O radar da discórdia (Parte II)

Olá, leitor!


Dando continuidade a nossa análise sobre a celeuma criada em torno da recente iniciativa de aquisição de um satélite radar de abertura sintética (SAR - Synthetic Aperture Radar), por parte do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) do Ministério da Defesa (MD), essa é a continuação do artigo "O radar da discórdia (Parte I)" (aqui), publicado no dia 02 de setembro último.

Se você não leu a primeira parte, recomendamos fortemente a leitura para que não perca o encadeamento dos fatos e da análise realizada até então (aqui).

Como demonstrado anteriormente, a discussão iniciada pela turma do "Defensores Jurássicos do Inpe" foi extremamente política e maculada por outras questões que envolveram o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Governo nos últimos meses, ao invés de um debate sério, focado em aspectos técnicos e voltado para as necessidades (demandas reprimidas) nacionais, em termos de sensoriamento por radar e de imagens de altíssima resolução.

Além disso, a vitimização do Inpe por parte dos seus defensores também esconde a parcela de culpa do Instituto (talvez a grande parcela de culpa) e do grupo político que dominou (com mãos de ferro) o Inpe, a Agência Espacial Brasileira (AEB) e o Programa Espacial Brasileiro (PEB) nas últimas 3 (quase 4) décadas, que contribuíram com a situação vivenciada hoje.

O espírito dos programas espaciais passados

Valho-me aqui da ideia do conto natalino "A Christimas Carol" (Um conto de natal', em tradução livre), de Charles Dickens, para trazer à memória de alguns velhos senhores o que eles fizeram no passado e como isso também ajudou a conduzir o PEB para a realidade distópica em que ele se encontra há um bom tempo. Além disso, pretendemos aqui aclarar, para os menos conhecedores, como o PEB deixou de ser um programa nacional e passou a ser o programa de grupinhos de pessoas com visões jurássicas e em desencontro com as tendências mundiais em termos de satélites.

Então o espírito dos programas espaciais passados usa o seu guizo e a sua lanterna e nos transporta para a nossa primeira parada...

1) O Programa Espacial da Missão Espacial Completa Brasileira (MECB)

Era final da década de 70, mais precisamente 1977, ainda sob o governo militar, quando foi realizado, no Rio de Janeiro, o Seminário de Atividades Espaciais (SAE), evento onde as discussões e conclusões acabariam se tornando o embrião daquilo que seria, 3 anos depois (1980), o 1º Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE): a Missão Espacial Completa Brasileira (MECB).

Nesse encontro os participantes conceberam aquilo que Comissão Brasileira de Atividades Espaciais (COBAE) iria incorporar à MECB:

"... a Comissão recomenda,   como   passo   inicial,   o   desenvolvimento   de satélites  de  100  a  120  kg para  órbita  circular  entre  500  e  700  km.  Ressalte-se que  um  satélite  com  estas  características  possibilita  várias  aplicações,  como  as científicas,   as   de   meteorologia,   as   de   sensoriamento  remoto.   Assim,   o desenvolvimento  proposto,  além  de  alto  interesse  em  termos  de  tecnologia nacional, teria grande valor para as aplicações já exploradas no País,...". (grifos) (Montenegro, 1997 apud Botelho, 2017)

Como resultado desse plano tivemos os (longevos, desenvolvidos no Brasil e ainda operacionais) Satélites de Coleta de Dados (SCD) 1 e 2, e teríamos, em seguida, os primeiros Satélites de Sensoriamento Remoto (SSR) 1 e 2, como bem relembra o Plano Diretor do Inpe de 2015:

O INPE faria satélites para serem lançados pelo VLS, sendo dois satélites de coleta de dados de 100 kg e dois satélites de sensoriamento remoto com 150 kg.” (grifos) (INPE, 2015 apud Botelho, 2017)

Para um contextualização com o cenário mundial, é importante destacar que em 1980, surge, no Reino Unido, uma spin-off da Universidade de Surrey, a Surrey Satellite Technologies Limited (SSTL), uma das precursoras mundiais em satélites pequenos (smallsats = satélites < 500 kg), assim como os previstos pela MECB. Ainda comandada pelo seu fundador, Professor Sir Martin Nicholas Sweeting, a SSTL ainda é uma das principais players e referência nesse segmento (Quem quiser conhecer um pouco da história da SSTL veja aqui).

