Artigo: O New Space Brasileiro – Ao Infinito e Além
Olá
leitores e leitoras do BS!
Segue
abaixo um artigo postado dia (24/07) no site da 'Revista Tecnologia & Defesa'
tendo como tema ao New Space e as atividades espaciais da empresa brasileira ‘Concert Technologies’, que
recentemente criou uma unidade de
negócios exclusiva para o setor espacial: a 'Concert Space'. Saiba mais pelo
artigo abaixo.
Brazilian
Space
ESPACIAL -
INDÚSTRIA
O New Space Brasileiro – Ao infinito e Além
Por Redação Tecnologia
& Defesa
24 de Júlio de 2023
Fonte: Revista Tecnologia & Defesa - https://tecnodefesa.com.br
O setor
aeroespacial é uma peça-chave para o desenvolvimento de qualquer país e, no
Brasil, tem um papel ainda mais estratégico, uma vez que este segmento
brasileiro possui relevância internacional. Diante desse cenário repleto de
oportunidades, o chamado “New Space” tem ganhado força como um movimento que
visa estimular o ecossistema espacial, descentralizando o conhecimento e a
produção de novas tecnologias, além de democratizar o acesso aos serviços
satelitais, como forma de impulsionar o mercado e o desenvolvimento do setor.
Navegando
nessa nova economia, que pode colocar o Brasil em uma posição de
destaque, novos negócios têm surgido de maneira acelerada. Mais investimentos
serão necessários nesse setor nos próximos anos.
Empresas
brasileiras estão implementando projetos ousados na área de tecnologia, visando
atender a uma demanda latente não só no Brasil, mas em todo o mundo. É o caso
da Concert Technologies, que criou recentemente uma unidade de negócios
exclusiva para o setor aeroespacial: a Concert Space.
A unidade
nasce com um portfólio de produtos e serviços voltados para o setor
aeroespacial, com um enorme potencial de explorar as oportunidades e realizar
importantes parcerias. Esta oferece sistemas de Sincronização, Top-Decolagem,
Sistema de Controle Operacional e Disparo (SCOD) e Sistema Integrado de
Tratamento de Dados de Rastreio (SITDR). Além disso, desenvolve produtos sob
demanda – embarcados ou não, tanto para o Segmento de Solo, quanto Espacial.
A Concert
atuou na Missão Espacial Completa Brasileira (MEC-B) desde a origem do Centro
de Lançamento de Alcântara (CLA), localizado no Maranhão, dominando as
tecnologias necessárias ao controle das operações de lançamento e desenvolvendo
soluções personalizadas ao contexto do Centro.
Ao longo de
40 anos, a Concert desenvolveu vários sistemas operacionais para o CLA e também
para o Centro de Lançamentos da Barreira do Inferno (CLBI), em Natal (RN).
Entre eles, os de Sincronização, que garantem a sinergia temporal de todos os
sistemas envolvidos nas operações e fazem a contagem regressiva para os
lançamentos, os sistemas que monitoram e rastreiam o voo do foguete, e os
Sistemas de Disparo e Top-Decolagem.
A Concert
também é especialista em sistemas de operações críticas em tempo real, tendo
participado de um dos maiores projetos desenvolvidos no Brasil em prol do
monitoramento e proteção da Amazônia – o SIVAM (Sistema de Vigilância da Amazônia).
A empresa desenvolveu um módulo para identificar ligações clandestinas via
rádio e outro para checar a disponibilidade de toda a infraestrutura crítica de
TI do sistema.
Projetos Espaciais
Atualmente,
a Concert está executando, junto com parceiros, a encomenda tecnológica
promovida pela FINEP/AEB para desenvolver uma plataforma inercial e computador
de navegação de um lançador de satélites. O produto derivado desse projeto tem
inúmeros usos em outros mercados, caracterizando-se como uma tecnologia dual,
com aplicação tanto no setor aeroespacial como na indústria. Pode ser usado,
por exemplo, no controle de navegação de drones e na estabilização de plataformas
de exploração de petróleo.
