Alertas do DETER Estimam 226 km² de Corte Raso na Amazônia Entre Novembro e Janeiro
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada ontem (29/02) no site do
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), destacando que alertas do DETER estimam 226 km² de corte
raso na Amazônia entre novembro e janeiro.
Duda Falcão
Alertas do
DETER Estimam 226 km² de Corte
Raso na Amazônia Entre Novembro e Janeiro
Segunda-feira,
29 de Fevereiro de 2016
Nos últimos meses de novembro, dezembro e janeiro, os
alertas de alteração na cobertura florestal por corte raso e/ou degradação na
Amazônia somaram 391 Km². Deste total, estima-se que 226 km² são de áreas de
desmatamento por corte raso e 155 km² correspondem à degradação florestal, além
de 10 km² de desmatamentos não confirmados, conforme registro do DETER, o
Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (INPE).
As distribuições das áreas de Alertas nos Estados em cada
mês, bem como a respectiva cobertura de nuvens, são apresentadas na tabela a
seguir.
|
DETER(*)
Nov (Km²) |
Nuvens
Nov (%) |
DETER(*)
Dez (Km²) |
Nuvens
Dez (%) |
DETER(*)
Jan (km²) |
Nuvens
Jan (%) |
Acre
|
4.63
|
40
|
13.33
|
43
|
2.97
|
30
|
Amazonas
|
28.19
|
41
|
7.36
|
61
|
16.49
|
51
|
Amapá
|
0.84
|
84
|
-
|
98
|
-
|
97
|
Maranhão
|
6.36
|
30
|
2.01
|
33
|
-
|
71
|
Mato
Grosso
|
78.65
|
2
|
47.21
|
5
|
4.14
|
83
|
Pará
|
81.95
|
44
|
2.55
|
71
|
6.10
|
83
|
Rondônia
|
26.99
|
1
|
5.03
|
2
|
11.88
|
27
|
Roraima
|
9.85
|
29
|
9.85
|
7
|
21.38
|
3
|
Tocantins
|
2.69
|
22
|
1.29
|
11
|
-
|
99
|
TOTAL
|
240.15
|
32
|
88.63
|
44
|
62.96
|
66
|
(*) Soma das
áreas de alerta de corte raso, degradação florestal e falsos positivos.
Baseado em
dados de satélites de resolução moderada (250 m) – Terra/MODIS, o DETER é uma
ferramenta de suporte à fiscalização de desmatamento e demais alterações na
cobertura florestal ilegais, prioritariamente orientado para as necessidades do
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(IBAMA). As imagens são analisadas pelo INPE e em prazo de até cinco dias após
a passagem do satélite mapas de Alertas de alteração na cobertura florestal são
enviados ao IBAMA. Os Alertas podem se referir indistintamente ao desmatamento
propriamente dito, quando há a remoção drástica da cobertura florestal por
corte raso, e também a eventos de degradação florestal, que podem ser
exploração madeireira por corte seletivo, preparação da área para o corte raso,
localmente denominada brocagem, ou cicatrizes de incêndio florestal.
Os
resultados do DETER devem ser analisados em conjunto com as informações sobre a
cobertura de nuvens, que afeta a observação por satélites. As áreas em rosa dos
mapas a seguir correspondem aos locais que estiveram encobertos no período. Nos
mesmos mapas, os pontos amarelos mostram a localização dos Alertas emitidos
pelo DETER.
Mapa de alertas de novembro, mês em que a cobertura
de
nuvens impediu a observação de 32% da Amazônia.
|
Mapa de alertas de dezembro, mês em que a cobertura
de
nuvens impediu a observação de 44% da Amazônia.
|
Mapa de alertas de janeiro, mês em que a cobertura de
nuvens impediu a observação de 66% da Amazônia.
|
Em função da
cobertura de nuvens variável de um mês para outro e, também, da resolução dos
satélites, o INPE não recomenda a comparação entre dados de diferentes meses e
anos obtidos pelo sistema DETER.