Professor Sir Martin Nicholas Sweeting foi um dos primeiros, senão o primeiro, a formalizar a classificação de pequenos satélites (smallsat) por massa, que pode ser vista no artigo de minha autoria (aqui).

A título de curiosidade, para não nos afastarmos tanto do tema satélite radar/SAR e mantendo em mente o quanto a SSTL vem contribuindo e inovando no desenvolvimento de smallsat, em setembro de 2018, a Surrey lançou um satélite radar pequeno, de 430 Kg: o NovaSAR-1 (aqui).

Voltando aos SCDs, o SCD-1 voou em 1993 e o modelo B do SCD-2 voou em 1998 (o modelo A explodiu junto com o VLS-1 na sua primeira tentativa de voo, em 1997).

Algumas pessoas podem perguntar o motivo de um satélite previsto (oficialmente) em 1980 só voar 13 anos depois, mas não podemos esquecer que o satélite foi todo desenvolvido / integrado aqui no Brasil e que, nesse tempo, o País ainda precisou capacitar os seus engenheiros para assumir tal tarefa. No entanto, não se pode deixar de observar que, obtida tal capacidade tecnológica, o SCD-2 voou 4 / 5 anos depois do primeiro.

No entanto, se a MECB previa 4 smallsats como o início da nossa autonomia no segmento, por que somente os dois SCDs de ~100 Kg foram desenvolvidos e bem sucedidos? E os 2 satélites de sensoriamento remoto ~150 Kg aonde foram parar?

Previsto e realizado pela MECB
Imagem: Autor (2017)


Então o espírito leva-nos para a segunda parada...

2) O Programa Espacial do Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS - China-Brazil Earth Resources Satellite)

1988, já fora do período militar, a MECB vinha próxima de apresentar os seus primeiros resultados no segmento de satélites, quando um grupo de pesquisadores do Inpe, justificando a necessidade de "um esforço para derrubar as barreiras que impedem o desenvolvimento e a transferência de tecnologias sensíveis impostas pelos países desenvolvidos" (aqui), promove os entendimentos com seus equivalentes da China para a criação do Programa CBERS.

MECB x CBERS: Saída de smallsats (~ 100 Kg)  para satélites de ~1.500 Kg.
Imagem: Autor (2017)

Eis pois que, desse entendimento e do Acordo Bilateral dele oriundo, que poderia ajudar a desenvolver, mais rapidamente, os SSR de 150 Kg previstos na MECB, surge um satélite (de sensoriamento remoto e coleta de dados) de 1.540 Kg, ou seja, 10 vezes o tamanho previsto para os SSR-1 e SSR-2.

Em termos de custos, saiu-se de valores estimados de USD 36 milhões (16 milhões o satélite e 20 milhões o lançamento) para o SSR-1, para um CBERS de USD 300 milhões, com o lançamento subsidiado pela China, na faixa de USD 30 milhões (Total estimado do CBERS-1 = USD 330 milhões, aproximadamente 9 vezes o valor de um SSR-1).

A título de referência, o SCD-2, que voou 1 ano antes do CBERS-1, teve um custo total de USD 26 milhões (USD 11 milhões o satélite e USD 15 milhões lançamento), veja aqui.

Considerando que com esses valores e com o tamanho do esforço para o desenvolvimento de um satélite de 1 tonelada e meia, o CBERS tomou proporções maiores que os outros projetos da MECB e do PEB, o que pode se dizer que ele é um outro PNAE, paralelo a MECB, ou seja, o 2o PNAE, sem terminar o primeiro.

O surgimento do CBER consumiu recurso financeiros e humanos que inviabilizaram os SSRs, já que ambos seriam para missões de sensoriamento remoto, conforme imagens abaixo.

MECB x CBERS: Linha do Tempo com os recurso dos SSR indo para o CBERS (Destaques para a criação da AEB em 1994, depois do acordo do CBERS)
Imagem: Autor (2017)

Evolução histórica dos recursos destinados à pesquisa espacial no Brasil, do início do governo Figueiredo em 1981 até o acidente com o terceiro protótipo do VLS durante o governo Lula em 2003 (Escada, 2010 apud Antunes, 2015). 


