Para o SindCT, Caos Já Chegou ao INPE e ao DCTA

Olá leitor!

Segue abaixo mais uma notícia, esta postada ontem (02/07) no site do jornal “O VALE”, destacando que para o para o presidente do "Sindicato Nacional dos Servidores Públicos Federais na Área de Ciência e Tecnologia do Setor Aeroespacial (SindCT), o CAOS já chegou ao INPE e ao DCTA.

Duda Falcão

REGIÃO

Para o SindCT, Caos Já
Chegou ao INPE e ao DCTA

Presidente Ivanil Elisiário Barbosa traça cenário preocupante
para as áreas de ciência e tecnologia

Cláudio César de Souza
CHEFE DE REPORTAGEM
02 de julho de 2016 - 04:23

O DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeronáutica) e o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) enfrentam um caos generalizado e podem ser comparados a doentes graves.

O diagnóstico foi feito pelo presidente do SindCT (Sindicato Nacional dos Servidores Públicos Federais na Área de Ciência e Tecnologia do Setor Aeroespacial), Ivanil Elisiário Barbosa, 57 anos.

"O DCTA já entrou na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e o INPE é um doente grave, mas ainda há a possibilidade de não entrar na UTI."

Na entrevista exclusiva, ele criticou a decisão do presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), de fundir o Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação com o Ministério das Comunicações e demonstrou preocupação com os rumos do programa espacial brasileiro.

Leia abaixo os principais trechos da entrevista.

Que análise o senhor faz da área de Ciência e Tecnologia no Brasil?

Em 2013, dizia que o caos se aproximava de instituições como o DCTA e o INPE, que já têm enorme dificuldade de cumprir suas missões por falta de investimento. Agora, o caos já chegou e vai ser aprofundado, com uma situação de quase irreversibilidade em 2020.

A situação da ciência e tecnologia em todo o país é drástica. Nos últimos 30 anos, houve a perda de 3/4 da força de trabalho e o atual número de funcionários estará reduzido pela metade até 2020. Em 1987, o DCTA tinha 4.000 servidores. Hoje, tem 1.611 e pode chegar a 2020 com 890 funcionários. O INPE tinha em 1987 um total de 1.928 funcionários e agora tem 900, podendo estar reduzido a 220 até 2020.

O que fazer para reverter esta situação de caos?

Foram pedidos concursos públicos no DCTA para contratação de 880 funcionários até no máximo 2018 e, havendo autorização do Ministério do Planejamento, este número poderia chegar a 1.300.

Mas se isto acontecesse neste momento seria uma irresponsabilidade. Porque não existe um plano, um projeto, um orçamento para enquadrar esses profissionais. O que essas instituições precisam é de revitalização. É preciso um profundo processo de análise, de crítica e de redefinição de suas missões institucionais.

Saber quais projetos têm que ser priorizados e como preparar as instituições para este novo desenho. A partir daí, se contrata o efetivo na medida em que houver necessidade para os projetos. Há também o problema de falta de verbas atualmente.

Os problemas se entrelaçam e contribuem para agravar a situação. Houve poucos concursos e poucas vagas foram preenchidas. Os gestores, pressionados pelas necessidades operacionais, acabaram priorizando a contratação de tecnologistas em detrimento de pesquisadores e gestores. Isto levou à carência de profissionais em instituições como o DCTA e o INPE, gerando morte por inanição. As instituições da área de ciência e tecnologia estão doentes. Precisam de tratamento, mas com especialistas que tragam soluções definitivas e não paliativas.

Estas instituições podem morrer?

Sou o único especialista na minha área no DCTA. Eu me aposento no ano que vem e não estou passando este conhecimento que o povo e o erário público investiram ao longo de 32 anos. E há muitos casos como este meu no Brasil. 

Houve contingenciamento de verbas neste ano?

