Fac. de Tecnologia da UnB Desenvolve Proj. de Microssatélite
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada ontem (24/05) no site da “Universidade
de Brasília (UnB)” destacando que a Faculdade de Tecnologia desta universidade
está desenvolvendo um Projeto de Microsatélite.
Duda Falcão
CIÊNCIA
Faculdade de Tecnologia Desenvolve
Projeto de Microssatélite
Protótipo do tamanho de uma lata será lançado para teste
com auxílio de um balão meteorológico. Objetivo é colher
dados atmosféricos e imagens da superfície terrestre
Vivian
Palmeira
Da Secretaria de Comunicação
da UnB
UnB Agência
24/05/2013
Marcelo Jatobá/UnB Agência
LAICanSat-1 é o nome do programa inédito da Universidade de
Brasília em que se pretende projetar, construir e lançar a uma altitude
suborbital um microssatélite de baixo custo capaz de coletar informações
climáticas e realizar imageamento da superfície terrestre. A proposta vem sendo
desenvolvida de forma multidisciplinar, por professores da UnB de diferentes
áreas como Engenharia Mecânica, Engenharia Elétrica, Engenharia Aeroespacial e
Física, além de alunos dos respectivos cursos.
A ideia surgiu da possibilidade de unir dois antigos
projetos de tecnologia espacial - o CanSat e o balão atmosférico – para
realizar experimentos e teste de conceitos e pesquisas, além de divulgar a
cultura aeroespacial e contribuir com a formação de mão de obra na área. A UnB
é uma das quatro instituições de ensino superior brasileiras que oferecem o
curso de Engenharia Aeroespacial. A graduação foi instituída no campus
do Gama em 2012. “É uma iniciativa que visa atrair o aluno antes mesmo de seu
ingresso na universidade", explica o professor do Departamento de
Engenharia Elétrica Renato Borges. "A partir do momento em que ele [o
aluno] estiver aqui, fortalecê-lo na área aeroespacial, com conhecimentos cada
vez mais específicos e técnicos de como uma missão espacial é concebida”,
completa.
O CanSat, como o nome em inglês diz, é um “satélite”
feito de lata. O modelo, elaborado por alunos e professores da UnB, possui
menos de 1 kg e não é propriamente um satélite. Isso porque, no conceito
original, a palavra refere-se somente a dispositivos que orbitam em torno da
Terra. Mas o equipamento utiliza os mesmos mecanismos para realizar propósitos
semelhantes aos dos satélites, como colher imagens da Terra e obter informações
atmosféricas.
Para isso, o mecanismo projetado na UnB será acoplado a
um balão atmosférico preenchido com gás Hélio, que elevará o protótipo a uma
distância de cerca de 30 quilômetros da superfície terrestre. “Trata-se
aproximadamente da metade da estratosfera [situada entre 15 e 50 km de altitude
acima do solo]”, conta Renato. Nesse ambiente, já é possível encontrar
condições semelhantes às do espaço, o que traz benefícios também para a
indústria, ao permitir testes de componentes e de circuitos que irão ser
utilizados em projetos espaciais, em complemento àqueles realizados em
superfície terrestre. “Num voo desses, você pode testar componentes a um preço
muito menor e em uma plataforma que você sabe que vai voltar, o que permite
embarcar coisas caras”, diz Pedro Nehme, aluno de Engenharia Elétrica que faz
parte da equipe do projeto e ficou conhecido nacionalmente por ser o primeiro civil a realizar uma viagem ao espaço.
Reinaldo Dimon/UnB Agência
Um dos diferenciais do projeto desenvolvido na UnB é
justamente a possibilidade de sensoriamento remoto com a recuperação do
microssatélite. A localização do dispositivo será transmitida via sinais de
rádio, como um celular, e as informações de imagens coletadas serão armazenadas
diretamente no dispositivo, por isso a necessidade de recuperá-lo. “Nossa
equipe vai procurar auxílio dos grupos de radioamadorismo para rastrear o
LAICAnSat-1, por se tratar de uma comunidade com um papel de extrema
importância neste contexto, além de grande competência, e que poderá auxiliar
em outros projetos e iniciativas semelhantes”, diz Renato.
Junto ao LAICAnSat-1 serão acoplados uma câmera
fotográfica, um GPS e sensores para medição de níveis de radiação ultravioleta
e umidade atmosférica. “Uma das coisas fundamentais é a observação da Terra, e
o sensoriamento remoto é essencial, por exemplo, para monitorar áreas agrícolas
e determinar como as cidades estão crescendo. Pode servir ainda para a
segurança civil, controle de incêndios, dentre outras aplicações”, conta o
professor do Instituto de Física e membro do Comitê Aeroespacial da UnB José
Leonardo Ferreira, sobre as possibilidades de aplicação do experimento. O
lançamento do LAICAnSat-1 está previsto para agosto. A iniciativa da UnB vem ao
encontro dos interesses da Agência Espacial Brasileira: formar recursos humanos
na área e tornar o espaço cada vez mais acessível.
Fonte: Site da Universidade de Brasília (UnB)
Comentário: Bom, muito bom mesmo e já havíamos falado
aqui sobre essa iniciativa da missão LAICanSat-1
da UnB. Entretanto deixe-me fazer um
esclarecimento quanto ao título inadequado usado pela autora desse artigo. Como muito bem colocado pela mesma, o LAICanSat-1
não é propriamente um satélite devido ao conceito original citado por ela, mas
muito menos é um Microsatélite (satélites com peso entre 10 e 100 kg), já que satélites denominados de
CanSats e Tubesats (com peso entre 0,1 e 1 kg) são na realidade classificados como picossatélites. Feito esse esclarecimento, gostaríamos parabenizar a UnB por essa iniciativa
e ao mesmo tempo sugerir a AEB que crie um programa de balões direcionado para
pesquisas universitárias como o Programa BEXUS europeu, citado dias atrás aqui
no blog. Para tanto busquem recursos para que alguma empresa brasileira possa
desenvolver uma plataforma com um sistema de recuperação, que seja pelo menos de porte médio, onde então esses
experimentos acadêmicos possam ser colocados e testados em voo, como também
desenvolver o balão que será utilizado nessas missões, evitando assim a dependência
estrangeira.
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