Especialistas Defendem Reformulação do Sistema Nacional de CT&I
Olá leitor!
Segue abaixo uma notícia postada dia (28/07) no site da
“Agência Gestão CT&I” destacando que Especialistas defendem reformulação do
Sistema Nacional de CT&I.
Duda Falcão
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Especialistas Defendem Reformulação
do Sistema Nacional
de CT&I
Por Felipe Linhares
Agência Gestão CT&I,
Qui, 28 de Julho de 2016 15:16
Imagem: Internet
A crise econômica afetou gravemente as estruturas de
governança dos países. No entanto, alguns modelos brasileiros começaram a
apresentar sinais de baixa antes mesmo de o mundo sentir os impactos do colapso
financeiro iniciado em 2014. É o caso do Sistema Nacional de Ciência,
Tecnologia e Inovação. A análise é do economista Carlos Américo Pacheco e do
físico Carlos Henrique de Britto Cruz.
Durante o ciclo de debates promovido pela Associação de
Funcionários da Finep (Afin), nesta quinta-feira, ambos especialistas apontaram
para o esgotamento do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (FNDCT), que a partir de 2003 começou a ser usado para financiar
ações transversais. Na prática, esse mecanismo permitiu que os recursos dos
fundos setoriais, que a anualmente dispõem de R$ 5 a 6 bilhões, fossem
aplicados em políticas mais amplas.
“Na minha opinião foi aí que o FNDCT começou a entrar em
colapso. O fundo foi usado para financiar 200 mil coisas, sendo algumas delas
complexas como o programa Ciência sem Fronteiras. O recurso chegou inclusive a
substituir parte do montante que o Tesouro nacional antes repassava para o
Ministério da Ciência e Tecnologia”, avaliou Pacheco, que já dirigiu o Centro
Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) e o Instituto Tecnológico
da Aeronáutica (ITA).
O economista defende uma reformulação na estrutura
financeira do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCTI) para
sustentar a crescente demanda por recursos. Segundo Pacheco, a engenharia
financeira feita no final dos anos 1990 reformulou e, por quase duas décadas,
sustentou o FNDCT. “Atualmente nosso sistema de financiamento é extremamente
inadequado para o compartilhamento de risco tecnológico. Ele não funciona mais
e é incapaz de resolver os problemas do SNCTI, que cresceu no tamanho e,
consequentemente, na demanda”, disse.
O físico Carlos Henrique de Britto Cruz recordou os
progressos brasileiros nos últimos 20 anos, principalmente a formulação de um
marco regulatório para as atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação
(PD&I). “Hoje temos entidades empresariais falando e demandando pesquisas.
Isso entrou na pauta deles. Também ganhamos um crescimento do sistema e das
linhas de crédito para PD&I, mas não é só jogar recursos no Sistema Nacional
de CT&I para as coisas melhorarem”, avalia Cruz, que é diretor científico
da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Embora tenham havido ganhos e importantes conquistas
científicas e tecnológicas, o setor como um todo continua estável. “O progresso
foi na quantidade, mas do ponto de vista macro ficamos estável”, aponta o
diretor da Fapesp, ao apresentar dados dos dispêndios brasileiros em CT&I.
Em 2000, 54,61% dos investimentos no setor foram feitos pelos governos estadual
e federal, enquanto as empresas privadas e estatais aplicaram 36,59%. Dados
mais recentes do governo indicam que os índices permaneceram estáveis, sendo
55,93% de investimento público frente a 44,07% das companhias.
“Precisamos fazer um esforço para ver como os bilhões que
são gastos geram resultados. O jeito de usar o dinheiro faz diferença. Uma
política de Estado para CT&I precisa sinalizar o que queremos alcançar e
não quanto queremos gastar. Parece que o objetivo é ter 2% do PIB aplicado em
CT&I, mas o objetivo na verdade é fazer coisas para os brasileiros. Temos
que perseguir a meta de impactos intelectual, social e econômico”, afirmou
Cruz.
Reforma e Integração
Carlos Américo Pacheco e Carlos Henrique de Britto Cruz
apontaram que o principal benefício da evolução do Sistema Nacional de Ciência,
Tecnologia e Inovação foi fazer com que o tema entrasse efetivamente para
agenda política. “De um jeito ou de outro, no plano federal, se consolidou a
noção de que temos um sistema de inovação e que ele precisa de atenção para
crescer. Sem reforma ficaremos parados”, destaca Pacheco.
Britto Cruz defende uma maior integração da esfera
federal com os poderes estaduais e municipais. Devemos construir uma política
de CT&I que, de fato, seja nacional. “A política de CT&I atual é mais
federal que nacional. Nos estados e municípios existem atores que podem
contribuir significativamente para o sistema”, alerta o diretor da Fapesp.
“Paralelo a esse esforço, devemos focar nos impactos sociais, econômicos e
intelectuais e aumentar a discussão pela melhoria e qualidade da aplicação de
recursos.”
Fonte: Site da Agência Gestão CT&I -
http://www.agenciacti.com.br
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