TCU suspende contrato de imagens de satélites, e PF diz que operações contra queimadas ficam prejudicadas
Olá, leitor!
Segue abaixo a nota "TCU suspende contrato de imagens de satélites, e PF diz que operações contra queimadas ficam prejudicadas", publicada no site Folha/Uol, no dia 18/09/2020.
O interessante leitor é que para o tipo de aplicação que a Polícia Federal (PF) precisa, com R$ 49.000.000,00 estimamos que seria possível desenvolver uma constelação de 5 a 7 cubesats 3U. com câmeras (a por satélite) de resolução entre 1 a 5m, voando em um órbita heliossíncrona (SSO - Sun Synchronous Orbit) de 600 a 700 km. Uma constelação como essa teria revisita quase que diária, teria vida útil de 4 a 6 anos e demoraria cerca de 3 anos e meio para ser construída e colocada em operação.
Consultando dois especialistas em cubesats e sensoriamento remoto, ambos apresentaram pequena variação da quantidade de cubesats (6 e 7 3U), compartilhando do mesmo entendimento quanto aos demais parâmetros.
Caso a PF investisse esse valor em uma empresa nacional, podendo até fazer parcerias com outros Órgãos para a cessão / compartilhamento de imagens, ela teria que investir cerca de R$ 14 milhões / ano, em 3 anos e meio, para ter uma constelação funcionando por 5 a 6 anos, incluindo a operação.
A partir do 3o ano de vida da 1a constelação (1a geração), a PF voltaria a investir novos R$ 49 milhões para começar a construir a geração seguinte e colocá-la em operação, antes do término da vida útil da geração anterior, e assim, sucessivamente.
E isso estamos falando de um único Órgão, imagine se fosse feito um consórcio entre órgãos, o quanto o rateio dessa despesa iria baratear os custos com imagens e estimular as startups nacionais?
Era nisso que a Agência Espacial Brasileira (AEB) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) deveriam estar investindo há anos, inclusive para obter recursos de fontes como a segurança pública, onde estes não faltam.
Ao invés disso, ficam velhas senhoras senis e decrépitas chorando as pitangas e desinformando os meios de comunicação com a lenga-lenga de que estão tirando recursos do Inpe.... Os bons inpeanos sabem a verdade sobre quem sugou até a última gota dos recursos do PEB, para atender a um grupo de jurássicos que dava as cartas por lá (e na AEB), durante décadas (3 décadas).
A título de comparação, um Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS - China-Brazil Earth Resource Satellite) tem massa de 2.000 kg (mais de 400 vezes a massa de um 3U ou 57 vezes a massa de uma constelação com 7 3U), tem resolução igual ao cubesat apresentado aqui (no espectro do visível e do próximo ao infravermelho), tem vida útil de 3 a 5 anos e custa o equivalente a quase 60 cubesats 3U ou 8 constelações e meia de cubesats 3U.
Saudações,
Rui Botelho
(Brazilian Space)
Boa tarde!
ResponderExcluirRui na sua opinião a PMM desenvolvida no Inpe já nasce obsoleta?
Devido a tendência de satélite s ainda menores.
Oi Luiz!
ExcluirConceitualmente a PMM é bastante interessante e um ponto de inflexão no desenvolvimento de sistemas satelitais para o Brasil.
Como o voo do Amazônia 1 e a validação da PMM estaremos entrando em um outro momento do nosso PEB.
Considerando a tendência mundial no desenvolvimento de satélites de menor porte, a PMM poderia servir de base para o desenvolvimento de um portfólio de buses para satélites de menor porte ente 100 e 150 kg, 150 a 250 kg, 250 a 500 kg, com a própria PMM para satélites entre 500 e 800 kg.
No entanto, tecnologicamente, um projeto que demora tanto tempo para voar precisa ser atualizado internamente em termos de novos sistemas e subsistemas e isso é natural na indústria.
Apesar dessas questões a PMM pode ser a base para o desenvolvimento de satélites de maior porte caso o Brasil precise, como satélites radar ou, até mesmo, Geoestacionários.
Abraço