Barreira do Inferno Inaugura Centro de Cultura Espacial

Olá leitor!

Segue abaixo uma matéria publicada na Revista Espaço Brasileiro (Jul, Ago e Set de 2011), destacando a inauguração do Centro de Cultura Espacial e Informações Turísticas (CCEIT) do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI). Veja a nota: “CLBI Inaugura Centro de Cultura Espacial”, lá você poderá conferir um 'vídeo' sobre a inauguração do CCEIT.

Duda Falcão

CLBI

Barreira do Inferno Inaugura
Centro de Cultura

CCEIT reúne peças originais e réplicas de equipamentos
utilizados ao longo dos 46 anos de atividades do primeiro
centro de lançamento de foguetes do país.

Carmem Spínola e
Leandro Duarte


Ao completar 46 anos de existência, o Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI) inaugurou, no dia 04 de outubro, com uma solenidade marcada pela presença de autoridades, o Centro de Cultura Espacial e Informações Turísticas (CCEIT).

O CCEIT é fruto de uma parceria entre o CLBI e a Prefeitura de Parnamirim/RN. Aberto ao público, funcionará como um espaço de cultura e pesquisa, contando, inicialmente, com painéis fotográficos, peças originais e réplicas de foguetes lançados na Barreira do Inferno, lançadores, antenas e radares meteorológicos e de telemedidas, além de um avião AT-26 – Xavante, de fabricação brasileira, que desempenhou um importantíssimo papel no desenvolvimento da indústria bélica do País.

As peças em exposição traduzem alguns dos principais acontecimentos da história do CLBI e são resultado de um intenso trabalho de pesquisa, restauração e recuperação do acervo do Centro, realizado pela equipe do projeto “Preservação , inventário e difusão dos acervos científico e tecnológico aeroespacial do Programa Espacial Brasileiro no CLBI”.

O projeto, financiado pela Agência Espacial Brasileira (AEB), em convênio com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Ministério da Aeronáutica, por meio do CLBI, tem como objetivo preservar os bens patrimoniais e culturais do Centro de Lançamento. Além de expor as peças para o público que visita o litoral sul do Rio Grande do Norte, o Centro de Cultura Espacial nasce para disseminar o conhecimento científico e tecnológico, contribuindo para o desenvolvimento local, regional e nacional.

Com isso, o CLBI passa a compartilhar sua própria história e a história da atividade espacial no País, apresentando a importância e os benefícios dos avanços tecnológicos resultantes dessa atividade, estimulando o desenvolvimento de pesquisas espaciais e formando futuras gerações de pesquisadores.


O Início do Projeto e sua Importância

O projeto do museu do CLBI começou a tomar forma no fim do ano passado, quando o chefe da Subdivisão Técnica da Divisão de Operações do Centro, Klebe Rolim, que trabalha por lá há quase três décadas, resolveu montar o projeto. “Já fazia algum tempo que a idéia de construir um museu de cultura espacial estava sendo concebida. Quando víamos que, diariamente, uma enorme quantidade de material histórico estava sendo descartado e, ainda, funcionários mais experientes se aposentando ou sendo transferidos, constatamos a necessidade urgente de conservação do patrimônio histórico do CLBI”, contou.

Para o vice-diretor do CLBI, o Ten. Cel. Maurício Alcântara, “o museu será uma forma de o Centro de Lançamento levar à população local informações sobre as atividades realizadas, ao mesmo tempo, em que possibilitará a entrada de experimentos e pesquisas”.

Primeira a ser contratada para fazer a restauração de documentos e pesquisa do Museu, a jornalista e mestre em Lingüística pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Carmem Spínola, relata que a oportunidade oferecida por este projeto transformou sua vida. Ela abandonou temporariamente a careira como professora de uma instituição de ensino superior para se dedicar exclusivamente a este projeto. “Estou tendo a oportunidade de trabalhar em um lugar que sempre povoou meu imaginário como cidadã nascida e criada em Natal. Para o potiguar, a Barreira do Inferno é um orgulho”, disse.

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Outra integrante da equipe é a estudante de Letras, Ricaline da Costa. Experiente em projetos de pesquisa histórica e em restauração de documentos, a estudante disse que o trabalho será importante sob um ponto de vista social e cultural, pois resgata a história do país na participação da conquista do espaço, os passos de seu desenvolvimento tecnológico, além de valorizar a história de todos os que fizeram ou fazem parte dessas conquistas.

Ainda fazem parte da equipe os estudantes de História da UFRN, Cláudio de Oliveira Neto, Hudson Ribeiro, Poliana Martins e a graduanda em Comunicação Social, Priscila Pontes.

O Trabalho da Equipe:

O trabalho realizado pela equipe tem várias frentes. Desde janeiro de 2011 os bolsistas trabalham dentro do arquivo geral do CLBI, analisando, selecionando e escaneando documentos referentes à história das operações realizadas na Barreira. “Partimos do princípio de que a trajetória histórica do CLBI deve ser contada a partir de sua atividade-fim, que é o lançamento de foguetes e experimentos tecnológicos para diversas finalidades. Em maio, começamos esse mesmo trabalho nos arquivos da Divisão de Operações do CLBI, que guarda os projetos realizados nos últimos dez anos”, contou Carmem Spínola.

A equipe tem realizado, ainda, um levantamento fotográfico nos diversos setores do CLBI e também no Laboratório de Registros de Imagens do IAE, no DCTA, em São José dos Campos (SP). São quase dez mil fotos tiradas, desde 1965, que ajudam a contar a história do CLBI. O grupo está digitalizando o material para que esteja disponível no acervo do museu e no site que está em desenvolvimento.

Além das fotos, o acervo contará com textos, imagens em vídeo, matérias de jornais e entrevistas com personalidades que marcaram a história do CLBI. Também estarão disponíveis réplicas como a do foguete Nike Apache – o primeiro lançado a partir da Barreira -, e raridades recuperadas, como lançadores, a série de foguetes Sonda, alguns radares que faziam telemedidas e a maior câmera do mundo utilizada para fotografar satélites – uma Baker-Nunn.

Cedida pela NASA ao INPE, nos anos de 1960, a máquina estava prestes a ser descartada quando a equipe do museu solicitou ao INPE a sua doação. Atualmente, a câmera passa por um processo de revitalização para ser exposta no museu.

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Fonte: Revista Espaço Brasileiro - num. 12 - Jul Ago e Set de 2011 - págs. 20 e 21

Comentário: Essa iniciativa chega em boa hora e deveria ser estendida também ao Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), onde em convênio com a Prefeitura de Alcântara, o Governo do Maranhão entre outras instituição do governo federal poderia também ser criado um Museu como este em prédio próprio e moderno a ser instalado na cidade de Alcântara. Vale como sugestão.

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