Bernardo Hartogs, Um Morador de Londres Que Poderá Se Tornar o Terceiro Brasileiro no Espaço
Olá leitores e leitoras do BS!
Segue abaixo uma notícia publicada ontem (03/07) no site “CNN Brasil”, informando que um brasileiro
de 67 anos chamado Bernardo Hartogs, radicado em Londres, está na lista para viajar como turista espacial
na Espaçonave VSS Unity da Virgin Galactic, e assim se tornar o terceiro
brasileiro no Espaço e o segundo a participar de uma Missão Espacial Suborbital.
Saibam mais desta história pela matéria abaixo.
Brazilian Space
Indústria do Turismo - Espaço - Turismo
Virgin Galactic: Após 18 Anos de Espera, Brasileiro Pode Viajar ao Espaço Como Turista em 2024
Da CNN
3 julho 2023
Fonte: Site CNN Brasil - https://www.cnnbrasil.com.br
Foto: PA
Media
Depois de quase duas décadas de espera, o executivo
Bernardo Hartogs acredita que está chegando um momento histórico na sua vida.
O brasileiro de 67 anos radicado em Londres está na lista
para viajar como turista espacial pela Virgin Galactic, empresa que começou a
oferecer voos espaciais comercialmente.
O foguete Unity, da Galactic, vai começar a levar a
partir de agosto as mais de 800 pessoas que já compraram ingressos para fazer
turismo espacial.
Hartogs está no grupo de "fundadores" — as
primeiras pessoas que compraram ingressos, em 2005. São pouco mais de 40
pessoas que há 18 anos aguardam a oportunidade de ir ao espaço sem a
necessidade de treinamentos pesados, como fazem os astronautas.
A previsão inicial da Virgin era de que os primeiros voos
aconteceriam em 2008.
Mas o projeto sofreu inúmeros percalços ao longo do tempo
— inclusive um acidente com um veículo de testes em 2014 que matou um piloto.
Os custos e prazos do projeto foram muito maiores do que o previsto
inicialmente.
Na semana passada, o avião-foguete Unity, da Virgin
Galactic, finalmente iniciou suas operações comerciais.
O veículo sobrevoou o deserto do Novo México na
quinta-feira (29/6) com três pesquisadores italianos a bordo, que conduziram
experimentos científicos em condições de baixíssima gravidade.
Ficha 30
Hartogs conta que ao longo das décadas, a Virgin Galactic
sempre se manteve em contato praticamente semanal com os chamados
"fundadores".
Ele fez treinamentos, viajou algumas vezes ao deserto de
Mojave, nos EUA, e já conversou algumas vezes com o bilionário Richard Branson
— o CEO do grupo Virgin e idealizador do voo espacial comercial.
Agora que os voos finalmente começaram, Hartogs conta que
foi sorteado com o número 30 na lista de pessoas a irem para o espaço. Cada voo
carrega quatro passageiros e dois pilotos — e acredita-se que haverá um voo por
mês.
O brasileiro calcula que sua vez de ir ao espaço chegará
entre abril e junho de 2024.
A partir de 2026, com ajuda de novas tecnologias que
estão sendo desenvolvidas, a Virgin quer aumentar a frequência de voos para uma
vez por semana.
ARQUIVO PESSOAL
Hartogs diz que seu entusiasmo com a perspectiva de
viajar no foguete não diminuiu ao longo dos anos.
"Vou sair fora da atmosfera do nosso planeta, que
deve ser uma sensação inimaginável", disse Hartogs à BBC News Brasil.
O executivo do mercado de petróleo tinha menos de 50 anos
quando comprou seu ingresso. Ele descobriu a possibilidade de voar para o
espaço como turista por acaso. Sua filha era amiga de infância de um dos
executivos da Virgin. Um dia, em um café, o executivo contou a Hartogs sobre os
planos pioneiros da empresa.
