O Telescópio Espacial James Webb Pode Ter Descoberto as Misteriosas Estrelas Escuras
Olá leitores e leitoras do BS!
Pois então, vejam abaixo uma notícia publicada ontem (20/07) no site ‘Canaltech’,
destacando que um novo estudo sugere que o ‘Telescópio
Espacial James Webb’ pode ter descoberto ‘estrelas’ alimentadas por ‘matéria
escura’. Entenda melhor essa história pela notícia a baixo.
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James Webb Pode Ter Encontrado as Misteriosas Estrelas
Escuras
Por Daniele Cavalcante
Editado por Patricia Gnipper
20 de Julho de 2023 às 16h39
Via: Web Site Canaltech - https://canaltech.com.br
Fonte: ESA, NASA, S. Beckwith, Northrop Grumman
O telescópio James Webb (JWST) pode ter encontrado
estrelas alimentadas por matéria escura, sugere um novo estudo. Se a proposta
estiver correta, tais estrelas escuras poderiam explicar galáxias
muito distantes que não se encaixam no modelo cosmológico padrão.
Em 2022, o JWST detectou três
objetos classificados como galáxias, mas suas distâncias indicavam que elas
já existiam 320 milhões de anos após o Big Bang; naquela época, o universo
tinha apenas 2,3% de sua idade atual. O problema é que, segundo os modelos
atuais, galáxias não poderiam se formar em apenas 320 milhões de anos.
Por isso, um novo estudo propõe outras possibilidades
para algumas dessas galáxias recordistas de idade. Elas poderiam ser estrelas
negras, um tipo de objeto formado por matéria comum e alimentado pela
aniquilação de partículas de matéria escura em seu interior.
O Que São Estrelas Escuras?
Estrelas escuras foram propostas pela primeira vez por
Katherine Freese, Doug Spolyar e Paolo Gondolo em 2008. Trata-se de um tipo
hipotético de estrela que pode ter existido antes mesmo das estrelas comuns
aparecerem. Seriam compostas por matéria normal, porém com alta concentração de
matéria
escura de neutralino em seus núcleos.
(Imagem: Reprodução/NASA/ESA)
Os objetos JADES-GS-z13-0, JADES-GS-z12-0 e JADES-GS-z11-0, detectadas em 2022 e identificadas como galáxias. |
Os neutralinos são partículas (também hipotéticas)
candidatas a partículas formadoras da matéria escura. Eles teriam sido
produzidos termicamente no Big
Bang e se aniquilam quando interagem entre si. No estudo de 2008, os
neutralinos estariam nos núcleos das estrelas escuras, gerando calor através
das reações de aniquilação.
Sem a capacidade de colapsar em um objeto denso, a
estrela escura seria uma enorme nuvem de hidrogênio e hélio com diâmetro de
quatro a 2.000 unidades astronômicas — para comparação, 1 unidade astronômica
corresponde à distância entre a Terra e o Sol. Portanto, as estrelas escuras
são incrivelmente gigantes.
Além disso, o brilho desses objetos pode ser confundido
com galáxias antigas, mesmo possuindo uma temperatura superficial baixa o
bastante para ser invisível a olho nu. Entretanto, seriam detectáveis por suas
emissões de raios gama, neutrinos, e antimatéria.
Galáxias ou Estrelas Escuras?
Os três objetos detectados pelo JWST em 2022 foram
nomeados JADES-GS-z13-0, JADES-GS-z12-0 e JADES-GS-z11-0 e estão entre as
galáxias mais distantes — e, portanto, antigas — já encontradas. Mas e se não
forem galáxias?
Astrônomos ainda estão perplexos com a possibilidade de
galáxias terem se formado tão cedo no universo, mas talvez esses objetos, e
muitos outros classificados como galáxias, sejam as estrelas escuras.
(Imagem: Reprodução/NASA/ESA/CSA/STScI/M. Zamani/L.
Hustak/B. Robertson/S. Tacchella/E. Curtis-Lake/S. Carniani/Colaboração JADES)
Freese, que também faz parte do novo estudo, explica que
“quando olhamos para os dados do James Webb, existem duas possibilidades. Uma é
que são galáxias contendo milhões de estrelas comuns de população III. A outra
é que são estrelas escuras. E, acredite ou não, uma estrela escura tem luz
suficiente para competir com uma galáxia inteira de estrelas”.
Teoricamente, estrelas escuras poderiam ser até 10
bilhões de vezes mais brilhantes que o nosso Sol, então faz sentido que elas
sejam visíveis pelo James
Webb mesmo estando a 13 bilhões de anos-luz de distância. Contudo, novas
observações serão necessárias para saber se essa ideia é válida ou se deve ser
descartada.
O novo artigo foi publicado na Proceedings of the
National Academy of Sciences.
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