Ucrânia Recorreu aos EUA por Foguete com o Brasil
Olá leitor!
Segue abaixo uma notícia publicada hoje (25/01) no jornal “Folha de São Paulo” e postada no site da Força Aérea Brasileira (FAB) destacando que a Ucrânia recorreu aos EUA em favor de projeto de foguete com o Brasil.
Duda Falcão
Ucrânia Recorreu aos EUA
por Foguete com o Brasil
RICARDO MIOTO
DE SÃO PAULO
Folha de São Paulo
25/01/2011
A Ucrânia recorreu aos EUA para tentar fortalecer a sua parceria com o Brasil para lançar satélites da base de Alcântara (MA), mostram documentos do WikiLeaks.
Segundo um telegrama escrito pelo diplomata americano no Brasil Clifford Sobel, em fevereiro de 2009, o país europeu teria pedido ajuda aos americanos por meio de seu embaixador no Brasil, Volodymyr Lakomov.
Isso porque os EUA são o grande mercado mundial de satélites - 40% dos satélites do mundo são americanos.
Se o país definir que jamais vai lançá-los no Brasil, a ACS (Alcântara Cyclone Space, empresa binacional responsável pelo projeto brasileiro-ucraniano) se torna menos viável.
Os ucranianos queriam que os EUA deixassem claro seu interesse em lançar seus satélites de Alcântara.
Segundo eles, se não fizessem isso, os russos, que estariam apenas "esperando nos bastidores", então "preencheriam o espaço vazio" - uma aproximação entre Brasil e Rússia no campo espacial desagradaria aos EUA.
Os americanos, então, disseram até ter interesse em apoiar os foguetes de Alcântara. Nos telegramas, deixam claro gostar da parceria entre o Brasil e a Ucrânia, "desde que ela não resultasse em transferência de tecnologia de foguetes [que a Ucrânia tem] para o Brasil" - o país entraria apenas com o sítio de lançamentos.
Justamente para evitar que os brasileiros tivessem tecnologia de lançamento de satélites, os diplomatas americanos escreveram que os EUA "têm uma antiga política de não "encorajar"" as tentativas do Brasil de desenvolver um foguete sozinho (o VLS).
Os diplomatas americanos disseram, porém, que só poderiam apoiar o foguete ucraniano caso o Brasil assinasse um acordo de salvaguardas tecnológicas com eles. Um acordo assim foi vetado em 2003 pelo Congresso Nacional, que acreditava que ele violaria a soberania do Brasil. As salvaguardas incluíam concessão de áreas sob controle direto e exclusivo dos EUA e licença para inspeções americanas sem prévio aviso ao Brasil.
Em um outro telegrama, o diplomata Patrick Linehan reclamava que os EUA até tentavam "avançar com um acordo sobre lançamentos espaciais" com o Brasil, mas dizia que as "súplicas" americanas "encontram sempre o silêncio" como resposta.
Segundo ele, o Brasil se mostra muito disponível para discutir assuntos "de interesse marginal", como "ciência, educação e ambiente", mas que foge quando os assuntos são negócios ou propriedade intelectual. "[O Brasil tem] hipersensibilidade em questões que considera infringirem a sua soberania", e isso pode ser visto como "sinal de imaturidade política", dizia. "Muitos brasileiros acreditam que os EUA têm interesses na Amazônia", exemplificava. A ACS deve custar ao país quase R$ 1 bilhão.
Com o tamanho limitado do mercado de lançamentos comerciais de satélites, a empresa pode ficar deficitária por até duas décadas. A promessa é iniciar as operações ainda em 2012.
A Folha e outros seis jornais do mundo têm acesso aos telegramas do WikiLeaks antes da sua divulgação no site da organização (www.wikileaks.ch).
Fonte: Jornal “Folha de São Paulo” via o NOTIMP do Site da Força Aérea Brasileira (FAB)
Comentário: Veja você leitor que na matéria do jornal “Folha de São Paulo” o tom foi diferente do usado pelo jornal “O GLOBO” e por essa visão não há como gerar suspeitas claras de sabotagem no acidente com o VLS de 2003. No entanto, entre as brandas palavras escritas pelo jornalista da Folha pode-se ainda identificar sutis indícios de algo errado. Será que houve realmente sabotagem no acidente do VLS? Isso infelizmente é algo que muito provavelmente jamais teremos certeza.
Infelizmente vemos tudo movido a interesse de retorno financeiro sempre no primeiro plano, nunca o cientifico e evolução da humanidade!
ResponderExcluirNão entendo por que a Ucrania ainda "confia" nos EUA, os EUA sempre quebram protocolo quando o interesse é economico-financeiro, isso foi evidente na ultima invasão do Iraque, e os argumentos pateticos que os EUA usaram e a falencia da ONU para intermediar alguma coisa!
