Nação Precisa Perceber a Ciência Como Um Valor, Alertam Pesquisadores na SBPC
Olá leitor!
Segue agora uma nota postada ontem (06/07) no site do Ministério
da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) destacando que segundo
pesquisadores a Nação Brasileira precisa perceber a ciência como algo de valor.
Duda Falcão
NOTÍCIAS
Nação Precisa Perceber a Ciência Como Um
Valor, Alertam Pesquisadores na SBPC
Na 68a Reunião da SBPC, Alvaro Prata, Wanderley de Souza
e Glaucius Oliva
discutiram o desafio de inovar e apontaram os caminhos
para superar entraves.
Ciência e tecnologia são os pilares do desenvolvimento,
afirmam.
Por Ascom do MCTIC
Publicação: 06/07/2016 | 10:29
Última modificação: 06/07/2016 | 16:30
Crédito: Ascom/MCTIC
Pesquisador Alvaro Prata participa da 68ª Reunião
Anual
da SBPC, em Porto Seguro (BA).
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Três pesquisadores com experiência na gestão das
políticas públicas de estímulo ao desenvolvimento científico e tecnológico do
Brasil reuniram-se nesta terça-feira (5) para discutir propostas para o país
superar os entraves à inovação. Do encontro, saiu a certeza de que a nação
precisa perceber a ciência como valor. Do contrário, não haverá indústria
competitiva capaz de promover um salto no desenvolvimento econômico e social do
país.
À mesa-redonda promovida pela 68ª Reunião Anual da
Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Porto Seguro (BA),
sentaram-se o engenheiro mecânico Alvaro Prata, indicado para a Secretaria de
Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTIC; o presidente da Financiadora
de Estudos e Projetos (FINEP), Wanderley de Souza; e o ex-presidente do CNPq e
físico Glaucius Oliva.
"A sociedade não percebe a nossa ciência como um
valor", iniciou Alvaro Prata. "O nosso empreendedorismo tecnológico é
incipiente. Ainda que o brasileiro seja empreendedor de uma maneira geral, não
o é tecnologicamente. A sociedade precisa enxergar que ciência e tecnologia é
um dos pilares sobre os quais vamos construir o nosso desenvolvimento econômico
e social."
Sem mudanças, segundo ele, a sociedade não terá condições
de se mobilizar para pleitear investimentos em ciência, tecnologia e inovação.
"Sem isso, pode não haver prejuízo nesta semana ou na semana que vem, mas
haverá lá na frente, daqui a um, dois, 10, 20 anos", previu. "Imagina
se nós não tivéssemos Capes, CNPq e FINEP? Para que tenhamos essas agências
fortes hoje, foi necessário acreditar nelas há seis décadas."
O pesquisador ressaltou a importância das commodities
agrícolas e minerais para equilibrar a balança comercial brasileira, mas
apontou a necessidade de diversificar a capacidade nacional de exportar.
"O que nós não podemos aceitar é vender ferro e importar o aço, que é seu
principal produto; nem exportar cacau e pagar caro por uma barra de chocolate
belga, francês ou suíço. Nós exportamos grão de café e compramos suas
cápsulas."
Para Prata, a criação da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa) em 1973 é um exemplo. "Na década de 1950, nós
importávamos alimentos. Se continuássemos daquele jeito, como chegaríamos aqui?
Não haveria dinheiro para alimentar a população. Nós contribuímos inclusive
para alimentar o mundo graças a essa revolução da Embrapa."
Gestão
Presidente da FINEP, Wanderley de Souza lamentou as
recentes e sucessivas quedas do Brasil em rankings de competitividade e
inovação, e defendeu que os recursos investidos no desenvolvimento tecnológico
por meio de subvenção econômica retornem para o Estado nos casos de sucesso.
"Se não houver êxito, fica sendo uma iniciativa apenas de apoio à
inovação. Mas se a empresa apoiada conseguir gerar um produto e colocá-lo no
mercado, os recursos retornam ao sistema. E com isso, continuamos a oferecer
programas de subvenção, mesmo em cenários de menor orçamento."
Segundo Wanderley, a FINEP discute a mudança, que precisa
passar pelo Conselho de Administração da Financiadora e pelo Conselho Diretor
do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).
"Cada um bota a culpa no outro", disse Glaucius
Oliva sobre o baixo índice de inovação do país. "Será que a culpa é da
universidade, que só se preocupa em publicar paper? Será que são as empresas,
que só querem lucro imediato? Será que são os reitores? Será que são os
pesquisadores, que não preocupam com nada além da sua bolsa de produtividade?
Ou será que é o governo, que não aporta recursos e atrapalha com a legislação
burocrática? Ou as agências? Será que são os políticos?", questionou.
"Eu acho que essa é a pergunta errada, porque o problema, na verdade, é da
nação, é de todos nós. E cabe a todos nós tentarmos superá-lo."
Fonte: Site do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação
e Comunicações (MCTIC)
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