O Veículo Experimental de Sondagem (VES)
Olá leitor!
O blog “BRAZILIAN SPACE” está sempre sendo surpreendido com a engenhosidade do povo brasileiro na área espacial, principalmente quando sabemos das grandes dificuldades que esses engenhosos pesquisadores têm de passar para realizarem seus sonhos num país onde impera ainda uma completa ignorância sobre os benefícios da tecnologia espacial, principalmente por parte do Governo e do Congresso.
Apesar disso e a margem dessa situação instituições como o grupo paulista “Edge Of Space” e a empresa Acruz Aerospace Technologies tem se destacado no desenvolvimento de motores e foguetes que em breve estarão à disposição da “Comunidade Científica Brasileira” para que assim a mesma possa realizar seus experimentos em ambiente de microgravidade.
Porém o Brasil é muito grande leitor, bem maior do que possamos imaginar e assim sendo, fui surpreendido nesta tarde de sábado com as atividades de dois grupos amadores paulistas que acreditamos sejam da cidade de São Caetano do Sul-SP (aparentemente atuam juntos) chamados “Coyote Rockets” e “Avangers Rocketry Team” que vem fazendo um grande trabalho no desenvolvimento de foguetes amadores.
Até ai não haveria nada de muita novidade (existem outros grupos pelo país fazendo o mesmo) se não fosse o salto tecnológico que esses dois grupos estão para realizar com o lançamento do Veículo Experimental de Sondagem (VES), que é um projeto de um foguete estratosférico que tem por finalidade ser usado em telecomunicações, combate antigranizo, controle pluviométrico, pesquisas meteorológicas e experimentos laboratoriais em ambiente de microgravidade.
Abaixo segue as características técnicas deste foguete que é uma grata surpresa para nós:
CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS
- Altura: 3,16 mts
- Diâmetro: 0,15 mts
- Peso: 70kg
MOTORES
- 1º Estágio: Classe (M) - 6000 N de Empuxo
- 2º Estágio: 03 Classe (K) 1500N X3 = 4500N de Empuxo
ALTITUDE
- Com Carga Total Atinge: 30.000 pés (9140 mts)
VELOCIDADE
- 1º Estágio: 700 k/h
- 2º Estágio: 1350 k/h (Supersônico)
AVIÔNICOS (INSTRUMENTOS)
- Altímetro Apogee 30k feet
- Global Positioning Sistem
- Micro processador para ejeção de motor e pára-quedas
- Micro câmara CCD color
- Link de transmissão de Imagem ao vivo
- Transmissor de UHF para telemetria e aferição de temperatura, pressão atmosférica, altitude, coordenadas e umidade relativa
- 4 pára-quedas, sendo 1 para a recuperação do motor ejetado, e 3 para recuperação do foguete
MISSÃO
- Conduzir experimentos científicos na área de biologia, eletrônicos, farmacêuticos, agrícolas e demais testes em Microgravidade, forças G, velocidade supersônica, baixas temperaturas e queda abrupta de pressão atmosférica em ambiente real.
Vale destacar para aqueles leitores interessados em obter maiores informações sobre esse foguete de que segundo a programação da “Campus Party Brasil 2011” (evento que se realizará no “Centro Imigrantes” em São Paulo, de 17 a 23/01) esse foguete estará em exposição durante a realização deste evento.
O blog “BRAZILIAN SPACE” aproveita a oportunidade para parabenizar esses engenhosos pesquisadores dos dois grupos paulistas “Coyote Rockets” e “Avangers Rocketry Team” pela grande iniciativa, desejando-lhes sucesso com esse novo projeto.
Abaixo segue um vídeo que conta a história das atividades com foguetes realizadas até hoje por esses dois grupos com imagens de lançamentos de foguetes, tendo em um deles inclusive a participação do astronauta Marcos César Pontes, além de informações sobre o novo projeto do Veículo Experimental de Sondagem (VES). Confira.
