Amazônia-1 Pode Ser Lançado em 2018, Mas Ainda Falta Contrato Com Lançador
Olá leitor!
Trago agora mais uma notícia postado na edição de junho/julho do “Jornal
do SindCT”, destacando que o Satélite Amazônia-1 poderá ser lançado em 2018, mas
ainda depende do contrato com o lançador.
Duda Falcão
CIÊNCIA & TECNOLOGIA
É PRECISO ENCOMENDAR ATÉ DEZEMBRO DE 2016
Amazônia-1 Pode Ser Lançado em 2018,
Mas Ainda Falta
Contrato Com Lançador
O projeto avançou neste ano, porque foi superado o
impasse com a
Mectron (do grupo Odebrecht). Após a saída da empresa por vias
judiciais, a AEB definiu que a Potência e a TT&C, que dependiam
dela, seriam
compradas prontas da indústria.
Shirley Marciano
Jornal do SindCT
Edição nº 48
Junho/ Julho de 2016
Foto: Shirley Marciano
Adenílson da Silva
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O satélite Amazônia-1, baseado sob uma Plataforma
Multimissão (PMM), é o primeiro satélite inteiramente brasileiro estabilizado
em três eixos. Isso significa maior autonomia para movimentar o satélite em
órbita, através de comandos em solo. A previsão é de que seja lançado em 2018,
conforme um cronograma bastante otimista, elaborado por seus responsáveis. A
equipe que trabalha neste satélite enfrentará grandes desafios, entre os quais a contratação do lançador, que tem que ser
encomendado até dezembro de 2016, porque é necessária uma antecedência mínima
de dois anos. Ainda não há recurso disponibilizado para essa finalidade.
O lado positivo é que o projeto avançou no último ano,
porque foi superado o impasse com a empresa Mectron-Odebrecht, integrante do
consórcio contratado, do qual também faziam parte outras duas empresas:
Fibraforte e Cenic. Ambas já entregaram os subsistemas que lhes cabia produzir.
Após a saída da Mectron, que se deu por vias judiciais, a Agência Espacial
Brasileira (AEB) definiu que as partes que dependiam desta empresa — Potência e
Telemetria e Telecomando (TT&C) — seriam compradas prontas da indústria, e
não mais desenvolvidas, para evitar mais atraso. Em 2014, o Tribunal de Contas
da União (TCU) orientou o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e a
AEB a realizarem a compra por intermédio da Fundação de Ciência, Aplicações e Tecnologia
Espaciais (FUNCATE). Ela já finalizou o pregão e contratou, utilizando uma
empresa intermediária. Os primeiros modelos da Potência e da TT&C serão entregues
daqui a dez meses.
A PMM começou a ser desenvolvida em 2001, mas não havia
uma missão definida para ela, explica Adenílson Roberto da Silva, gerente do
Amazônia-1. “Somente em 2008 decidiu--se por desenvolver um satélite,
utilizando a PMM. É muito comum a confusão de acharem que o Amazônia-1 está
sendo feito desde 2001. Isso não é verdade. Mas é correto afirmar que quando se
trata de desenvolvimento, como é o caso do Amazônia-1 e da PMM, utilize-se um
tempo maior. Mas, depois de dominada a tecnologia, fica extremamente mais
rápido para fazer um novo modelo”, esclarece.
Salto Tecnológico
O Amazônia-1, se concluído com sucesso, trará ao
Brasil um salto tecnológico importante, garante Adenílson. A
PMM, por exemplo, poderá ser usada em outros projetos, o que
otimiza tempo e verbas para qualificação. O ACDH, que é o sistema
de controle do satélite, também é um avanço significativo. Adquirido
em 2011 da INVAP, empresa estatal argentina, no acordo de compra
constou transferência de tecnologia. “Posso afirmar que esse
conhecimento foi absorvido em quase 100%. Nós temos o projeto e
podemos mandar fazer outros, se quisermos”, diz.
