Brasil Pagará € 250 Milhões para Participar do ESO
Olá leitor!
Segue abaixo uma matéria postada dia (24/12) no site “Folha.com” do “Jornal Folha de São Paulo” destacando que o Brasil pagará € 250 milhões em 11 anos para participar do “Observatório Europeu do Sul (ESO)”.
Duda Falcão
Brasil Pagará € 250 Mi para Participar
de Observatório Astronômico
SALVADOR NOGUEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
24/12/2010 - 06h30
Papai Noel foi generoso com a comunidade astronômica brasileira. O Ministério da Ciência e Tecnologia e o ESO (Observatório Europeu do Sul) chegaram a um consenso para a entrada do país no consórcio, a um custo de cerca de €250 milhões (o equivalente a quase R$ 555 milhões) em 11 anos.
O acordo, ao qual a Folha teve acesso, está no momento sendo analisado pelo Ministério do Planejamento (de onde sairá à verba) e passará por pequenos ajustes de texto na pasta das Relações Exteriores, antes que a versão definitiva possa ser assinada pelo ministro Sérgio Rezende (MCT) e pelo diretor-geral do ESO, Tim de Zeeuw.
Se tudo correr bem, a cerimônia de assinatura deve acontecer na próxima quarta-feira, dia 29, em Brasília.
A partir daí, o Brasil será o primeiro país que não faz parte da Europa a fechar com o consórcio (excetuando-se naturalmente o Chile, que hospeda as instalações).
A negociação tinha esfriado depois que os termos originais apresentados pela organização européia foram rechaçados pelo governo brasileiro, em setembro.
Mas, num movimento surpreendente, o ESO decidiu ceder e suavizar um pouco o custo para o Brasil, viabilizando o negócio.
CIFRAS
A organização européia tem interesse no ingresso de novos membros para ajudar a financiar o seu futuro superobservatório, o E-ELT (Telescópio Extremamente Grande), que terá 42 m de abertura e deve ser inaugurado em uma década.
O resultado foi celebrado pelos envolvidos na negociação. Num e-mail trocado internamente no MCT, um assessor descreve o sentimento: "As equipes negociadoras comemoram como se tivéssemos conquistado a Copa do Mundo. Com gols até no último minuto".
CUSTO REDUZIDO
"Foi uma redução de quase 50% no custo original", disse à Folha, por telefone, o ministro Sérgio Rezende.
O Brasil ficou isento de uma contribuição adicional que está sendo imposta aos outros membros, no valor de €250 milhões, para a construção do E-ELT , próximo grande projeto do ESO.
Outra grande vitória foi o abatimento da anuidade a ser paga pelo país como membro do consórcio.
Normalmente o ESO usa o PIB (Produto Interno Bruto) de cada país como critério para determinar quanto é preciso pagar.
O governo brasileiro, no entanto, mostrou que a riqueza nacional não guarda a mesma proporção que a dos outros países do grupo quando se leva em conta a divisão per capita e o fato de que a comunidade astronômica brasileira não é, proporcionalmente, tão numerosa.
Como resultado dessa argumentação, o ESO decidiu promover um aumento gradual da anuidade brasileira.
Em 2012, por exemplo, o país pagará 25% do valor calculado com base no PIB. A porcentagem vai subindo até chegar aos 100%, em 2021.
Apesar dessas condições especiais, o país preserva na integralidade seus direitos como membro regular da organização.
Isso inclui a submissão de projetos de pesquisa para uso de toda a infraestrutura do observatório (trata-se da maior instituição de pesquisa astronômica do mundo).
VAI E VOLTA
Outra grande vantagem celebrada pelo governo é a possibilidade de empresas brasileiras disputarem as licitações ligadas à instituição.
"A Queiróz Galvão, por exemplo, está terminando um grande empreendimento no Chile com 2.000 funcionários. Está pronta para começar a obra de preparação do terreno para a construção do E-ELT, cortar o cume do morro e fazer uma estrutura plana", disse Rezende.
"As empresas brasileiras têm muito interesse e vão ter acesso, com a vantagem competitiva de estar muito mais perto do Chile [que as concorrentes européias]."
O ministro destaca que haverá benefícios em outros setores, além da construção civil. "Na área técnica e de alta tecnologia, as empresas também terão grandes oportunidades. Lembre-se de que o Soar [telescópio brasileiro e americano construído no Chile] teve diversas peças fabricadas no Brasil”.
Fonte: Site Folha.com - 24/12/2010
Não consigo ver isso como um ganho para a astronomia brasileira, não está claro os beneficios, deveriam investir esse dinheiro na astronomia aqui dentro do Brasil, e não lá fora, reduzir por exemplo o imposto sobre telescopios "amadores" com custo até 7 mil dolares, por exemplo, fomentar o estudo e pesquisa cientifico alem do campo das universidades.
ResponderExcluirO governo deveria pegar esse dinheiro e investir em infraestrutura para pesquisa astronomica aqui dentro, e não lá fora, ou isentar a carga tributaria para produtos cientificos importados, como telescopios, sendo que a comunidade astronomica amadora faz grande contribuição para a ciencia!
Olá Deiverson,
ResponderExcluirEu entendo o seu posicionamento amigo, mas como não tenho maiores informações prefiro aguardar.
O que sei é que quando essa idéia foi lançada pelo ministro Sérgio Rezende, houve uma resistência de uma pequena parte da classe astronômica brasileira alegando que o custo previsto devido às exigências da organização européia era muito alto e poderia atrapalhar os projetos astronômicos já em curso no país.
Entretanto, com o abatimento e a flexibilização deste custo, parece-me inicialmente que devido ao que representará para a astronomia mundial o superobservatório E-ELT, a participação do Brasil inclusive com possibilidade da participação da indústria brasileira na construção e desenvolvimento de equipamentos para o observatório, ser algo muito benéfico para o país.
No entanto, depois que essa notícia foi publicada ainda não houve qualquer manifestação na mídia contraria ou a favor da parte que inicialmente ficou insatisfeita com o acordo. Assim sendo, vou aguardar por maiores informações para pode opinar com mais propriedade.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)