Não sei por que as nações ainda confiam em algum tratado com os EUA! Eles já demonstraram que para conseguir atingir seus interesses economicos, financeiros, quebram protocolo, quebram veto, invandem, e tomam para si as riquezas naturais/intelectuais do lugar!
Espero que o Brasil, continue investindo nas relações/parcerias com a China e Russia principalmente, esqueçam os EUA, por que eles já deixaram claro que não tem interesse de ver o Brasil se desenvolvendo na area espacial.
Att,
Deiverson Silveira
Será que se o Brasil assinase um acordo similar com EUA mas ao contrario eles iriam permitir o Brasil fazer inspeções irrestritas em Cabo Canaveral, Vandenberg, lógico que não esses americanos querem mandar no mundo ,niguem merece ....
ResponderExcluirNão tenho nada contra, tampouco a favor dos estadunidenses, mas levantar esta hipótese de sabotagem por parte deles no acidente do VLS, é completamente descabida, mas, entendo, justificável por aqueles que desconhecem o projeto ou não têm nenhum conhecimento do que ocorreu durante a operação de lançamento. Se conhecessem, a suspeita seria tão juvenil, equiparável àquela dos que questionam se eles, os EUA, foram realmente a Lua.
ResponderExcluirVeja bem Deiverson, a Ucrânia esta em má situação financeira e não seria politicamente correto e nem um pouco inteligente eles brigarem com os EUA, onde eles têm muitos interesses. Além do que, se houve realmente interferência americana para que os uranianos não aceitassem nas negociações do acordo a transferência de tecnologia, vale lembrar que não é algo que não seria bem recebido pelos próprios ucranianos, afinal na realidade ninguém gosta de transferir tecnologia, no máximo aceitam de bom grado o desenvolvimento conjunto.
ResponderExcluirTambém vale lembrar que a tecnologia utilizada pelos motores-foguetes ucranianos (que não é totalmente ucraniana e sim em grande parte tecnologia russa não mais utilizada) apesar de ter uma boa confiabilidade não é de ponta e nem politicamente correta, já que é altamente tóxica. Sendo assim, em todo caso esse acordo foi um erro e o Brasil perdeu muito tempo e ainda perderá por não ter privilegiado o acordo com os russos na área de foguetes e por não ter buscado outros acordos com os chineses na área de satélites e de tecnologias críticas. Em outras palavras, o PEB é uma bagunça sem qualquer perspectiva de mudança nos próximos anos, há não ser que venhamos obter vitórias expressivas que chamem a atenção da sociedade nas próximas atividades espaciais, como por exemplo o sucesso no lançamento do VLS-1 VO4 em 2014.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Olá André!
ResponderExcluirRespondendo a sua pergunta, não, eles jamais assinariam um acordo como o proposto ao Brasil. Quanto a sua colocação que eles querem mandar no mundo, na realidade não é que eles queiram, eles mandam, e tem sua tarefa facilitada por governos despreparados, corruptos e incompetentes como um que existe num certo país tupiniquim sul-americano.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Olá J!
ResponderExcluirObrigado pela sua colaboração e esteja sempre à vontade para dar a sua opinião. Bom, você nos traz a sua visão e acredito que a mesma seja baseada no relatório do acidente que foi apresentado e que em nossa modesta opinião demonstrou ser inconclusivo. Não participo da idéia convicta que tenha havido sabotagem no acidente, pois não existem provas concretas que nos leve a chegar essa conclusão. No entanto, não posso descartar essa possibilidade, pois se assim aconteceu, não seria a primeira vez e acredito que isso seja muito comum nos bastidores de alta tecnologia. Além disso, não podemos esquecer-nos da denúncia feita pelo Cel. Roberto Monteiro de Oliveira do Exercito brasileiro e ex-chefe do SNI feita meses antes do acidente e que você pode verificar num vídeo postado no youtube (veja no o vídeo “INVASÃO TERRITORIAL DO BRASIL (ALCÂNTARA URGENTE”). Além disso, o “Comando da Aeronáutica” tem se preocupado em investir significamente em segurança nos últimos três anos tanto no CLA, quanto no CLBI, preparando suas equipes em diversas áreas de segurança. Para finalizar, na última vez que estive em São José dos Campos, diversos profissionais do setor espacial com quem tive contato disseram que houve sim diversos indícios de sabotagem, mas se reservaram o direito de não apontar suas fontes. Como disse anteriormente em outro comentário no blog, esse assunto jamais será esclarecido e deverá se restringir aos obscuros bastidores da inteligência e da política dos dois países.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)