Estimativa
de Corte Raso e Degradação Florestal
Uma
validação dos dados do DETER é realizada regularmente pelo INPE desde 2008 e,
como resultado, obtém-se uma estimativa amostral da proporção de áreas de corte
raso, de degradação florestal e de falsos positivos. A validação dos dados do
DETER tem como objetivo caracterizar mensalmente os Alertas de Alteração na
Cobertura Florestal na Amazônia. Para a qualificação, são analisadas imagens
provenientes do satélite Landsat (ou similar), adquiridas em período
equivalente às imagens MODIS utilizadas pelo DETER. A tabela a seguir detalha
as estimativas das áreas de corte raso, degradação e falsos positivos calculados
a partir dos resultados da validação do trimestre para toda Amazônia Legal.
Classe
|
Novembro
(Km²)
|
Dezembro
(Km²)
|
Janeiro
(Km²)
|
Total
(Km²)
|
Corte Raso
|
135
|
50
|
41
|
226
|
Degradação
|
104
|
32
|
19
|
155
|
Falso
positivo
|
1
|
7
|
2
|
10
|
Soma
|
240
|
89
|
63
|
391
|
A fatoração
da área de alerta em corte raso e em degradação florestal atende a uma
solicitação do IBAMA, ratificada por um Acordo de Cooperação Técnica (ACT)
firmado em novembro de 2014 entre as duas instituições. A fatoração poderá ser
aplicada toda vez que houver dados de satélites de alta resolução (20-30 m)
disponíveis no mês em questão e com baixa cobertura de nuvens em quantidade
suficiente para cobrir ao menos 30% dos eventos de alertas e 30% de sua área
total.
Conforme o
ACT firmado, a divulgação do DETER é referente a um trimestre, realizada no fim
do mês seguinte ao término do trimestre e, além dos relatórios de dados (1) e
de validação (2), o INPE divulga mapas da distribuição espacial das ocorrências
de alertas de cada mês deste trimestre agregados em células de 50 km X 50km (3)
e o mapa com os polígonos de alertas do trimestre anterior (4). O INPE também
fornece uma interface gráfica para a visualização dos dados do DETER e outras
informações pertinentes sobre as alterações da cobertura florestal na Amazônia
(5).
Sistema
DETER
Realizado
pela Coordenação de Observação da Terra (OBT) do INPE, o DETER é um serviço de
alerta de desmatamento e degradação florestal na Amazônia Legal baseado em
dados de satélite de alta frequência de revisita.
O DETER
utiliza imagens do sensor MODIS do satélite Terra, com resolução espacial de
250 metros, que possibilitam detectar polígonos de desmatamento com área maior
que 25 hectares. Nem todos os desmatamentos são identificados devido à ocorrência
de cobertura de nuvens.
Os alertas
produzidos pelo DETER foram concebidos e são produzidos para orientar a
fiscalização do desmatamento ilegal na Amazônia. Os mapas de alertas do DETER
são enviados diariamente ao IBAMA com a localização precisa de eventos de
desmatamento e degradação florestal e um indicativo de área que tem qualidade
limitada pela resolução do satélite, que permite representação acurada de área
apenas para eventos de tamanho superior a 100 ha.
Por isso, o
INPE não recomenda que os dados de área de alertas do DETER sejam utilizados
como indicativo do andamento da intensidade de desmatamento. Para medir esta
intensidade o INPE produz desde 1988 o mapa de desmatamento feito com imagens
de resolução de 20 a 30 m (Landsat, CCD/CBERS, LISS3/ResourceSAT, DMC e SPOT).
Deste mapa o INPE calcula a taxa de desmatamento anual em km² medida
pelo PRODES.
A menor
resolução dos sensores usados pelo DETER é compensada pela capacidade de
observação diária, que torna o sistema uma ferramenta ideal para informar
rapidamente aos órgãos de fiscalização sobre novos desmatamentos.
Este sistema
registra tanto áreas de corte raso, quando os satélites detectam a completa
retirada da floresta nativa, quanto áreas com evidência de degradação
decorrente de extração de madeira, preparação para desmatamento (brocagem) ou
incêndios florestais, que podem ser parte do processo de desmatamento na
região.
A cada
divulgação sobre o sistema de alerta DETER, o INPE apresenta ainda um relatório
de avaliação amostral dos dados. Os relatórios, assim como demais dados
relativos ao DETER, podem ser consultados em www.obt.inpe.br/deter.
Fonte: Site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE)
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