Da Sala de Aula para o Espaço
Olá leitor!
Segue abaixo uma matéria publicada hoje (11/01) no site “Pesquisa FAPESP Online” destacando que curiosamente um grupo de professores e alunos da Escola Municipal Tancredo Neves, de Ubatuba, litoral norte paulista, estão construindo um satélite artificial que deverá ser lançado dos Estados Unidos.
Duda Falcão
Noticiais
Da Sala de Aula para o Espaço
Professores e estudantes de escola de
Ubatuba constroem satélite
Edição Online
11/01/2011
Professores e estudantes de escola de
Ubatuba (SP) constroem satélite que
deverá ser lançado nos Estados Unidos
e entrar em órbita ainda em 2011
Um grupo de professores e 120 estudantes do quinto ano da Escola Municipal Tancredo Neves, de Ubatuba, litoral norte paulista, em conjunto com empresários e pesquisadores voluntários, estão construindo um satélite artificial que deve ser lançado nos Estados Unidos e entrar em órbita ainda este ano.
A iniciativa partiu do professor de matemática Candido Osvaldo de Souza. Em fevereiro de 2010, ele leu em uma revista de divulgação científica que uma empresa dos Estados Unidos, a Interorbital, vendia kits de satélites chamados TubeSats, que permaneciam em órbita a 300 quilômetros de altitude durante três meses. Ousadamente, Souza pensou em construir e lançar um desses. Os alunos aprovaram seu plano, mesmo sabendo que teriam de enfrentar muitas dificuldades, que Souza está superando, uma a uma.
Para começar, não tinham como pagar os U$ 8 mil do kit do satélite. Souza, porém, conseguiu o patrocínio de empresas locais que cobriram as despesas. Depois, ele descobriu que somente por meio de uma fundação seria possível enviar o dinheiro à empresa nos Estados Unidos. Conversou com os dirigentes da escola, com os políticos da cidade e conseguiu transformar a Associação de Pais e Mestres em uma fundação. O professor de matemática teve de batalhar também uma licença do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão federal sediado em São José dos Campos, interior paulista, que constrói e gerencia satélites no Brasil.
Aos poucos, Souza conseguiu o apoio de outros professores, que mobilizaram os estudantes de todas as classes e promoveram um concurso para selecionar a mensagem que o satélite deve emitir nos três meses em que estiver em órbita.
A equipe coordenada por ele e por Emerson Yaegashi, que também ensina matemática, trabalha agora nos dispositivos eletrônicos do interior do satélite. Receberam os componentes e as instruções para montar os protótipos e a versão definitiva. Vendo que precisava de ajuda, Souza procurou uma empresa de robótica e desenvolvimento de software sediada na cidade de São Paulo, a Globalcode, e teve uma grata surpresa: os diretores, Vinicius Senger e Yara Mascarenhas Hornos Senger, moravam em Ubatuba.
“Vencidas as etapas financeira e burocrática, agora o grande desafio é construir o recheio do satélite”, diz Yara. Depois de coordenarem o treinamento sobre eletrônica básica para os professores, Vinicius e Yara começaram voluntariamente a ajudar docentes e alunos a desenhar, corroer e soldar as placas dos protótipos do satélite.
“Criamos a placa Ubatubino, que pode ser reutilizada para outras funções e as próprias crianças podem fabricar, usando programas de fonte aberta (open source) e material simples, como um ferro de passar roupa”, diz Vinicius. “As crianças estão fazendo pequenos computadores, com capacidade similar aos que os astronautas usaram na década de 1960 quando pousaram na Lua. É totalmente viável construirmos satélites educacionais inteiramente no Brasil, sem depender de importações, e promover, por exemplo, competições entre escolas.”
A edição de janeiro da revista SatMagazine, especializada em satélites, citou o trabalho realizado em Ubatuba: “O TubeSats já é parte do currículo de universidades e escolas ao redor do mundo. Talvez o mais ambicioso projeto esteja no Brasil em um programa coordenado por Candido Osvaldo e Emerson Yaegashi, no qual 120 estudantes criaram 22 maquetes do TubeSats em sala de aula. Os alunos que construírem as melhores maquetes ganharão a honra de montar o TubeSat orbital real”.
Sérgio Mascarenhas, coordenador de projetos do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos, tem acompanhado com entusiasmo a construção do satélite de Ubatuba: “O apoio à iniciativa do professor é a saída para melhorarmos a educação no Brasil”, comenta. Em férias, o professor Candido Osvaldo de Souza não foi encontrado para comentar o projeto que ele coordena.
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O vídeo “Mão na massa: aprendendo a soldar, criar placas, corroer e fabricar placas no seu escritório” contém etapas do processo de produção das placas pelos professores e pelas crianças – como a impressão, usando ferro de passar roupa.
Fonte: Site Pesquisa FAPESP Online - 11/01/2011
Comentário: Veja você leitor como são as coisas. Um modesto professor, de uma modesta escola municipal, de uma pequena cidade do litoral norte paulista, com toda dificuldade que uma empreitada como essa normalmente geraria para o seu idealizador, consegue em menos de dois anos fazer o que o INPE (por falta de apoio adequado do governo) não consegue fazer desde 2007, quando então lançou da China o seu último satélite, o CBERS-2B, que inclusive já está desativado. Isso que entendemos como dinamismo, seriedade, trabalho, objetividade, competência e engenhosidade. O professor Candido Osvaldo de Souza não é só um educador, mas acima de tudo é “Gente Que Faz” e por conta disso o nosso reconhecimento pelo seu grande trabalho. Parabéns professor, o Brasil precisa de mais pessoas como o senhor.