No Programa Sino-Brasileiro para Recursos
Terrestres, o CBERS, o ACDH ficou a cargo da China. Nos Satélites
de Coleta de Dados, SCD 1 e 2, ambos lançados nos anos 1990, não
havia essa tecnologia porque sua estabilização se dá por um sistema
bem mais simples, o chamado Spin (rotação contínua no próprio
eixo). Outro avanço é com a parte de cablagem espacial, que nunca
foi realizada pelo Brasil neste nível de complexidade.
“Além dos subsistemas, um outro ganho importante será na
parte de Tomada de Decisão, que é o estabelecimento prévio de uma lógica para solução de
problemas, que são acionados, via controle em solo, para consertar algo no
satélite em órbita. Outra oportunidade diz respeito a integração e teste, que
serão inteiramente realizados aqui mesmo no INPE”, ressalta Adenílson. “Estamos
bastante otimistas e vamos fazer de tudo para que possamos conseguir finalmente
lançar o Amazônia- 1. O pessoal está empenhado e trabalhando bastante”,
acrescenta Amauri Montes, coordenador-geral da Engenharia do INPE.
Cronograma do Amazônia-1, Incluída a PMM
SADA - Controla o posicionamento do Painel Solar.
Poderá ser necessário recondicioná-lo. Previsão: entrega do relatório da empresa
até o final de junho de 2016.
ACDH. Foram adquiridos da Argentina dois modelos
de voo completos. O contrato com a INVAP encerra-se em julho de 2016.
Lançador. Tem que ser contratado com dois anos de
antecedência, isto é: até dezembro de 2016.
Cablagem. Término da fabricação da cablagem espacial.
Esse processo ficou parado porque dependia da Potência. Previsão:
dezembro/2016.
AWDT. É o transmissor de dados da carga útil.
Previsão: término do contrato em abril de 2017.
Potência. Previsão: primeiros modelos serão
recebidos em abril de 2017.
DC/DC. Haverá um retrabalho para adaptação das
Potências.
TT&C. Previsão:
primeiros modelos serão recebidos em abril de 2017.
Teste do modelo elétrico. Depende
da cablagem. Previsão: até agosto de 2017.
CDR. Revisão Crítica do
Projeto. Previsão: outubro de 2017.
Testes Ambientais. Simulações
de vibração no momento do lançamento e das condições espaciais. Previsão: junho
de 2018.
WFI. Pretendia-se
produzir uma versão mais avançada da câmera WFI, mas resolveu-se usar o mesmo
modelo do CBERS. Precisará ser adquirida uma interface da WFI com o satélite,
que é o chamado RTU. Sem previsão.
Baterias. As baterias
deverão ser substituídas, mas serão adquiridas por último.
Integração. Previsão:
começa em novembro de 2017 e deve durar de 8 a 9 meses.
FRR. Revisão final.
Previsão: agosto de 2018.
Lançamento. Previsão:
Dezembro de 2018
Fonte: Jornal do SindCT -
Edição 48ª – Junho/Julho de 2016
Comentário: Bem leitor o senhor Adenilson da Silva não
contou a história toda. Na realidade com o fim do Projeto do VLS-1, o
Satélite Amazônia-1 na atualidade é a maior novela do Programa Espacial
Brasileiro (existem outras, SABIA-Mar, MIRAX, EQUARS, enfim...). Na concepção
atual do projeto ele pode ter sido iniciado em 2001 e modificado para ser usado
com a PMM em 2008, como disse o pesquisador do INPE. Entretanto, o projeto do
Satélite Amazônia-1 remota aos anos inicias da antiga MECB (Missão Espacial
Completa Brasileira) quando na época era conhecido pelo nome de SSR-1 (Satélite
de Sensoriamento Remoto-1). O Blog BRAZILIAN SPACE ficará na torcida para que
essa novela seja encerrada mesmo em 2018, mas sinceramente na atual conjuntura
não acreditamos nisto, apesar do otimismo demonstrado pelo pesquisador do INPE.
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