Corte de Verba Abre Crise Entre MCTI e a Comun. Científica
Segue abaixo uma
matéria postada hoje (21/03) no site do jornal “O VALE” destacando que o corte
de verba abre crise entre o MCTI e a Comunidade Científica Brasileira.
Duda Falcão
REGIÃO
Corte de Verba
Abre Crise Entre
MCT e a Comunidade Científica
Entidades
ligadas à indústria e à pesquisa no país lançam
manifesto contra
o corte de 23% no orçamento de ciência e
tecnologia; em Brasília,
ministro rebate críticas e diz que
investimentos
vão crescer até 2015
Chico Pereira
São José dos Campos
21 de março de 2012 - 03:19
Aaron kawai
Pela primeira
vez, entidades representativas do setor industrial e da comunidade científica
do país se uniram para criticar e pedir a revisão do corte de verbas imposto
pelo governo federal ao MCTI (Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação).
O grupo publicou
ontem um manifesto na imprensa em que pede para a presidente Dilma Rousseff
(PT) restabelecer a proposta original do orçamento da pasta e que não permita o
contingenciamento de recursos do FNDCT (Fundo Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico).
O orçamento
deste ano do ministério, aprovado pelo Congresso Nacional, de R$ 6,7 bilhões,
sofreu um corte de R$ 1,5 bilhão.
A redução faz
parte do pacote do governo de contingenciar cerca de R$ 55,07 bilhões do
orçamento.
O manifesto é
assinado por seis entidades ligadas à indústria --Confederação Nacional da
Indústria e federações das Indústrias de São Paulo, do Rio de Janeiro, do
Paraná, de Minas Gerais e da Bahia--, pela SBPC (Sociedade Brasileira Para o
Progresso da Ciência), pela Academia Brasileira de Ciências, pela Associação
Nacional de Empresas Inovadoras e a Sociedade Brasileira Pró-Inovação
Tecnológica.
No documento, as
entidades afirmam que “o Brasil necessita de uma alta taxa de inovação para
melhorar seus índices sociais e intensificar seu desenvolvimento científico e
tecnológico”.
Em outro trecho,
dizem que a pesquisa científica e tecnológica é a base para a inovação e para a
formação de recursos humanos qualificados, com impactos significativos no crescimento
e na geração de riqueza.
Competitividade
- “Investir na pesquisa de produtos inovadores é essencial para que o Brasil
seja competitivo no mercado internacional”, afirmou José Ricardo Roriz, diretor
do Departamento de Tecnologia e Competitividade da FIESP (Federação das Indústrias
do Estado de São Paulo).
Para o
executivo, no momento em que a Europa e outros países atravessam uma crise e
procuram facilitar a venda de seus produtos, é importante que a indústria
nacional possa investir em produtos inovadores, o que passa a ser um
diferencial em favor do país.
“O governo diz
que prioriza a pesquisa e a tecnologia mas, no momento de cumprir o que fala,
faz o contrário”, afirmou Roberto Nicolsky, da Sociedade Brasileira
Pró-Inovação Tecnológica.
Para Carlos
Calmanovici, presidente da Anpei, é importante a manutenção da regularidade de
recursos para o setor de ciência e tecnologia para que as empresas possam
continuar seus projetos. “O manifesto é um alerta”, afirmou.
Preocupação - O
Sindicato dos Servidores Federais na Área de Ciência e Tecnologia do Vale do
Paraíba teme que o corte possa afetar projetos do INPE (Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais) e o Programa Espacial Brasileiro.
O presidente da
entidade, Ivanil Barbosa, afirmou que o corte pode, por exemplo, afetar a
reposição de pessoal no INPE. “A defasagem de pessoal e o sucateamento de
equipamentos no INPE e no DCTA são problemas que podem prejudicar os programas dos
dois institutos”, afirmou.
Rebate - Em
Brasília, o ministro Marco Antonio Raupp rebateu as críticas e considerou o
manifesto uma “provocação positiva”.
“Contesto as
contas que eles fazem. Quando falam que investimentos estão diminuindo, não
levam em consideração outros investimentos. Um exemplo é própria FINEP
(Financiadora de Estudos e Projetos), que vai investir mais R$ 6 bilhões”,
disse o ministro.