Duda Falcão
Mais "Gente que Faz". Legal eles terem a presença do Marcos Pontes no lançamento e dando total apoio. Isto é bastante gratificante. O amadorismo acaba virando profissionalismo. Quando o Brasil irá acordar para reconhecer este pessoal ? Isto me lembra da história da astronautica. Os EUA, praticamente sairam bem atrás, apesar de todo seu profissionalismo. Um dos pioneiros da astronautica, foi o Dr.Robert Goddard, que o pioneiro em deixar as teorias para trás e partir para o lançamento de pequenos foguetes. Infelizmente ele morreu sem ser reconhecido em vida, só depois que o Exercito Americano viu que eles estavam bem atrás das outras nações (Russia e Alemanha) pois não aproveitaram o trabalho de Goddard. Teve que aparecer um Werner von Braun, para dizer que se os experimentos de Goddard tivessem sido apoiados e reconhecidos em vida, os americanos já estariam na frente a muito tempo.
ResponderExcluirMuito bem lembrado Ricardo,
ResponderExcluirO Dr. Robert Goddard foi um grande cientista americano que não teve a sua importância reconhecida em vida e por conta disso os EUA atrasou-se em relação aos russos e alemães. No entanto, eles aprenderam rapidamente a lição e construíram um programa muito exitoso e responsável pela viagem do homem a LUA. Diferentemente do Brasil, que até hoje não aprendeu com o erro de não ter dado o apoio necessário ao Brigadeiro do Ar Hugo de Oliveira Piva e ao Eng. Jaime Boscov, além de cometerem erros sucessivos durante anos que levaram o nosso programa espacial a atual situação. Fazer o que? Quem planta, colhe.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Partilho deste prazer! Fogueteria no Brasil! Eu próprio não imaginava tanta gente envolvida, tanto interesse... Há esperança, afinal!
ResponderExcluirQuando perguntaram ao cientista e engenheiro germano-americano Wernher von Braun o porque dos EUA terem perdido a oportunidade de serem os primeiros no espaço, ele respondeu: "A razão foi pq no período 1945-51 os EUA não obtiveram nenhum progresso técnico digno de nota. Esses seis anos devem ser considerados perdidos...".
ResponderExcluirEsperança sempre haverá Antônio, afinal é a última a morrer, como diz o ditado. Entretanto precisamos de resultados práticos que alavanquem o interesse da sociedade brasileira para as atividades espaciais do país e conseqüentemente o interesse político.
ResponderExcluirAbs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Olá Antônio, eu diria que bem antes disso, pois o Dr. Robert Goddard já vinha fazendo experiênciais com foguetes acredito eu desde o inicio dos anos 20 e se tivesse tido o apoio do governo americano na época, certamente desde a II Grande Guerra já teriam uma arma até mais avançada que a V2 alemã. Portanto, se assim fosse já teriam melhores condições nessa época citada pelo Von Brau, porém como sabemos não foi assim que aconteceu e o Von Brau veio se tornar o pai do Programa Espacial Americano e o grande responsável pelo homem ter chegado a LUA.
ResponderExcluirAbs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Segundo consta na biografia do Goddard no Wikipedia, os alemães no desenvolvimento do V2, aproveitaram do conhecimento dos foguetes do Goddard, que deveriam ser publicos na epoca:
ResponderExcluirApesar de nos EUA o seu trabalho não ter sido, na época, verdadeiramente reconhecido, os alemães aproveitaram as suas pesquisas para desenvolver armas baseadas na engenharia de foguetões: os foguetões V-2, que ajudaram na destruição de Londres em 1944 e 1945, foram o exemplo mais flagrante. De qualquer forma, o trabalho de Goddard acabou por estar na base da conquista do espaço que se desenvolveu mais tarde.
Pois é Ricardo, foi por ai mesmo, mas também não podemos esquecer do pioneiro russo (téorico) que no final do seculo 19 (se não estiver enganado) formulou as regras do que seria no futuro conhecido como Astronáutica. Infelizmente no momento não recordo o nome dele.
ResponderExcluirAbs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
É claro, sem as teorias dele, não haveria astronautica: Konstantin Tsiolkovsky
ResponderExcluirPois é Ricardo, esse foi o cara que iniciou toda essa história.
ResponderExcluirAbs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Daqui a pouco chegaremos aos antigos chineses que inventaram/descobriram a pólvora e usaram foguetes toscos como artilharia... Hehehehehe!...
