Conheça o Ambicioso Plano da Índia Para Ser 1º País a Pousar em Região Ainda Inexplorada da Lua
Olá leitores e leitoras do BS!
Segue abaixo uma matéria publicada ontem (13/07) no site “BBC News Brasil”, relatando o
ambicioso plano da Índia para se tornar o 1º País (daqui a poucos
minutos ocorrerá o lançamento da Sonda Espacial Chandrayaan-3 e você poderá acompanhar
pelo canal do HOMEM DO ESPAÇO) 1º País a pousar em uma região ainda Inexplorada da Lua. Saibam
mais desta história pela matéria abaixo.
Aproveitamos para agradecer ao nosso leitor membro Eugênio Preza por nos chamar a atenção para esse lançamento que daqui a pouco a partir das 06:00 hrs deverá ocorrer dá Índia. Fiquem Atentos
Brazilian Space
Espaço - Índia - Ciência
O Ambicioso Plano da Índia Para Ser 1º País a Pousar
em Região Inexplorada da Lua
Por Mansi Kapur
Serviço mundial da BBC
13 julho 2023
Fonte: Site BBC News Brasil - https://www.bbc.com/portuguese
Foto: ISRO
Pouco depois das 14h da próxima sexta-feira (14/07, em
horário local), um enorme foguete carregando um módulo de pouso, um pequeno
veículo e muitos sonhos decolará do leste da Índia para a Lua.
Se tudo correr conforme o planejado, a Índia se tornará o
primeiro país a ter um "pouso suave" de um veículo rover em
uma parte nunca explorada da Lua, o polo sul lunar.
Um pouso suave significa que o veículo não será destruído
na aterrissagem.
A superfície polar da lua é um terreno traiçoeiro com
grandes crateras e encostas íngremes. Algumas crateras não recebem luz solar há
bilhões de anos, levando a temperaturas extremamente baixas, que chegam a
-203°C, e tornando muito difícil operar os instrumentos.
É por isso que todas as missões lunares até agora
pousaram mais perto do equador, onde o terreno e a temperatura são mais
receptivos.
A agência espacial indiana diz que tomou medidas para
reduzir as chances de falha da missão lunar, conhecida como Chandrayaan-3.
"Em vez de um projeto baseado no sucesso como no
Chandrayaan-2, no Chandrayaan-3 estamos fazendo um projeto baseado nas
falhas", diz S. Somnath, presidente da Organização de Pesquisa Espacial
Indiana (ISRO, na sigla em inglês).
"Tudo o que pode falhar e como protegê-lo (o
projeto), esta é a abordagem que adotamos."
Por Que a Índia Quer Pousar no Lado Oculto da Lua
Foto: ISRO
Realizada em 2008, a Chandrayaan-1, a primeira missão
lunar da Índia, detectou a presença de água na superfície lunar e custou US$ 79
milhões.
"Ainda precisamos de muito mais detalhes sobre onde
e quanta água existe, e saber se toda ela está congelada", explica Akash
Sinha, professor de robótica espacial na Universidade Shiv Nadar University,
perto de Delhi.
"Entender a natureza e a localização dos depósitos
de água pode ser muito útil para o sucesso de nossas futuras missões, e até
mesmo a habitação pode ser planejada próxima aos depósitos de água."
A exploração da superfície das regiões polares da Lua,
compostas de rochas e solo, também pode dar respostas sobre a formação do
Sistema Solar.
O custo quase dobrou na segunda missão lunar da Índia, a
Chandrayaan 2, chegando a US$ 140 milhões. Ela foi lançada no início de 2019,
mas não conseguiu pousar o veículo rover com sucesso.
A Índia está agora gastando cerca de US$ 80 milhões
(aproximadamente R$ 385 milhões) no Chandrayaan-3.
Custos Reduzidos
Foto: ISRO
O programa espacial da Índia evoluiu nas últimas duas
décadas, atraindo a atenção global por sua capacidade de reduzir custos.
"Em 2018, quando a Índia estabeleceu um recorde
mundial ao lançar 104 satélites em um único lançamento pelo Veículo de
Lançamento de Satélite Polar [um foguete], fizemos isso porque nossos
cientistas e engenheiros conhecem a arte e a ciência de inserir cada uma dessas
104 peças em perfeita órbita com precisão", diz Susmita Mohanty, diretora
geral da Spaceport SARABHAI, um centro de pesquisa espacial independente na
Índia.
"Nem todo mundo pode realizar esse tipo de
coreografia delicada na órbita terrestre."
O custo da Mangalyaan, a única missão indiana a Marte,
foi de cerca de US$ 75 milhões — quase um décimo do orbitador Maven, da NASA,
que custou US$ 485 no desenvolvimento e outros US$ 187 milhões no lançamento.
O diferencial de todas as missões espaciais indianas é a
reutilização e o fornecimento local de componentes.
Ao contrário da missão anterior, Chandrayaan-3 não inclui
um novo orbitador — um satélite que fica em órbita.
Esta missão contará com o orbitador da missão
Chandrayaan-2 para fornecer todas as comunicações entre o módulo de pouso, o rover
e a sala de controle.
A Índia também mantém os custos baixos usando foguetes
menos potentes, como o ex-presidente da Isro, K. Sivan, explicou anteriormente.
"Estamos usando a atração gravitacional da Lua para
levar a nave à órbita lunar", disse Sivan. "Embora estejamos levando
29 dias para alcançar a órbita lunar, esta é a maneira mais econômica de viajar
para a Lua."
Sivan apontou que Israel tinha uma estratégia semelhante.
“A missão Beresheet de Israel, lançada no início de 2019,
usou a mesma rota econômica para a Lua.”
O programa espacial da Índia tem um orçamento de US$ 1,5
bilhão (R$ 7,2 bilhão).
Susmita Mohanty explica que a economia sempre foi
fundamental nos projetos indianos.
"Entre as principais potências espaciais, a Índia
sempre foi a pragmática", aponta Mohanty. "Pegue o Chandrayaan-2, por
exemplo, onde os cientistas usaram os princípios da mecânica orbital para
minimizar o consumo de combustível e alcançaram a Lua em 48 dias, em vez de
alguns poucos dias."
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