Esta questão orçamentária tem atingido orçamento de projetos e a vida vegetativa. No DCTA, houve redução de expediente em uma hora e meia por dia e o expediente da sexta-feira não tem sido cumprido pela necessidade de economia em energia elétrica, alimentação do efetivo militar, etc. 

A crise tem afetado o INPE e o DCTA, assim como toda a área de ciência e tecnologia.

E o programa espacial brasileiro, como está?

Está uma lástima. Está praticamente parado, com exceção de algumas ilhas de atividades e conquistas. A falta de verba atrapalhou enormemente o VLS. Do jeito que está hoje, o Brasil não vai a lugar nenhum. 

Temos atualmente uma Agência Espacial Brasileira desequipada, desinformada e sem prestígio político. Isto tem que mudar. Tem que se constituir uma Agência Espacial Brasileira prestigiada, bem posicionada na estrutura de governo, com verba e com sinergia entre o INPE, o DCTA e a indústria, entendendo qual é a necessidade do país e trazendo recursos para atender essa necessidade.

É possível reverter esta situação?

Temos exemplos como o do CBERS-3, em que em 2014 se perdeu o satélite e, em um tempo exíguo de um ano, se construiu outro e ele foi lançado. Então, ainda existe jeito. Mas é preciso não vacilar mais e tomar decisões. As instituições estão no limiar de não suportarem mais a falta de investimentos que enfrentam.

Como analisa a fusão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação com o Ministério das Comunicações?

É algo que foi feito de forma apressada e irresponsável. Toda a comunidade acadêmica, todos os institutos e quem entende de ciência e tecnologia são contra esta fusão. O que já estava ruim ficará pior.

Há esperança de mudança?

O quadro é muito ruim. Se não houver conscientização de todos, vai ser difícil uma conversão que possa colocar a área de ciência e tecnologia em uma rota de maior efetividade, maior produtividade e mais benefícios para o país. Voltando aos casos de São José, faço uma analogia com dois pacientes. O DCTA já entrou na UTI e o INPE é um doente grave, mas que ainda tem possibilidade de não entrar na UTI.


Fonte: Site do Jornal “O VALE” - 02/07/2016

Comentário: Bom leitor, o CAOS já esta instalado há muito tempo, não é de agora, mas já falo isso há muitos anos, desde que percebi que essas Audiências Publicas, visitas de “otoridades” ao INPE, DCTA, CLBI, CLA, encontros de servidores militares e civis com parlamentares, eventos específicos em Brasília e por ai vai, não passavam de puro jogo de cena. A verdade é que no que diz respeito ao PEB, desde que foram estabelecidos os governos civis (com exceção do Governo SARNEY onde avanços foram alcançados), ou seja, desde o governo COLOR DE MELLO, o nosso “Patinho Feio” vem sendo desmantelado, colocado em terceiro plano culminando em sua primeira fase de desastre com o acidente do VLS em 2003. No segundo governo do humorista LULA houve realmente uma melhora nos recursos chegando o orçamento a R$ 400 milhões, porém em momento algum o presidente de 'nove dedos' se mobilizou para solucionar os graves problemas de operacionalidade do programa, como leis inadequadas, burocracia excessiva, falta de recursos humanos adequados, falta de uma política industrial para o setor etc.... e aliando isto a decisões estapafúrdias e puramente políticas, como a criação da mal engenhada empresa Alcântara Cyclone Space (ACS), decisão esta que deu e ainda dará um prejuízo enorme ao erário público brasileiro. Enfim e resumindo, falta de presença do governo no setor, ou seja, 'COMPROMISSO". Com a chegada da debiloide DILMA ROUSSEFF foi que a “vaca foi pro brejo” de vez. Irresponsável, inconsequente e com problemas mentais, esta senhora e seus patetas coniventes simplesmente em cinco anos destruíram o pouco que ainda restava de um programa já a beira da morte. Sinceramente leitor não tenho a menor esperança de mudança enquanto esses governos populistas de merda continuarem no poder. A pergunta que fica é, quanto tempo ainda o nosso “Patinho Feio” sobreviverá?

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