", completa.
Macrometas - O
ministro também recordou "macrometas" a alcançar. São elas: elevar o
dispêndio nacional em Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) de 1,19% de 2010
para 1,8% do PIB em 2015; promover investimento empresarial em P&D que
corresponda à metade dos investimentos total nas atividades no País; chegar a
2014 com uma taxa de inovação de 48,6%, "dez pontos acima do patamar de
2008"; atrair centros de P&D internacionais; dobrar o número de
empresas que recorrem anualmente aos benefícios fiscais para inovação; e elevar
de 23% para 30% o percentual de empresas inovadoras.
Entre as áreas de prioridade, Raupp destacou as de TI,
Complexo Industrial da Saúde, Complexo Industrial da Defesa, Petróleo e Gás,
Complexo Industrial Aeroespacial, Energia Nuclear, Biotecnologia, Nanotecnologia
e Fomento à Economia Verde.
Em sua palestra, alunos da UFRJ
se aproximaram do ministro para pedir mais bolsas. Raupp disse que o incremento
depende de negociações suplementares no orçamento e citou o programa Ciência
sem Fronteiras, que tem foco nas ciências naturais, nas engenharias e na
internacionalização. Das 101 mil bolsas pretendidas (26 mil do setor
empresarial), 18.528 já foram concedidas, segundo o ministro.
Após a aula inaugural, o ministro
embarcou no ônibus movido a Hidrogênio da Coppe para uma visita ao Parque
Tecnológico da UFRJ. No local, participou da cerimônia de entrega das chaves de
seis novas pequenas empresas: Aquamet, Ambidados, Ambipetro, Inovax, Virtualy e
Maemfe. Quatro delas são provenientes da Incubadora de Empresas da Coppe/UFRJ,
sendo três spin-off de laboratórios da própria universidade. As novas empresas
conviverão com os laboratórios da Coppe e de outras unidades da UFRJ e com os
centros de pesquisas da Petrobras e de grandes empresas nacionais e
internacionais.
Fonte: Site do Jornal da Ciência de 19/03/2012
Comentário: Boa sorte Raupp, você vai precisar.
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