No gráfico acima percebe-se claramente, independente do valor absoluto dos valores investidos no setor espacial, o quanto o Programa CBERS impactou a MECB e praticamente anula os projetos de pequenos satélites nacionais.

Não se pode esquecer também que o CBERS não previa transferência tecnológica, mas, somente transferência / troca / absorção de conhecimentos entre os profissionais dos dois países.

Também é importante pontuar que o CBERS não poderia ter uma versão militar, diferentemente do que poderia acontecer, caso os SSRs fossem desenvolvidos internamente, o que deixou as necessidades de defesa e segurança pública sem a possibilidade de contratar, internamente no mercado nacional, a aquisição de satélites para atender às suas necessidades (OBS: Grave bem esse ponto, pois ele vai ser discutido na próxima parte dessa série de artigos).

Outro ponto de destaque é que a AEB foi criada em 1994 e herdou da COBAE (sua antecessora, fragilizada pelo projeto paralelo do CBERS, criado pelo Inpe) esse cenário de esforços desconcentrados e dessincronizados do PEB.

Mesmo não sendo parte do programa CBERS, cabe relembrar que foi nesse mote de parcerias internacionais que, em 2003, surgiu, já com a AEB "liderando" o PEB, o acordo entre o Brasil e a Ucrânia para a criação da loucura da Alcântara Cyclone Space (ACS). A ACS foi uma empresa pública binacional que consumiu, em valores corrigidos para hoje, mais de R$ 1 bilhão de reais, e não deixou nenhum resultado positivo para o País.

Eu costumo comparar a ACS com a refinaria de Pasadena.

Se o Brasil fosse um país sério...

Visto isso, vamos para a 3a parada...

3) O Programa Espacial do PNAE 2005 - 2014

O PNAE 2005 - 2014 (3º PNAE) é marcado pela extinção oficial da MECB, pela incorporação oficial do CBERS ao PEB e pela atuação da AEB (criada em 1994) nesse processo.

PNAE 2005 - 2014.
Imagem: Autor (2017)

Conhecido por muitos como a grande Estória da Carochinha espacial nacional, muito pouco do que foi previsto nesse documento foi realmente finalizado, exceto o CBERS, para onde nunca faltou recursos em comparação com os demais projetos.

PNAE 2005 - 2014: Previsto.
Imagem: Autor (2017)


Destaca-se que esse PNAE previu, pela primeira vez, um satélite radar, lembrando que o primeiro satélite desse tipo (Seasat, dos EUA) voou em 1978.

Segue abaixo o quadro do tempo do que foi ou não realizado:

PNAE 2005 - 2014: Não realizado. / atrasado
Imagem: Autor (2017)


Cabe relembrar que foi nesse período (2006) que a ACS foi fundada e começou a, efetivamente, gastar os recursos públicos, com muitos cargos comissionados com altos salários e cargos do conselho de administração pagando vultosos jetons aos seus membros, ao melhor estilo de negociatas políticas tanto vistas em outras empresas públicas do Brasil.

Nesse período, somente o CBERS-2B voou em 2007.

Esse programa foi tão ruim que, em 2011, o seu fim foi antecipado e em 2012, um outro PNAE veio a substituí-lo.

Assim, seguindo para a 4ª e última parada...

4) O Programa Espacial do PNAE 2012 - 2021

Segundo o enunciado do 4º PNAE (2012 - 2021), o mesmo foi antecipado para promover correções na sua versão anterior, para evitar saltos tecnológicos que colocassem o PEB em risco.

PNAE 2012 - 2021.
Imagem: Autor (2017)

Em termos de Sensoriamento Remoto, o último PNAE reafirma a capacidade dos pesquisadores e do desenvolvimento tecnológico nacional no fornecimento de imagens, mas, é lacônico (quase silente) e não traz  metas  claras  sobre  programas  para  pequenos  satélites  de  observação  da  terra,  exceto  pelo  Amazônia (antigo SSR) / PMM (Plataforma Multimissão), na faixa estimada (pelo Inpe) de 500 kg. 

Em verdade, o Amazônia-1/PMM (previsto para ter sido lançado em 2015, mas que só voará em 2021) tem massa de 700+ Kg e não pode ser definido como um smallsat, considerando a quase totalidade das classificações existentes.

