Raupp Está na Argentina Discutindo Acordo do Sabia-Mar

Olá leitor!

Segue abaixo uma nota postada ontem (07/03) no site da Agência Espacial Brasileira (AEB) destacando que o presidente da AEB, Marco Antônio Raupp, encontra-se na Argentina discutindo o acordo espacial entre os dois países e principalmente o projeto do satélite Sabia-Mar.

Duda Falcão

Sabia-Mar Será Tema de Discussão na Viagem
do Presidente da AEB para Argentina

CCS/AEB
07-04-2011

O presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Marco Antonio Raupp, viaja hoje, para Argentina, a fim de discutir o acordo de cooperação vigente entre os países.

Em solo argentino, Raupp participará da reunião de gestores do Mecanismo de Integração e Coordenação Brasil-Argentina (Micba), que acontecerá em Buenos Aires, nos dias sete e oito de abril. Neste encontro, que terá participação da Comissão Nacional de Atividades Espaciais (CONAE), será apresentado o estágio de desenvolvimento do Satélite Argentino-Brasileiro de Informação em Alimento, Água e Ambiente – Mar- Sabia-Mar). Também serão discutidas as ações futuras em prol da garantia de continuidade desta cooperação.

Projeto Sabia-Mar

Em 19 de novembro de 2007 os dois países assinaram um acordo de cooperação que propunha uma missão espacial conjunta, que inclui projetar, produzir e lançar um satélite de observação da Terra para pesquisas ambientais e oceânicas. Essa decisão foi ratificada pelos governos argentino e brasileiro em nota conjunta publicada durante a visita da presidenta Argentina Cristina E. Fernández de Kirchner ao então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, naquele mês.

O Sabia-Mar destina-se à observação dos oceanos – dita cor do oceano (ocean color) – e tem aplicações importantes para o estudo dos ecossistemas oceânicos, ciclo do carbono, mapeamento do habitat marinho e observação costeira.

Dados deste tipo de satélites de cor do oceano são usados no estudo da biosfera oceânica, de sua dinâmica e de seus impactos das atividades antropogênicas (interferência humana na biosfera marinha, como por exemplo toneladas de lixo e de esgoto doméstico, agrotóxicos, metais pesados, detergentes que são jogados no mar) . Tais informações são necessárias para quantificar mudanças oceânicas globais em diversas escalas de tempo (de meses a décadas). Metade da produção primária da Terra ocorre no mar. Os dados de cor do oceano são essenciais na estimativa de produção primária de fitoplancton, que se relaciona diretamente à absorção de dióxido de carbono (CO2).

Esses mesmos dados tem importante aplicação em monitoramento da qualidade da água e do transporte de sedimentos (erosão) nas regiões costeiras, gerando informações para atividades pesqueiras e de aqüicultura (arte de criar e multiplicar animais e plantas aquáticas).

Há, ainda, o estudo da influência dos oceanos sobre as mudanças climáticas, que exige séries de dados longas e contínuas. Dessa forma, a missão Sabia-Mar, além de contribuir para os estudos regionais argentinos e brasileiros, poderá beneficiar a comunidade internacional na área de clima e mudanças globais, reforçando o papel dos dois países no cenário mundial.

O projeto será gerenciado por meio de um comitê conjunto e paritário, com representantes da Argentina e do Brasil. Esse comitê coordenará as atividades de grupos de trabalho para o desenvolvimento do satélite, as operações de controle em solo, as atividades de processamento, distribuição e arquivo de dados, e as atividades de lançamento.

O satélite está orçado em US$ 156 milhões. O custo de lançamento está estimado em US$ 50 milhões. A reunião dos gestores será de extrema relevância para a análise e evolução dos projetos entre os dois países.


Fonte: Site da Agência Espacial Brasileira (AEB)

Comentário: O RauppJet não descansa e já está na Argentina tentando dar um rumo a esse projeto do Sabia-Mar, coisa que alias deverá fazer com os outros projetos de satélites previstos pelo PNAE, além do Programa IBSA de satélites, que deverá ser discutido durante a próxima reunião do grupo IBSA. Entretanto, não posso deixar de fazer uma retificação quanto ao que diz o texto. O acordo inicial do satélite argentino-brasileiro (ainda na configuração antiga) não foi assinado em 2007, nessa época o que se assinou foi uma ratificação do acordo (enchimento de lingüiça). O acordo foi na realidade assinado em “11 de novembro de 1998” (veja o acordo “Programa de Cooperação entre a Agência Espacial Brasileira (AEB) e a Comissão Nacional de Atividades Espaciais (Conae) referente ao Projeto Sabia3”) o que o torna uma das maiores novelas de satélites de nosso programa espacial. Para se ter uma idéia, a sua “Fase A” só foi iniciada em maio do ano passado. Avante RauppJet.

Comentários

  1. Duda,

    Esse aí tá fazendo jus ao salário que recebe né?

    Um abraço,

    José Gustavo

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  2. Olá José Augusto!

    O Raupp é uma pessoa que tem uma história de sucesso inquestionável em todas as instituições por onde passou, inclusive no INPE, quanto então era o diretor na época do desenvolvimentos dos satélites SCD-1, 2 e 2B. Não resta dúvida que se o RauppJet tiver apoio do governo mudará a cara do programa espacial em poucos anos, mas dependerá principalmento desse apoio.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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