Prezado Duda Como sempre seu Blog com ótimas Reportagens, este professor Candido Osvaldo de Souza não é só um educador, mas acima de tudo é “Gente Que Faz.
ResponderExcluirFico muito Feliz em sabem que em toda parte do Brasil temos pessoas envolvidas em Repassar Tecnologia para alunos, e todas fazendo com todo tipo de dificuldades, sem politicagem apenas fazendo suas partes como Brasileiros. Infelizmente o Brasil ainda não acordou para valorizar este tipo de Trabalho, espero que o novo Ministro de Ciência e Tecnologia Reveja a Política atualmente empregada no Brasil que é apenas para muitos poucos favorecidos. Veja Duda na sua Reportagem está bem clara toda dificuldade encontradas e superadas pelos professores deste projeto.
Este projeto mesmo no Sul do Brasil onde tudo acontece teve mil dificuldades imaginem os nossos projetos do NTA no Nordeste em Pernambuco que quando falamos em Ciência e Tecnologia para muitos somos Doidos, Malucos. Professor Pardal etc. Parabéns a Determinação do Prof. Candido Osvaldo de Souza, certamente irei procurar ele para também nos ajudar em nossos trabalhos com satélite artificial.
Termino dando também os Parabéns ao Blog Brazilian Space pelo veiculo de comunicação entra Pesquisadores na Aeroespacial no Brasil onde ficamos a cada momento sabendo de tudo no Brasil e no mundo desde um simples Projeto com Foguetes Experimentais com alunos a Grandes Projetos com foguetes pelo Mundo.
Duda a Comenda Cientifica Dr. Samuel Cunha Filho que você e seu Blog Brazilian Space vai receber em Abril de 2011 das Mão da Cientista da NASA Drª Rosaly Lopes Mundialmente Premiada, inclusive sendo a única brasileira (o) a conquistar até hoje (2005) a conceituada “Medalha Carl Sagan” da prestigiada Sociedade Astronômica Americana ainda é muito pouco para tamanho Serviço Prestado em informações diversas e diárias pelo seu Blog Brazilian Space.
Um abraço, Marcos Luna
Olá professor Marcos Luna!
ResponderExcluirUma vez mais obrigado ao senhor pelo reconhecimento ao nosso trabalho e pode estar certo de que o mesmo continuará sempre buscando trazer ao leitor o melhor das notícias sobre tecnologia espaçial em nosso país. Fiquei surpreso e feliz quando descobrir essa notícia e me apresei para colocá-la no blog. Sabia que certamente o senhor faria uma intervenção e acredito que o NTA deva mesmo entrar em contato com o grupo do professor Candido Osvaldo de Souza visando buscar maiores subsídios para o projeto do nanosatélite. Inclusive quem sabe tentar uma parceria entre o NTA e a Escola Municipal Tancredo Neves, de Ubatuba, visando novos projetos de satélites, foguetes e quem sabe até de robótica. Tenho até um sonho professor, antes de passar desse universo para o universo que comumente chamamos de espiritual. Ou seja, ter a possibilidade de ver um robô de pesquisas geológicas brasileiro andando pela superfície da LUA. Seria o máximo.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Quero aqui também, deixar meu reconhecimento ao PROFESSOR Candido Osvaldo de Souza (escrevo em letras maiusculas, pois é a profissão mais importante do mundo e a mais sacrificada no nosso país), que mesmo com todas as dificuldades, levou seus alunos a onde a maioria dos profissionais espaciais não estão conseguindo chegar até agora. Por si só, este feito deveria ter sido divulgado na TV, em rede nacional, autoridades deveriam condecorar o reconhecimento e nossa sociedade receber de braços abertos estes verdadeiros herois nacionais. Peço para que este exemplo não fique apenas aqui e que o Blog possa acompanhar os passos desta equipe até a vitória final, o laçamento deste satélite.
ResponderExcluirOlá Ricardo!
ResponderExcluirEstaremos sim na medida do possível acompanhando esse projeto do professor CANDIDO OSWALDO DE SOUZA logo que obtiverrmos o seu contato. Talvez até fazendo um entrevista com o mesmo. Realmente é dasanimador não contarmos com uma maior divulgação por parte da mídia brasileira e de um maior apoio do governo em situações como essa. Mas fazer o que? Só nos resta continuar fazendo a nossa parte como estamos fazendo, mesmo com dificuldade, mas com seriedade e determinação.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Muito bom! ótimo trabalho! parabéns ao professor CANDIDO OSWALDO DE SOUZA pela iniciativa e andamento do projeto de construir e colocar em órbita um satélite artificial.
ResponderExcluirSds.
Vando M. Faria
Olá Vando!
ResponderExcluirPois é amigo, o professor CANDIDO OSWALDO DE SOUZA está de parabéns pela iniciativa. Espero em breve obtermos maiores informações sobre este projeto.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)