Comparação Constelação RapidEye com 5 satélites (valor da constelação), cada versão do Amazônia (valor unitário) e cada uma das 3 últimas versões do CBERS (valor unitário)
Fonte: Autor (2017), adaptado.
Comparando o Amazônia e o CBERS com a constelação de smalsats RapidEye (com 5 satélites) temos que:
- 1 Amazônia <=> ~ 8 RapidEye;
- 1 CBERS   <=> ~ 20 RapidEye.

Isso já demonstra claramente o anacronismo e descompasso desse PNAE com as tendência mundiais nessa área. A título de ilustração, o PNAE 2012 -2021, não cita nem o termo "Cubesat", apesar de que, sob a designação de Tecnologias Críticas, a AEB tenha desenvolvido o Satélites Serpens, em parceria com a Universidade de Brasília (UnB).

Por fim, não tão diferente do que o PNAE anterior, a versão 2012 - 2021 pouco realizou do que previu.

PNAE 2012 - 2021: Missões previstas.
Imagem:  AEB em http://antigo.aeb.gov.br/wp-content/uploads/2018/05/PNAE-Portugues.pdf

PNAE 2012 - 2021: Missões realizadas, dentro do prazo.
Imagem: Autor (2017)

Das missões previstas no PNAE 2012- 2021 só voaram (com atrasos) os CBERS (para variar e sempre com menos atraso que os demais), o SGDC-1 (que foi adquirido no mercado internacional) e o Amazônia que deve voar em 2021 (quando a ilustração acima foi elaborada (2017) o Amazônia estava previsto para voar em 2019).

Detalhe é que, mesmo tendo sendo previsto um satélite radar, assim como no PNAE anterior, nada aconteceu de efetivo nesse tema, há mais de 16 anos.

É importante destacar que os chineses voaram seu primeiro satélite SAR (o HJ-1C) em 2012. Assim, se o Brasil propusesse aos chineses, estes poderiam colocar um payload SAR no CBERS, adaptando o bus para essa missão. No entanto, mesmo tendo indicações para tal, nem a AEB, nem o Inpe efetivamente se comprometeram com esse projeto.

Vejam que na Nota Técnica 42/DSAD e no artigo do I Congresso Aeroespacial Brasileiro, apresentei, reforçado pelo trabalho de PARADELLA (2015), a opção de um NewCBERS-SAR:

"Considerando  que  os  satélites  CBERS não  podem  ser  classificados  na  categoria  de pequenos  satélites  e possuem   cargas   úteis   com   resolução   menor   do   que  as  encontradas   em   pequenos   satélites de  renome internacional, individualmente ou em constelações, foram vislumbradas duas possibilidades para esse programa: alterar  o  projeto para  satélites  menores,  trabalhando  individualmente  ou  em  constelação, com payloads com capacidade de imageamento submétrico; ou convertê-lo em um satélite dedicado a imageamento SAR, mantendo o seu porte atual" (PARADELLA et al, 2015; Botelho, 2017).

Para fins de ilustração, segue abaixo a linha do tempo do PEB e seus PNAEs, do que foi planejado e do que foi realizado ou não, de 1978 a 2020:

PEB / PNAEs (1978 a 2020): O que foi realizado.
Imagem: Autor (2017)

Perguntas que não querem calar

Antes de mais nada, reforço aqui a minha crença de que o Inpe e o Brasil tem alguns dos melhores Pesquisadores, Cientistas, Tecnologistas e Analistas do mundo. Por outro lado, com os resultados e a situação atual do do PEB, não podemos negar que temos gestores muito ruins e lideranças com pouca capacidade de inspirar e guiar o segmento espacial para o lugar em que ele deveria estar.

As desculpas de sempre vão ser a falta de dinheiro, a falta de pessoal ... mas isso, nada mais é do que desculpa.

Na presente análise, não entramos no julgamento se o CBERS foi ou não bom, ou trouxe ou não trouxe alguns resultados para o País. A nossa análise foca no custo dessa opção e nos resultados que poderiam ser obtidos, caso não se insistisse tanto em manter um projeto tão grande e custoso, em detrimento de soluções de menor porte e mais alinhadas com as tendências mundiais das últimas 2 / 3 décadas, com desenvolvimento de satélites de menor porte e em constelações.

