Como Atualmente os Pesquisadores Sabem Se Um Sinal Vem Mesmo de Uma Civilização Extraterrestre?
Olá leitores e leitoras do BS!
Pois então, segue abaixo uma interessante matéria postada
dia (18/07), no site ‘Inovação
Tecnológica’, destacando como
atualmente os pesquisadores sabem se um Sinal vem mesmo de uma Civilização
Extraterrestre. Entendam melhor essa história pela matéria abaixo.
Brazilian Space
ESPAÇO
Como Saber Se Um Sinal Vem Mesmo de Uma Civilização Extraterrestre?
Redação do Site Inovação Tecnológica
18/07/2023
[Imagem: Zayna
Sheikh-Breakthrough Listen]
Evitando os Falsos Positivos
Um desafio quase
tão grande quanto captar a transmissão de um sinal
de inteligência extraterrestre está em se certificar de que qualquer sinal
suspeito seja de fato de origem alienígena.
A maioria das
pesquisas SETI (Busca por Inteligência Extraterrestre) de hoje são realizadas
por radiotelescópios instalados no solo, o que significa que qualquer
interferência de rádio terrestre ou via satélite - de telefones celulares,
fornos de micro-ondas, motores de carros até constelações de satélites - pode
produzir um blip de rádio que imita uma assinatura tecnológica de uma
civilização desconhecida.
Em 2015, por
exemplo, um radiotelescópio
captou sinais emitidos pelo forno de micro-ondas que os cientistas usavam
para esquentar seu almoço.
Para fugir desses
falsos alarmes, a técnica mais usada hoje consiste em apontar a antena para um
lugar diferente no céu e, em seguida, retornar algumas vezes ao local onde um
sinal suspeito foi originalmente detectado, para confirmá-lo. Ajuda, mas está longe
de ser ideal, porque uma transmissão alienígena pode ser pontual, e algo
estranho produzido aqui na Terra também pode se repetir.
Por isso,
pesquisadores da Universidade de Berkeley, nos EUA, que operam o projeto Breakthrough
Listen (Audição reveladora, em tradução livre), o maior
projeto de busca por sinais de vida extraterrestre já feito, desenvolveram
uma nova técnica para garantir que os sinais captados não se originaram aqui na
Terra.
Impressão Digital de Um Sinal Extraterrestre
A nova técnica
consiste em procurar evidências de que o sinal candidato realmente passou pelo
espaço interestelar
[Imagem: Bryan
Brzycki et al. - 10.3847/1538-4357/acdee0]
Ao observar os
céus com os mais diversos objetivos, captando das emissões típicas das estrelas
às explosões de supernovas, e fazendo isto há décadas, os astrônomos sabem que
as fontes cósmicas naturais de ondas de rádio produzem uma ampla gama de
comprimentos de onda, ou seja, essas fontes emitem ondas de rádio de banda
larga.
Já as emissões de
origem tecnológica produzem sinais de rádio de banda estreita - compare, por
exemplo, a estática captada em um rádio fora de sintonia com um rádio
sintonizado em uma estação FM, por exemplo.
E as observações
astronômicas também trouxeram outra informação essencial: Ao trafegar pelo meio
interestelar - basicamente consistindo em elétrons livres - as transmissões de
rádio são afetadas de modo muito característico.
Os sinais vindos
de fora da Terra tendem a aumentar e diminuir em amplitude ao longo do tempo -
isto é, eles cintilam. Isso ocorre porque os sinais são ligeiramente
refratados, ou dobrados, pelo plasma frio no espaço interestelar, de modo que,
quando as ondas de rádio finalmente chegam à Terra por caminhos diferentes, as
ondas interferem, tanto positiva quanto negativamente.
Detecção da Cintilação
A equipe então
desenvolveu um algoritmo de computador que analisa a cintilação dos sinais e
extrai aqueles que escurecem e clareiam em períodos de menos de um minuto, o
que serve como um excelente indício de que eles passaram pelo meio
interestelar. Isto permitirá filtrar automaticamente a maioria das fontes de
interferência de origem terrestre.
"Isso
implica que poderemos usar uma canalização adequadamente ajustada para
identificar inequivocamente emissões artificiais de fontes distantes em relação
à interferência terrestre," disse Imke de Pater, coordenador da pesquisa.
"Além disso, mesmo que não usássemos essa técnica para encontrar um sinal,
essa técnica poderia, em certos casos, confirmar um sinal originário de uma
fonte distante, em vez de local. Este trabalho representa o primeiro método
novo de confirmação de sinal, além do filtro de reobservação espacial, na
história da SETI de rádio."
A nova técnica
será útil apenas para sinais que se originam a mais de 10.000 anos-luz da
Terra, uma vez que um sinal deve percorrer o meio interestelar por uma
distância suficiente para apresentar uma cintilação detectável. Qualquer coisa
originada nas proximidades, como um sinal detectado em 2020, conhecido como
BLC-1, por exemplo, que parecia vir da nossa estrela mais próxima, Próxima
Centauro, não apresentaria esse efeito.
Bibliografia:
Artigo: On
Detecting Interstellar Scintillation in Narrowband Radio SETI
Autores:
Bryan Brzycki, Andrew P. V. Siemion, Imke de Pater, James M. Cordes, Vishal Gajjar,
Brian Lacki, Sofia Sheikh
Revista:
The Astrophysical Journal
Vol.: 952,
Number 1
DOI:
10.3847/1538-4357/acdee0
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