"Ele disse: 'Estamos planejando enviar pessoas ao
espaço. E você pode comprar um ingresso de fundador. Quem pagar agora, poderá
estar entre os primeiros a viajar.' Ele me mandou um DVD, que eu olhei em casa.
Logo depois, eu telefonei para ele e disse: 'Eu compro'."
Hartogs gosta de velocidade e aventuras. Ele possui uma
coleção de carros antigos de Fórmula-1 — Lotus-15, Lotus 18, Alfa Romeo e Ford
GT 40 — e costuma pilotar esses modelos antigos em circuitos como Silverstone e
Monza.
No solo, esses carros superam velocidades de 200
quilômetros por hora — mas, no foguete, Hartogs viajará a uma velocidade
próxima a Mach 3, ou seja, mais de 3 mil quilômetros por hora (ou três vezes a
velocidade do som).
O Unity é um veículo suborbital. Isso significa que ele
não pode atingir a velocidade e a altitude necessárias para ficar em órbita, ou
seja, se manter no espaço e circundar o globo.
O Unity é primeiro transportado por um avião muito maior
a uma altitude de cerca de 15 km (50 mil pés), de onde o foguete é lançado. Um
motor na parte traseira do Unity é então acionado.
A altura máxima alcançada pelo Unity é de aproximadamente
90 km (295 mil pés).
Em pouco tempo, a gravidade puxa o veículo de volta à
terra. Mas a espaçonave foi projetada para oferecer aos passageiros vistas
deslumbrantes no topo de sua subida e permitir que eles experimentem a ausência
de gravidade por alguns minutos.
Os passageiros podem desafivelar o cinto para flutuar até
uma janela, antes que o avião estabilize sua queda e deslize de volta para a
terra.
Amadurecimento
Hoje aos 67 anos, ele conta que essas quase duas décadas
de espera serviram apenas para amadurecer ainda mais sua convicção de ir ao
espaço — e também ajudaram a convencer seus familiares, que inicialmente tinham
receios sobre a aventura.
"Só de pensar que vou para o espaço em seis, sete
meses, isso é uma loucura. Mas [essa demora] ajudou a convencer melhor a minha
família a me deixar ir", diz ele, em meio a risadas. Apesar das
brincadeiras, ele diz que seus familiares apoiam seu sonho.
"Eu falei com o Richard Branson quando ele voltou da
viagem que ele fez ao espaço [em 2021] e ele me disse que essa experiência é
algo que só se pode entender viajando mesmo. É algo que muda toda a sua
perspectiva."
Em 2005, quando os primeiros bilhetes para o espaço foram
vendidos, noticiou-se que os chamados "fundadores" — como Bernardo
Hartogs — pagaram US$ 200 mil.
Hoje a Virgin Galactic vende o pacote de viagem — que
dura 90 minutos — por US$ 450 mil (mais de R$ 2 milhões). A empresa diz que,
apesar do preço alto, a demanda por viagens espaciais é alta, e mais de 800
pessoas estão inscritas.
Reuters
Ao longo dos anos, outras empresas também entraram no
mercado de turismo espacial.
A Virgin Galactic perdeu a corrida para levar passageiros pagantes ao
espaço em 2021 para a Blue Origin, empresa do bilionário Jeff Bezos.
O multimilionário americano Dennis Tito se tornou o
primeiro turista espacial do mundo pagando US$ 20 milhões (cem vezes mais do
que o valor pago pelos "fundadores" da Virgin).
O fundador da Amazon tem um sistema de foguetes e
cápsulas chamado New Shepard. É uma abordagem diferente do Unity, mas que faz
essencialmente o mesmo trabalho de levar as pessoas a viagens curtas acima da
atmosfera.
Agora, a entrada da Virgin Galactic no mercado marca uma
nova era no turismo espacial, com voos regulares de mais empresas — além da
Virgin e da Blue Origin, a Space X, de Elon Musk, também atua nesse mercado.
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