Portanto, agora, mais do que um discurso bonitinho e emotivo de que o Inpe está sendo desprestigiado e que esse dinheiro para aquisição de um satélite radar poderia ser usado / investindo em um projeto nacional dentro do Inpe, com o que foi visto com o auxílio do espírito dos Programas Espaciais passados, as perguntas que ficam são:

- Por que o Inpe e a AEB não migraram o CBERS para um satélite de menor porte e deixaram recursos para um satélite SAR?

- Por que não transformaram o CBERS em um satélite SAR (adaptando o bus e trocando o payload radar por um dos que os chineses já tem)?

- Se o Inpe e a AEB (que tinha na sua alta gestão, de 2011 a 2019, pessoas oriundas do Inpe e do Programa CBERS) não priorizaram um SAR e sim o CBERS, por que agora alguns defensores, com ligações com esse grupo, estão questionando um outro ente do governo que adquiriu o SAR no mercado (com recurso extra orçamentários próprios e não retirados do Inpe) como se isso fosse algum absurdo?

- Por que agora querem que se espere o Amazônia / PMM fique pronto e seja validado em voo, para iniciar um projeto de um SAR, usando a PMM como bus?

- Considerando a média de desenvolvimento de um novo payload SAR, e da necessidade de adaptações da PMM como um bus SAR, quantos anos o País (e o MD) teria que esperar por um SAR com a PMM como bus, sem "poder" adquirir um equipamento pronto no mercado?

- Por que não se adquirir um satélite SAR no mercado internacional, para atender a uma demanda reprimida, e se estabelecer um cronograma de nacionalização, conforme novas aquisições venham a ocorrem ou serem necessárias, seja para uso civil, militar ou dual?

Deixo as perguntas para reflexão de todos e, principalmente, dos mesquinhos Srs. "Scrooge" do PEB, que teimam em não "largar o osso" e em manter tudo "jurassicamente" como dantes.

Fico por aqui leitor, para continuarmos na Parte III.

Saudações,

Rui Botelho
(Brazilian Space)











Comentários

  1. Excelente análise Rui. É importante salientar que o INPE é um patrimônio nacional, tanto em termos de tecnologias e instalações, mas principalmente em termos do brilhantismo de seus servidores, bolsistas e alunos. No entanto essa análise, assim como diversas outras apontam na direção de uma gestão e administração feudal, em que os interesses de grupos escusos, com agendas particulares, foram mais altos do que os interesses de nossa nação. No meio, se fala muito das "Coelhadas" fiscais no setor, e na paixão exacerbada de alguns administradores pelo CBERS... fico imaginando quais as motivações...

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  2. Boa tarde Prof. Rui Botelho!

    Meus parabéns, mais um artigo relevante cheio de colocações e questionamentos muito pertinentes. Quiçá faça essa gente acordar pra vida e se antenar verdadeiramente com o que esta acontecendo mundo afora. Duvido muito, mas...

    Abs

    Duda Falcão

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  3. Prof. Rui Botelho para presidência da AEB, num governo deveras publicano

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  4. Prezado Rui, Oswaldo e Duda,

    Falando em filmes, lembrei daquele "O Grynch" ao remorar o chororô de um ex-PR após a tragédia de Alcântara. Que investiria e retomaria o PEB e blá blá blá...
    Quanto ao caso concreto do INPE só posso falar da minha vivência com o setor público em que fica claro que os feudos e subfeudos da Administração Pública existem pelo ato primeiro, essencial, poético e belo da auto preservação de cargos, salários e ideologias.
    Se há postos políticos e ideológicos nesses órgãos, junto também com gente que faz e é competente isso é do senso comum de quem acompanha o serviço público. Lembro bem da primeira crítica "técnica"? , contrapondo um posicionamento do PR recém eleito. Foi de um ex diretor do INPE, em 2019. E com um bigodinho para lá de suspeito...
    Já opinei algumas vezes aqui, não sei se é o melhor, transformar ou extinguir o INPE e formar um departamento técnico da AEB na área satelital e outra de propulsão, AEB civil, orçamento civil. Quem, do órgão, não quiser que funde uma ONG.

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