FINEP e CNPq Debatem os Desafios de Financiar e Avaliar as Pesquisas no Brasil

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Segue agora uma nota postada hoje (07/07) no site do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) destacando que a FINEP e o CNPq debateram em mesa redonda da 68ª Reunião Anual da SBPC os desafios de Financiar e Avaliar as pesquisas no Brasil.

Duda Falcão

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FINEP e CNPq Debatem os Desafios de
Financiar e Avaliar as Pesquisas no Brasil

Wanderley de Souza e Hernan Chaimovich traçaram diagnósticos
em mesa-redonda da 68ª Reunião Anual da SBPC. "Como aumentar a
vontade da sociedade em continuar investindo em pesquisa?",
questionou o presidente do CNPq.

Por Ascom do MCTIC
Publicação: 07/07/2016 | 13:34
Última modificação: 07/07/2016 | 15:28

Crédito: Ascom/MCTIC
Presidente da FINEP, Wanderley de Souza destacou que açõe
 transversais vêm sobrepujando a atuação do FNDCT.

O financiamento da pesquisa científica e a avaliação dos seus resultados foram discutidos nesta quarta-feira (6) pelos presidentes da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), Wanderley de Souza, e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico(CNPq), Hernan Chaimovich, em mesa-redonda da 68ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), no campus da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), em Porto Seguro (BA).

Na opinião de Wanderley, diante dos limites financeiros, as atividades finalísticas do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) têm perdido espaço para ações transversais, oficialmente conhecidas como Fomento à Pesquisa e Desenvolvimento em Áreas Básicas e Estratégicas – instrumento vinculado a diretrizes e prioridades definidas pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) em conjunto com CNPq e Finep, a partir de políticas estabelecidas para a área.

"Essas ações transversais são todas voltadas a instituições científicas e tecnológicas [ICTs], sobretudo para atividades de ciência básica, infraestrutura científica e programas de bolsas, seja pela FINEP ou pelo CNPq", explicou. "Assim, elas ocupam o espaço orçamentário e no final não sobra praticamente nada para aquilo que é a maior demanda do setor produtivo pelos fundos setoriais, ou seja, suas atividades finalísticas."

Atualmente, há 16 fundos setoriais vinculados ao FNDCT, dos quais 13 se destinam a setores específicos – aeronáutico, agronegócio, aquaviário, automotivo, biotecnologia, energia, espacial, mineral, petróleo, recursos hídricos, saúde, tecnologias da informação e comunicação (TICs) e transporte. Os outros três fundos têm natureza transversal, de forma que os recursos podem ser aplicados em qualquer setor da economia: verde-amarelo, voltado à interação universidade-empresa, Amazônia e de infraestrutura (CT-Infra).

Segundo o presidente da FINEP, dos recursos não reembolsáveis, o programa que recebe a maior demanda e também grande pressão das universidades e dos institutos é o fundo setorial de infraestrutura, que, desde 2001, já distribuiu R$ 2,6 bilhões para 1,2 mil projetos em todo o país.

"O CT-Infra vem colocando sucessivamente aportes significativos para a construção de prédios. De um lado, vemos grande impacto nas universidades quando as visitamos, com satisfação pelas obras construídas pelo Brasil inteiro. Mas, por outro lado, há uma série de esqueletos, construções sem previsão de serem finalizadas, seja por aumento do preço, demora na liberação financeira ou problemas entre a empresa construtora e a instituição."

Avaliação

Presidente do CNPq, Hernan Chaimovich observou que o mundo todo discute formas efetivas de avaliar os resultados dos investimentos em pesquisa, mas o Brasil participa pouco do processo. "Constantemente, dizemos que avaliar é difícil. Em muitos casos, isso se dá porque a corporação não quer ser avaliada. O Reino Unido tem um esforço nacional para entender o que é avaliar os impactos da ciência, o retorno da inovação, o ensino e a influência em políticas públicas."

Para Chaimovich, nem sempre se considera que a aplicação de recursos em pesquisa exige resultados. "A minha sensação é como se tivéssemos uma lavadora e contássemos para o público quantos parafusos e arruelas ela tem, para então avisar que no ano seguinte surgirão mais parafusos e arruelas. A gente não mostra quanto a máquina lava. É isso. Nós divulgamos quantos doutores temos, quantos papers publicamos, e isso tem que existir, tudo bem, só que qual é a melhoria da saúde que a nossa pesquisa tem feito? Qual é o impacto acadêmico? Como a nossa pesquisa cria novos negócios? Como a pós-graduação de fato fornece pessoas altamente qualificadas ao mercado? Como atraímos pesquisa ao Brasil? E como aumentar a vontade da sociedade em continuar investindo em pesquisa?"


Fonte: Site do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC)

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