ResponderExcluirPois é Antônio, ainda tem os chineses, mas nesse caso ninguém sabe hoje ao certo o nome do inventor da pólvora.
ResponderExcluirAbs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
viu ? Os chineses inventaram a polvora e os primeiros foguetes de artilharia.
ResponderExcluirOs russos tiveram as teorias de Konstantin Tsiolkovsky e anos depois o Sergei Korolev
Os americanos os Dr.Robert Goddard
Os Alemães o Werner von Braun
e o Brasil teve um monte de entusiastas e sonhadores mas ...nosso foguete ainda não coloca nada em orbita. Já os chineses, russos, americanos, franceses, indianos, alemães...
Tens razão Ricardo,
ResponderExcluirNo entanto, ainda tenho esperança que o vôo do VLS XVT-01 venha ocorrer nos primeiros meses de 2012 com sucesso. O problema será depois de 2012, será que o VLM-1 e o VLS-Alfa sairão do papel? Ninguém sabe, o que se sabe é que DILMA pretende cortar muita verba do orçamento da União e nisso o PEB pode ser prejudicado.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
O programa espacial argentino é de me causar inveja. Creio que já disse em algum lugar (na verdade num forum de algum site) o espanto que me causou o seu pioneirismo: começaram pesquisa aeroespacial de foguetes por volta de 1947 (participaram alguns engenheiros ex-nazi-alemães), tendo lançado ratos à alta atmosfera ainda na déc 1960...
ResponderExcluirDetalhe interessante: Sergei Korolev, pelo que sei, não era russo, mas ucraniano, não?
ResponderExcluirVeja bem Antônio!
ResponderExcluirTemos de colocar alguns pontos nos iss. Já quando estourou a II Grande Guerra em 1939 até um pouco depois da mesma, a Argentina (neutra no evento) detinha a 4ª economia do mundo, economia essa que foi sendo destroçada pelo peronismo durante os subseqüentes anos até ser completamente aniquilada pelos militares que levaram à Argentina a guerra com a Inglaterra no conflito das Malvinas nos anos 80. Na verdade as atividades espaciais argentinas iniciaram também em 1961 como a brasileira, só que um pouco depois (meses), porém com mais interesse. Assim sendo, já por volta de 1965 à Argentina tornou-se a quarta nação do planeta a colocar um ser vivo no espaço (ratos) e depois se não me engano um pequeno macaco (mico) que acabou seus dias num zoológico de Córdoba. Nos anos 90, o projeto CONDOR estava próximo de colocar um satélite no espaço, mas por pressão americana o presidente Carlos Menem cedeu desmantelando o projeto e destruindo seus documentos e então a argentina concentrou-se na área de satélites atingindo o atual estágio. Na primeira década deste século com a chegada do “Néstor Carlos Kirchner” e depois de sua esposa “Cristina Fernández de Kirchner” ao poder, é que as atividades com foguetes voltaram a se intensificar na Argentina. Atualmente o que se sabe é que o foguete deles, o TRONADOR II, tem um desempenho muito parecido com o SONDA II brasileiro, lançado pela primeira vez no final da década de 60. Entretanto vale salientar que esse foguete argentino é movido a combustível líquido, tecnologia que ainda não foi testada em vôo no Brasil. Além disso, não se pode deixar de comentar que recentemente os argentinos divulgaram que pretendem colocar um satélite de 200 kg no espaço por volta de 2012, será? Teremos de aguardar para ver, já que diferentemente da área de satélites onde há uma grande divulgação a área de foguetes na argentina vive sob uma áurea de mistério e falta de informação muito grande. É justamente Isso que me traz certa preocupação, até porque na Argentina o Programa Espacial conta com mais apoio, apesar das dificuldades financeiras do país.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Tens razão Antônio, ele nasceu na Ucrânia, ou seja, na época que atuou no programa espacial era soviético. Ele nasceu em Jitomir (Ucrânia) em 30 de dezembro de 1906 e faleceu aos 59 anos em Moscou (Rússia) em 14 de janeiro de 1966.
ResponderExcluirAbs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)