“Temos
vários ativos tecnológicos que constituem uma área de atuação distinta das
nossas outras unidades (Engenharia, Lab e Thingable). Essa é uma das
razões de criar uma identidade própria para um segmento de mercado. Além disso,
o conceito de New Space abre novas oportunidades de negócios, que podem ser
melhor exploradas através de uma unidade de negócios mais identificada com o
setor”, ressalta o presidente do Grupo Concert Technologies, Ângelo Fares.
Segundo o
executivo, a Concert Space manterá sua oferta de serviços especializados para
os centros brasileiros e procurará ofertar serviços para as empresas que visam
acessar o espaço a partir de Alcântara. Numa visão de médio prazo, a Concert
Space pretende operar uma constelação de satélites de baixa órbita para
imageamento inteligente e serviços de IoT.
Aplicações
As viagens
espaciais, satélites artificiais, sondas e tantos outros instrumentos são
fundamentais para embasar pesquisas em múltiplas áreas do conhecimento,
facilitando a vida das pessoas e possibilitando o estudo dos fenômenos naturais
e mudanças climáticas. Os impactos sociais e econômicos são grandes. Vários
setores podem usufruir das soluções criadas, como acontece hoje com a
agricultura, que utiliza dados de satélite para melhorar a produção,
identificando até o nível de umidade para prever como será a colheita.
Praticamente
todas as atividades humanas têm hoje alguma relação com o setor aeroespacial.
Sinais de telefone, navegação (GPS), TV, rádio e serviço de meteorologia, por
exemplo, são alguns dos recursos que não conseguimos mais imaginar o mundo sem
eles.
O setor
aeroespacial é, ainda, uma ferramenta importante de conservação ambiental,
permitindo ao Brasil cumprir com mais agilidade e efetividade os Objetivos do
Desenvolvimento Sustentável (ODS). Isso envolve tecnologias como sensoriamento
remoto, IoT (Internet das Coisas) e Inteligência Artificial, incluindo aí o
patrulhamento de fronteiras por meio de câmeras e microfones de alta
sensibilidade.
Mercado Aeroespacial
A indústria
aeroespacial compreende atividades de pesquisa, projeto, fabricação e operação
de aviões, foguetes e outros veículos de transporte aéreo e espacial. As
aplicações podem se dar no campo militar, industrial ou comercial. O Brasil
possui uma relevância internacional neste setor, com participação importante na
Base Industrial de Defesa (BID), respondendo por cerca de 40% do número de
empresas e 25% dos funcionários, fornecendo uma variada gama de produtos e
serviços, desde aviões, helicópteros, satélites e veículos lançadores, até seus
conjuntos e partes estruturais, sistemas e equipamentos embarcados. De acordo
com estudos recentes, a indústria aeroespacial também representa uma
exceção dentro da estrutura produtiva brasileira, pois é a única indústria de
alta tecnologia do Brasil que possui uma inserção ativa no mercado
internacional.
Estima-se
que, a cada R$ 1 investido, o setor espacial retorna entre R$ 10 e R$ 20 para a
economia do país, seja na forma de salários, de impostos, de faturamento, ou de
crescimento de valor agregado das empresas. “O investimento no setor
aeroespacial não é só uma oportunidade de mercado, é também um caminho sem
volta”, avalia Ângelo.
Analistas
da Morgan Stanley estimam também que o mercado atual da indústria espacial
saltará dos atuais US$ 350 bilhões para mais de US$ 1 trilhão em 2040, por meio
das iniciativas de “New Space”, envolvendo centenas de empresas de todos os
portes, que estão reduzindo drasticamente o custo de satélites e de seus
lançamentos. O mercado de comunicações para IoT também é um dos motores do “New
Space”, sendo estimado pela EuroConsult um volume de negócios de US$13,5
bilhões entre 2022 e 2030.
“Não é
qualquer país que possui a capacidade de colocar satélites em órbita. O Brasil
está numa posição privilegiada, pois o Centro de Lançamento de Alcântara está
pronto para receber operadores de todo o mundo. E isso tem um poder enorme de
atração de novos investimentos e tecnologias. A oportunidade está aí e pode nos
trazer benefícios em escala”, avalia Ângelo.
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