Alcântara de Volta ao Futuro - Editorial

Olá leitor!

Segue abaixo o editorial publicado hoje (13/12) no jornal “O Estado do Maranhão”, destacando o lançamento bem sucedido do foguete brasileiro VSB-30 da “Operação Maracati II”.

Duda Falcão

Editorial

Alcântara de Volta ao Futuro

O Estado do Maranhão
12/12/2010

O Centro de Lançamento de Alcântara viveu ontem um dos seus dias mais importantes depois da tragédia que quase o destruiu em 2002. Foi palco de um bem sucedido projeto que lançou ao espaço o foguete VSB-30. O artefato espacial alcançou 242 quilômetros de altura, cortou o espaço durante 16 minutos até cair no mar, a 196 quilômetros da costa, tendo o seu resgate sido feito em pouco mais de 15 minutos após a queda. Todos os experimentos foram realizados, de modo que a subida e a queda do foguete aconteceram rigorosamente dentro do que estava programado.

A chamada Base Espacial de Alcântara é considerada o que há de melhor em matéria de condições para lançamento de foguetes. Sua posição em relação à Linha do Equador a torna privilegiada ante aos demais centros espalhados pelo mundo, porque, entre outras vantagens, o artefato lançado ali ganha mais velocidade e consome bem menos combustível, que é considerado um dos itens mais caros de uma viagem espacial. Daí o interesse que muitos países, entre eles os Estados Unidos, a Alemanha e a Ucrânia, demonstram por este pedaço do Maranhão. O VSB-30, por exemplo, tem participação alemã.

O CLA é hoje a mais importante base do Programa Espacial Brasileiro. A tragédia de agosto de 2002, quando um foguete explodiu misteriosamente e matou duas dezenas de pessoas, a maioria técnicos especializados em tecnologia espacial, retardou por anos a ampliação e o aperfeiçoamento tecnológico. Naquele dia, o Brasil perdeu vários dos seus melhores técnicos, amargando uma situação que levaria anos para recompor. Esse novo momento do CLA começa a tomar forma, com a volta dos investimentos, das parcerias tecnológicas e da confiança na capacidade do Brasil de se tornar um país importante na corrida espacial.

Pata tanto, o CLA vem contando com forte apoio do governo do presidente Lula, com o apoio determinado do ex-presidente e senador José Sarney, um dos maiores incentivadores do Programa Espacial Brasileiro e da consolidação do Centro de Lançamentos de Alcântara. Conta também com o apoio firme e entusiasmado da governadora Roseana Sarney, que conhece como poucos a história e a evolução do projeto, que resultou na transformação de Alcântara um pólo importante da corrida espacial.

O sucesso que foi o lançamento do VSB-30, ontem, encheu de ânimo os técnicos do CLA e devolveu parte do otimismo aos maranhenses que torcem, sincera e intensamente, para que o Brasil rume para o infinito a partir de Alcântara.


Fonte: Jornal O Estado do Maranhão - pág 04 - 13/12/2010

Comentário: Bom, vamos analisar este editorial do jornal “O Estado do Maranhão com calma para não sermos injustos. Em primeiro lugar, o acidente com o VLS foi em agosto de 2003 e não agosto de 2002 (mais precisamente em 22/08/2003). Não é verdade que o presidente LULA tem apoiado fortemente o CLA, não sei de onde veio isto. Mas provavelmente deve ser confete político desse jornal. Na realidade os investimentos de recuperação do CLA iniciaram acredito que por volta de 2008 e se intensificaram em 2010, curiosamente ano eleitoral. Todos investimentos já faziam parte de uma programação do Comando da Aeronáutica e que demorou de acontecer (apesar das promessas feitas pelo presidente LULA no evento em homenagem aos mortos do acidente com o VLS em 2003). A única real contribuição positiva do governo LULA ao Programa Espacial Brasileiro foi o aumento gradativo dos recursos do programa e no lado negativo (são tantos) eu citaria o mais danoso deles, o seja, o apoio incondicional e político a essa mal engenhada empresa Alcântara Cyclone Space (ACS). Já com relação ao senador José Sarney, não sei qual apoio determinado o autor se refere, apesar de reconhecer que foi no governo do ex-presidente José Sarney que houve os melhores anos do PEB, mas isso foi no final da década de 80. Já com relação aos confetes jogados em cima da sua filha, a governadora Roseana Sarney, respondo com perguntas: Governadora, cadê a trecho da estrada MA-106 que liga o Terminal do Cujupe à cidade de Alcântara? Já está pronta ou não? Se está, porque demorou tanto? Os recursos foram liberados no final de 2009 e já estamos entrando em 2011. Na verdade leitor, só confetes de um jornal que muito provavelmente deve pertencer ou está ligado politicamente ao grupo do ex-presidente José Sarney. Aproveito para agradecer ao leitor Edvaldo Coqueiro pelo envio deste editorial.

Comentários

  1. Caro Duda
    Sobre a matéria, e mais especificamente o seu segundo parágrafo, há que se considerar que Alcântara é um local privilegiado para lançadores de satélites em órbita equatorial, devido à sua proximidade com a linha do equador.
    Para lançadores de satélites em órbita polar ou foguetes suborbitais, esta condição não mais se aplica. Para o VSB-30, por exemplo, é muito mais simples recuperar sua carga útil, quando lançado de ESRANGE, na Suécia com resgate em terra do que em Alcântara, com resgate no mar.
    Abs,
    cel Kasemodel

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  2. Boa noite Cel Kasemodel!

    Não resta dúvida que Alcântara é um local privilegiado para lançadores em órbita equatorial, mas deconhecia essa informação que essa vantagem deixa de existir no caso de lançamentos em órbita polar. Obrigado pelo complementação coronel.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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