ENTENDA O CASO
Corte de Verba
Orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia
e Inovação sofre corte de R$ 1,5 bilhão. Inicialmente, estavam previstos R$ 6,7
bilhões.
Decisão
O corte foi determinado pelo governo dentro do
pacote de contingenciar pelo menos R$ 55 bilhões do orçamento federal deste ano.
Consecutivo
É o segundo ano consecutivo que o governo
federal corta o Orçamento Geral da União. No ano passado, também foram
‘seguradas’ verbas orçamentárias dos ministérios.
Crítica
Entidades representativas da indústria e da
comunidade científica do país criticam o corte de verba do MCTI e pedem para o
governo rever a decisão.
Importância
Empresários e cientistas afirmam que investir
em pesquisa e inovação é vital ao desenvolvimento e competitividade do país.
Fundo
Segundo a indústria e a comunidade científica,
de 2006 a 2011, o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
perdeu R$ 3,2 bilhões.
Programas
Na avaliação do Sindicato dos Servidores
Federais na área de Ciência e Tecnologia do Vale do Paraíba, o corte de verbas
pode afetar programas do INPE e o Programa Espacial Brasileiro.
Ministério
O MCTI rebate as críticas e diz que a meta do
governo é aumentar a participação empresarial em pesquisa e desenvolvimento
para 0,90% do PIB, que atualmente é de 0,55%
Ericsson Quer Atrair Institutos
São José dos Campos - Lançado
ontem, o Centro de Desenvolvimento de Tecnologias de Informação e Comunicação e
Multimídia da Ericsson, instalado no Parque Tecnológico de São José, deve
entrar em operação na segunda quinzena de abril.
A intenção do centro é utilizar a Ericsson como empresa integradora e realizar
parcerias com instituições de ensino e iniciativa privada para desenvolvimento
de tecnologias voltadas para facilitar a vida dos moradores no conceito de
‘cidade inteligente’.
INPE (Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais), ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) e
UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo) estão confirmadas como parceiras.
Nas próximas
três semanas, o espaço de 400 metros quadrados cedidos à Ericsson irá passar
por obras de adaptação.
Em contrapartida,
a empresa pagará uma taxa denominada contribuição associativa, que varia de R$
10 a R$ 12 por metro quadrado utilizado.
Pesquisa - O
centro tem capacidade para abrigar até 200 pessoas. Num primeiro momento, o
local funcionará com engenheiros da Ericsson, pesquisadores e técnicos dos
parceiros. “Inicialmente, estamos trabalhando para criar sistemas de
conectividade. Vamos desenvolver aqui vários aplicativos de coisas que ajudam o
dia a dia do indivíduo”, disse o diretor de inovação da Ericsson, Jesper Rhode.
Um exemplo de
benefício de ‘cidade inteligente’ dado pelo executivo é a interligação do
sistema de transporte público. “Serão instalados dispositivos nos ônibus para
saber exatamente onde eles estão. O cidadão poderá ter acesso em tempo real por
um smartphone ou computador e saber em quantos minutos o ônibus chega ao
ponto”, disse Rhode.
Este é o
primeiro centro deste porte da Ericsson no hemisfério sul.
Fonte: Site do Jornal
“O VALE” - 21/03/2012
Comentário: Deixando de lado a foto que acompanha a
matéria (se não me engano do Prefeito Eduardo Cury)
que não tem nada haver com o assunto, esse manifesto da comunidade científica é
realmente um avanço, mas é preciso fazer mais, é preciso trazer a sociedade
para essa luta e não há melhor forma de fazer isso do que realizar também manifestações
nas ruas, até porque se houver uma reposta popular positiva, o movimento certamente
também trará o apoio das forças armadas pressionando o governo. O governo
precisa deixar de conversa fiada e partir para o compromisso de transformar
esse país numa grande nação e sem um investimento consistente e contínuo na
educação de qualidade aliada a ciência e tecnologia isso não ocorrerá e o Brasil continuará
sendo sempre o país do futuro. Temos que dar o salto, e para que isso aconteça esses
energúmenos de Brasília precisam acordar, nem que seja a base do chicote. Vocês acham que o Raupp não sabe disso? Por isso que ele considerou o manifesto como uma provocação positiva, mas é preciso fazer mais, muito mais.
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