O Que a Juno Vai Fazer em Júpiter?
Olá leitor!
Segue abaixo uma
interessante matéria postada hoje (06/07) no site do jornal “O Globo” esclarecendo
o que a espaçonave americana Juno irá fazer no Planeta Júpiter.
Duda Falcão
CIÊNCIA
O Que a Juno Vai Fazer em Júpiter
Confira algumas perguntas e respostas
sobre a missão da NASA
que chegou ao planeta gigante gasoso na
madrugada desta terça
Por Cesar Baima
06/07/2016 -
4:30
NASA/JPL-Caltech
Ilustração da Nasa mostra a Juno sobre o Polo Norte de Júpiter: sonda vai enfrentar intensa radiação para desvendar os mistérios do planeta |
Quais são os
grandes mistérios de Júpiter?
Os cientistas
acreditam que Júpiter, o maior planeta da nossa vizinhança cósmica, foi o
primeiro a se formar no Sistema Solar, mas eles não sabem como esse processo
ocorreu. Assim como o Sol, Júpiter é composto principalmente de hidrogênio e
hélio, de modo ele que pode ter absorvido a maior parte do material que restou
após a formação do nosso astro. Mas os especialistas ainda se perguntam se este
material foi capturado por um núcleo planetário sólido primordial, que teria
atraído os gases gravitacionalmente, ou se o planeta se formou a partir do
colapso gravitacional relativamente súbito de uma região instável dentro da
nebulosa deu origem a nosso Sistema Solar.
O que se
espera descobrir com a missão?
A missão Juno
pretende ser a primeira a olhar além da cobertura de nuvens de Júpiter para
aprender mais sobre a turbulenta atmosfera do planeta. A quantidade de água em
Júpiter, por exemplo, é um dado importante, que pode dizer muito aos cientistas
sobre quando, onde e como o planeta se formou. Segundo o cientista-chefe da
missão, Scott Bolton, a Juno também vai procurar mais luas em volta do planeta,
além das 67 que já se conhecem. E tentará, ainda, saber como é gerado seu
intenso campo magnético, 20 mil vezes mais forte que o da Terra, e estudar a
formação das suas auroras — as luzes produzidas nos seus polos pela interação
de partículas energéticas lançadas ao espaço pelo Sol com seu campo magnético.
Como a Juno
pretende fazer isso?
A sonda leva a
bordo um conjunto de nove instrumentos escolhidos especialmente para levar a
cabo os objetivos científicos da missão. Um deles, chamado radiômetro de
micro-ondas, poderá penetrar a até cerca de 550 km abaixo da cobertura de
nuvens para medir a quantidade de água e amônia na atmosfera de Júpiter,
trazendo mais detalhes sobre sua estrutura e composição. Já o experimento
“Gravity” (“gravidade”, em inglês) vai mapear o campo gravitacional do planeta
e assim conhecer melhor sua estrutura interna, enquanto um magnetômetro
instalado na ponta de um de seus painéis solares fará o mesmo com o campo
magnético. Assim, os dados coletados pela Juno poderão determinar finalmente se
Júpiter tem um núcleo sólido, “resolvendo diretamente a origem deste planeta
gigante e, em consequência, do Sistema Solar”, destaca a NASA. Para tanto,
porém, a sonda terá que “mergulhar” periodicamente no espaço entre Júpiter e os
intensos cinturões de radiação que o rodeiam, chegando a pouco mais de 4 mil km
de distância do topo de sua atmosfera.
Quais são os
riscos de chegar tão perto de Júpiter?
Ao longo da
missão, a Juno será exposta a uma quantidade de radiação equivalente a 100
milhões de raios-X dentários nas frequentes passagens pelos cinturões em volta
de Júpiter. E embora seus sistemas eletrônicos estejam protegidos em um “cofre”
de titânio, com o tempo este ataque constante vai acabar destruindo os
instrumentos e o “cérebro” computacional da sonda. Esta é, inclusive, uma das
principais razões do desenho da missão ter adotado órbitas extremamente ovais
em torno do planeta, de forma as doses de radiação, e os danos causados por
elas, se acumulem aos poucos e a sonda possa funcionar pelos 20 meses previstos.
Qual é o
tempo de duração da missão?
A sonda deverá
ficar na órbita de Júpiter até 20 de fevereiro de 2018, quando então está
programada para passar abaixo da cobertura de nuvens do planeta, mergulhando e
sendo destruída em sua atmosfera de forma a não correr o risco de contaminar
suas luas, algumas das quais os cientistas acreditam que a vida pode ter se
desenvolvido, como Europa. (Cesar Baima)
Fonte: Site do
Jornal o Globo - http://oglobo.globo.com
Comentário: Simplesmente fantástico.
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