Estudo de Cientistas da Universidade Brown (EUA), Sugere Que 'Gelo Derretido' em Períodos Recentes Pode Ter Formado os Canais em Marte

Olá leitores e leitoras do BS!
 
Veja abaixo a notícia publicada ontem (03/07) no site ‘Canaltech’, destacando que um estudo de cientistas da Universidade Brown, localizada em Providence (EUA), sugere que é possível que a água vinda do derretimento de gelo em Marte, tenha ajudado a formar canais esculpidos na lateral das crateras do planeta. Entenda melhor essa história pela notícia a baixo.
 
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Gelo Derretido em Períodos Recentes Pode Ter Formado Canais em Marte
 
Por Danielle Cassita
Editado por Patricia Gnipper
05 de Julho de 2023 às 13h43
Via: Web Site Canaltech - https://canaltech.com.br
 
Fonte: ASA/JPL/Univ. of Arizona

É possível que a água, vinda do derretimento de gelo em Marte, tenha ajudado a formar canais esculpidos na lateral das crateras no planeta. A descoberta é de cientistas da Universidade Brown, e sugere que a água tenha vindo do derretimento em períodos alternados ao longo da história do planeta. Inclusive, alguns deles parecem ter acontecido recentemente, se considerarmos escalas de tempo geológicas.
 
Estas formações geológicas são curiosamente parecidas com os Vales Secos na Antártida, formados pela erosão da água vinda do derretimento das geleiras. Pensando nisso, os pesquisadores criaram um modelo que simula o ponto ideal de quando as condições em Marte poderiam permitir a ocorrência de água líquida.
 
Foi assim que eles descobriram que, quando o planeta está com inclinação de 35º em seu eixo, a atmosfera alcança densidade o suficiente para a ocorrência de episódios breves de derretimento — e eles ocorrem exatamente onde as encostas foram observadas. Depois, eles combinaram o modelo aos períodos da história de Marte em que estas encostas parecem ter se expandido.
 
(Imagem: Reprodução/Dickson et al., Science, 2023)
As mudanças na atmosfera de Marte ocorrem conforme a inclinação do planeta
 
A evolução delas só poderia ser explicada pela presença temporária de água líquida, e os resultados indicam um cenário deste tipo. “Quando o eixo de Marte se inclina 35º, o planeta se aquece o suficiente para derreter a neve e gelo, trazendo a água líquida de volta até as temperaturas caírem e congelar novamente”, explicou o cientista Jim Head.
 
Outras teorias indicavam que as encostas em Marte foram formadas pelo dióxido de carbono congelado. Ao evaporar do solo, o composto faria com que rochas descessem pelas encostas. Só que a altura destas formações levou os cientistas a suspeitar que a água derretida, vinda de geleiras, teria algum papel no processo.
 
Agora, as descobertas ajudam a preencher estas lacunas e vão além delas. O novo estudo sugere que as encostas foram, na verdade, criadas por meio de dois fatores: os períodos de derretimento do gelo e da evaporação do dióxido de carbono em outras épocas.
 
Provavelmente, estes processos se repetiram nos últimos milhões de anos, e a ocorrência mais recente do derretimento pode ter sido há 630 mil anos.
 
“A água explica a distribuição de elevação das encostas de formas que o CO2 não consegue”, acrescentou Jay Dickson, autor que liderou o estudo. “Isso significa que Marte criou água líquida em volume suficiente para desgastar canais nos últimos milhões de anos, o que é muito recente na escala de tempo geológica de Marte”, finalizou ele.
 
O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Science.

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