Crise de Cérebros Ameaça Futuro da Ciência Brasileira
Olá leitor!
Segue abaixo um interessante artigo publicado dia (22/07)
no Blog do Jornalista Herton Escobar do "Jornal Estado de São Paulo" e postado
ontem (26/07) no “Blog SindCT Espacial”.
Duda Falcão
Crise de Cérebros Ameaça
Futuro da Ciência Brasileira
Estadão
Blog do Herton Escobar
22 de julho de 2016
Foto: Marcio Fernandes/Estadão
Produção de rádiofármacos no IPEN.
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Não bastasse a falta de dinheiro, instituições de
pesquisa têm de lidar com a perda de recursos humanos por aposentadorias; sem
perspectivas de reposição. No Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN),
último concurso para reposição de vagas foi em 2009, e a média de
aposentadorias é de 50 por ano.
Não é só o dinheiro que está acabando para a ciência
brasileira. Uma crise de cérebros também vem sendo cozinhada em fogo baixo há
vários anos, e a tampa da panela está prestes a explodir em várias
instituições, que vêem seus quadros mais experientes serem esvaziados ano a
após ano por aposentadorias, sem perspectiva de renovação.
É o caso do Instituto de Pesquisas Energéticas e
Nucleares (IPEN), responsável pela produção de 95% dos radiofármacos usados
para diagnóstico e tratamento de doenças no país. Com um rombo de R$ 50 milhões
em seu orçamento, o instituto só tem recursos suficientes para funcionar até o
final de agosto. Se até lá não entrarem novos recursos do governo federal, a
produção de radiofármacos será paralisada, literalmente — como mostrei na
reportagem de 8 de julho: Falta
de verba atinge medicina nuclear e pode prejudicar 6 mil pacientes/dia.
Não bastasse isso, o IPEN vem perdendo cerca de 50
servidores/ano por aposentadoria, dentro de um quadro de aproximadamente 800
funcionários. Nos últimos três anos foram 150 aposentadorias, segundo o
superintendente Carlos Bressiani; e só neste primeiro semestre de 2016 ele já
assinou mais 26. “Nossa situação é muito crítica, tanto de recursos financeiros
quanto humanos”, disse-me Bressiani, durante a reunião anual da Sociedade
Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Porto Seguro.
(Para piorar as coisas, os técnicos do instituto entraram
em greve esta semana, por causa de um erro num projeto de lei que definia seus
reajustes salariais: Greve
afeta entrega de insumos da medicina nuclear; reportagem de Fabiana
Cambricoli)
Não faz muito tempo, ouvi basicamente a mesma história do
diretor do Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), Bruno Castilho. Só neste
ano ele já assinou 6 aposentadorias; o que representa quase 10% do quadro de
funcionários da instituição, que é uma pedra fundamental da astronomia
brasileira, tanto no campo da pesquisa básica quanto do desenvolvimento
tecnológico de instrumentação astronômica. (Mais detalhes na reportagem
especial: O
Futuro da Astronomia Brasileira).
“Estamos perdendo nosso pessoal mais antigo, mais
experiente”, destaca Castilho. “Se não forem criados mecanismos de reposição
perderemos a capacidade de atuar em vários projetos e corre-se o risco de
perder a memória técnica da instituição.”
O último concurso aberto para contratação de pessoal no
LNA foi em 2012. No IPEN, pior ainda: foi em 2009! “Depois que passar a crise
financeira, teremos uma crise de cérebros”, alerta Castilho.
Esses são apenas dois exemplos mais recentes, para os
quais eu tenho os números em mãos. Certamente há muitos outros por aí, pelas
reclamações que venho ouvindo ao longo dos últimos anos.
Fonte: Blog SindCT Espacial - http://sindctespacial.blogspot.com.br
Comentário: Este é mais um exemplo do que eu venho
falando. Como você pode esperar que algo funcione direito nesta joça se não
existe compromisso de ninguém para que isto aconteça. Você que é pesquisador já
se perguntou qual é a sua contribuição como cidadão? Não digo na sua área de
atuação, mas no seu dia-a-dia, e mesmo na sua área, o que você fez para melhorar
o seu desempenho? Se sua resposta é não ou nada, como esperar que as outras
pessoas façam o mesmo seu hipócrita? Vivemos numa organização chamada SOCIEDADE,
formada por cientistas, advogados, médicos, astrônomos, engenheiros, mas também
por varredores de rua, peões de obra, bancários, políticos e por ai vai, todos
importantes nas suas funções que em algum momento se intercalam para formar a
SOCIEDADE em que vivemos. É por isto que o brasileiro precisa entender a importância
da CIDADANIA para que as coisas funcionem direito. Todos nós precisamos
entender que só se constroem uma nação pensando no bem comum, não no seu próprio
umbigo, pois cada um de nós temos uma função dentro desta organização social e,
portanto a obrigação de dar o nosso melhor, só assim trabalhando conjuntamente
é que mudaremos a cara e a cultura deste país. Não há outra forma de fazer
isto, este é o caminho. Assim sendo leitor, procure ser o melhor profissional
que você possa ser na sua área de atuação e principalmente contribuir para
ajudar aos profissionais das outras áreas prestarem também um bom serviço, pois
assim você, aliado à maioria, estará contribuído com a sua cidadania e ajudando
na mudança cultural que esta joça precisa. Ir para ruas? Sim, faz parte, mas pelos motivos
certos como, por exemplo: por uma total e completa reforma politica que defenda
a criação de no máximo dois partidos e a fidelidade partidária, o fim da
eleição obrigatória, o Estado nos serviços Básicos (EDUCAÇÂO, SAÚDE, SEGURANÇA INFRAESTRUTURA
DE TRANSPORTES, ETC...) bem como na DEFESA e na CIÊNCIA & TECNOLOGIA,
eleições diretas para o PODER JUDICIÁRIO, e tantas outras mudanças que o nosso
país precisa, mas tendo sempre em mente o bem comum, a construção de uma verdadeira
nação, e não um Território de Piratas como é infelizmente hoje, onde cada um
luta pelos seus próprios interesses. Triste.
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