Pesquisador da Universidade de Ottawa Defende Que o Universo Pode Ter 26,7 Bilhões de Anos de Idade
Olá leitores e leitoras do BS!
Pois então, segue abaixo uma matéria postada ontem (11/07), no site ‘Inovação Tecnológica’, destacando que segundo um pesquisador da Universidade
de Ottawa, no Canadá, o Prof. Rajendra Gupta, o Universo pode ter 26,7 Bilhões
de anos de idade, invés dos 13,797 bilhões de anos como se acredita
atualmente. Entendam melhor essa
história pela matéria a baixo.
Brazilian Space
ESPAÇO
Revolução na Cosmologia: Universo Pode Ter 26,7
Bilhões de Anos de Idade
Redação do Site Inovação Tecnológica
11/07/2023
[Imagem: NASA/WMAP]
Esta é a visão da evolução do Universo mais aceita hoje. Mas ela pode precisar ser esticada, e muito. |
Idade do Universo
Há décadas, os astrônomos e físicos calculam a idade do
nosso Universo medindo o tempo decorrido desde o Big Bang, o que é feito
basicamente por duas técnicas: pela idade das estrelas mais antigas ou pela
recessão das galáxias, com base no seu desvio para o vermelho.
Em 2021, graças a novas técnicas e avanços tecnológicos,
a idade
do Universo foi estimada em 13,797 bilhões de anos, usando o modelo de
concordância Lambda-CDM - λ é a constante
cosmológica, hoje mais conhecida como "energia escura", e CDM é
um modelo cujo nome é uma sigla em inglês para "matéria escura fria".
Mas então veio o telescópio espacial James Webb, que
deveria nos mostrar os momentos primordiais do Universo, poucos milhões de anos
após o Big Bang. A grande pergunta era: "Como era o Universo em seus
primórdios?"
O que vimos foi totalmente inesperado: As galáxias
vistas pelo Webb, existindo apenas 300 milhões de anos ou pouco mais após o
Big Bang, parecem ter um nível de maturidade e de massa que deveriam ter
exigido bilhões de anos de evolução cósmica. Em outras palavras, o Universo
antigo é muito parecido com o Universo atual. Além disso, essas galáxias são
surpreendentemente pequenas, adicionando outra camada de mistério à equação.
Esses resultados inesperados vêm causando um rebuliço
geral na comunidade científica, mas o professor Rajendra Gupta, da Universidade
de Ottawa, no Canadá, acredita ter a resposta: Para Gupta, o que acontece é que
o Universo é muito mais velho do que a ciência calculava até agora.
"Nosso modelo recém-desenvolvido estende o tempo de
formação das galáxias em vários bilhões de anos, dando ao Universo uma idade de
26,7 bilhões de anos, e não 13,7 como estimado anteriormente," disse ele.
[Imagem: Harikane et al. - 10.1093/mnrasl/slac035]
Há outras dúvidas observacionais, como galáxias tão distantes que não deveriam existir. |
Teoria da Luz Cansada
A base do raciocínio do professor Gupta é uma teoria de
1929, proposta pelo astrônomo búlgaro Fritz Zwicky (1898-1974), chamada
"teoria da luz cansada", que propõe que o efeito de tendência para o
vermelho da luz não se deve aos movimentos das galáxias, mas a um fenômeno que
faria com que os fótons perdessem energia enquanto viajavam por distâncias
cosmológicas.
Essa teoria foi deixada de lado porque ela não bate com
vários aspectos observacionais, como a clareza das imagens dos objetos mais
distantes, que deveriam ficar borrados se a luz realmente se cansasse, o
espectro termal da radiação cósmica de fundo, o brilho superficial das galáxias
e a dilatação temporal das fontes cosmológicas.
Mas o professor Gupta acredita que dá para reviver a
teoria, o que nos permitiria fugir da interpretação aceita hoje para o desvio
para o vermelho, que propõe que o comprimento de onda da luz aumenta (ela
fica mais vermelha) devido à maior velocidade dos corpos celestes mais
distantes, que estão se afastando a velocidades cada vez maiores devido à
expansão do Universo.
"Permitindo que essa teoria coexista com o Universo
em expansão, torna-se possível reinterpretar o desvio para o vermelho como um
fenômeno híbrido, em vez de puramente devido à expansão," propõe ele.
[Imagem: ESA/Hubble]
Também têm aumentado os indícios de que a constante de Hubble pode não ser constante. |
Constantes de Acoplamento
Além da teoria da luz cansada de Zwicky, Gupta valeu-se
da ideia de "constantes de acoplamento" em evolução, uma hipótese
lançada por Paul Dirac (1902-1984). As constantes de acoplamento são constantes
físicas fundamentais que governam as interações entre as partículas.
Segundo Dirac, essas constantes podem ter variado ao
longo do tempo. Ao permitir que evoluam, o prazo para a formação das primeiras
galáxias observadas pelo telescópio Webb em altos desvios para o vermelho pode
ser estendido de algumas centenas de milhões de anos para vários bilhões de
anos.
Isso forneceria uma explicação mais plausível para o
nível avançado de desenvolvimento e de massa observados nessas antigas galáxias
pelo novo telescópio espacial.
Além disso, Gupta sugere que a interpretação tradicional
da constante
cosmológica, que representa a energia escura responsável pela expansão
acelerada do Universo, precisa de revisão. Em vez dela, ele propõe uma
constante que explique a evolução das constantes de acoplamento. Essa
modificação no modelo cosmológico ajudaria a resolver o quebra-cabeça das
pequenas dimensões das galáxias observadas no início do Universo pelo Webb.
Bibliografia:
Artigo: JWST
early Universe observations and yCDM cosmology
Autores: Rajendra Gupta
Revista: Monthly Notices of the
Royal Astronomical Society
DOI: 10.1093/mnras/stad2032
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