Misteriosa 'Massa de Granito Quente' é Encontrada Enterrada na Superfície da Lua
Olá leitores e leitoras do BS!
Pois então, segue abaixo uma interessante notícia postada dia (07/07), no site ‘Inovação Tecnológica’, destacando que um grande 'Batólito de Granito Quente' foi encontrado enterrado na superfície da Lua.
Brazilian Space
ESPAÇO
Grande Batólito de Granito Quente é Descoberto Enterrado na Lua
Redação do Site Inovação Tecnológica
07/07/2023
[Imagem: Matthew
A. Siegler et al. - 10.1038/s41586-023-06183-5]
À esquerda, a seta mostra a posição do batólito no outro lado da Lua. O centro e a direita mostram o gradiente de calor do granito. |
Batólito na Lua
Cientistas identificaram uma misteriosa massa de granito
que emite calor, enterrada sob a superfície do lado distante da Lua, o lado que
não é visível da Terra.
Parece parte do enredo de 2001: Uma Odisseia no Espaço,
em que a história da humanidade começa a mudar com a descoberta de um monólito
na Lua.
Mas aqui é ciência real e, embora intrigante, é uma
característica natural do nosso satélite, e não obra de seres desta ou de outra
dimensão.
De fato, não se trata de um monólito, mas de um batólito.
Também conhecido como plutonito, é uma grande massa de granito, um material
que, na Terra, tem sua gênese associada à água e à tectônica de placas, dois
elementos que não estão presentes na Lua.
"Esta descoberta é um batólito de 50 km de largura;
Um batólito é um tipo de rocha vulcânica que se forma quando a lava sobe na
crosta terrestre, mas não entra em erupção na superfície. El Capitan e Half
Dome, em Yosemite, na Califórnia, são exemplos de rochas de granito
semelhantes que subiram à superfície," contou a professora Rita Economos,
do Instituto de Ciência Planetária, nos EUA.
Granito Sem Água e Sem Tectônica de Placas
A descoberta foi feita por um grupo de cientistas
planetários de vários países, que usaram dados das sondas espaciais Lunar
Prospector e Lunar Reconnaissance, da NASA, e Chang'e 1 e 2, da
China.
A região, entre as crateras Compton e Belkovich, tem uma
temperatura 10 ºC acima da temperatura típica do restante da superfície lunar.
[Imagem: Matthew A. Siegler et al. -
10.1038/s41586-023-06183-5]
"Nós descobrimos um calor extra saindo do solo em um
local na Lua que se acredita ser um vulcão extinto há muito tempo, que entrou
em erupção há mais de 3,5 bilhões de anos. Ele tem cerca de 50 km de diâmetro e
a única solução que podemos pensar que produz tanto calor é um grande corpo de
granito, uma rocha que se forma quando um corpo de magma - a lava não
erupcionada - abaixo de um vulcão esfria. O granito tem altas concentrações de
elementos radioativos, como urânio e tório, em comparação com outras rochas da
crosta lunar, causando o aquecimento que detectamos na superfície lunar,"
disse Matthew Siegler, membro da equipe.
Encontrar uma quantidade tão grande de granito abre a
possibilidade de achados semelhantes em outros lugares sob a superfície da Lua.
"Isso é mais parecido com a Terra do que imaginávamos que poderia ser
produzido na Lua, que carece da água e das placas tectônicas que ajudam os
granitos a se formarem na Terra. O que isso também mostra é que o sensoriamento
remoto pode captar recursos ocultos, e isso será útil na exploração de outros
corpos planetários do Sistema Solar," disse Siegler.
Bibliografia:
Artigo: Remote detection of a lunar granitic batholith
at Compton-Belkovich
Autores: Matthew A. Siegler, Jianqing Feng, Katelyn
Lehman-Franco, Jeffery C. Andrews-Hanna, Rita C. Economos, Michael St. Clair,
Chase Million, James W. Head, Timothy D. Glotch, Mackenzie N. White
Revista: Nature
DOI: 10.1038/s41586-023-06183-5
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