Desafio Era Fazer Árvores Brotarem das Pedras

Olá leitor!

Segue abaixo uma matéria publicada dia (28/08) pelo site do “Jornal Tribuna do Norte” destacando o astrônomo coordenador do Instituto Nacional de Ciências do Espaço (INEspaço), José Renan de Medeiros, instituto esse ligado a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Duda Falcão

Desafio Era Fazer Árvores
Brotarem das Pedras

28 de novembro de 2010 às 00:00

Mas não foi fácil seguir esse caminho. “Fiz o vestibular para física na UFRN e ninguém me apoiava quando dizia que queria estudar astronomia. Muito pelo contrário, se eu tivesse seguido o que as pessoas aqui falavam, nunca estudaria nessa área”, diz Renan de Medeiros, com um leve tom de indignação.

Formado na UFRN, Renan partiu para São Paulo para fazer o mestrado. Lá encontrou todo o incentivo que precisava e se achou. “Mesmo estando vinte anos atrasado em relação a Estados Unidos e Europa, lá eu estava muito mais adiantado do que aqui em Natal”. Encontrou a mulher com quem tem dois filhos e vive até hoje; casou-se quatro dias antes da apresentação da dissertação de mestrado.

Decidido a sair do lugar que tanto o rechaçou, deixou Natal para fazer doutorado na Europa. Mas a escolha do país foi coincidência da vida. “Estava na Itália e viajava de madrugada para conhecer Paris. No meio do caminho, nosso trem foi parado e nós obrigados a desembarcar. Acontece que o acordo entre Brasil e França havia acabado horas antes de tentarmos entrar no país, e acabamos ficando na Suíça, sem visto para ir a Paris”.

Visitou Genebra seguindo conselho de um suíço que o ajudara na questão do visto. “Me encantei pela universidade e tanto fiz que eu e minha mulher acabamos fazendo doutorado naquele país”. A mulher de Renan, Sílvia, trabalha com microbiologia molecular.

A decisão de retornar a Natal foi tomada junto com a mulher. “Você não acha que aqui na Suíça é muito fácil fazer ciência? Vamos encarar o desafio de fazer árvores brotarem das pedras e que os seus frutos alimentem as pessoas”, diz o astrônomo reproduzindo o diálogo que teve com a companheira.

Quando analisa os resultados dez anos depois do seu retorno, emociona-se. Fala que cumpriu seu objetivo e que não tem só uma árvore, mas uma “floresta de conhecimento”. Chora ao lembrar a luz do foguete CoRoT, quando ele era lançado no Cazaquistão. “A inteligência potiguar foi uma das responsáveis pela construção daquilo. Algo maravilhoso”. Um longo silêncio se segue. Em sua cabeça, retoma as boas lembranças.

O homem de 58 anos, que tem dois filhos, um de 14 e outro de nove, é chamado pelo reitor da UFRN, Ivonildo Rêgo, de “o homem das estrelas”. Considera a profissão um pedaço de si e tem o coração maior do que o cosmos. Ainda tem sonhos de crescimento e espera ver, no máximo em dez anos, um satélite lançado com o nome da UFRN estampado. A universidade agora é “terreno fértil” para estudo da astronomia.


Fonte: Site do Jornal Tribuna do Norte - 28/11/2010

Comentário: Pois é leitor, está descrito nessa pequena matéria o porquê o senhor José Renan de Medeiros é “Gente que Faz”. Espírito de vencedor, dinamismo, inteligência, amor pelo que faz e principalmente vontade de realizar, tudo resumido nas suas próprias palavras quando diz: “O desafio de fazer árvores brotarem das pedras”. Tá ai a diferença de uma pessoa realizadora das pessoas de muita conversa e pouca ação. O que o "Programa Espacial Brasileiro" precisa é de gestores que façam árvores brotarem das pedras e não de gestores que só fazem choramingar pelos jornais e mídias da vida ou de políticos como o senhor Inocêncio Oliveira, que no evento de lançamento do Caderno sobre a "Política Espacial Brasileira" deu uma declaração infeliz, ao que parece sem ao menos perceber isso. Lamentável!. O senhor José Renan de Medeiros diz ao final do artigo que tem um sonho, ou seja, de construir e lançar em no máximo 10 anos um satélite com o nome da UFRN estampado. Alguém dúvida que ele conseguirá seu objetivo?

Comentários

  1. Pelo andar da carruagem,capaz desse satélite ficar pronto e ser lançado bem antes que o Amazônia-1.

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  2. Rsrsrs, pois é caro Ramir,

    A incompetência e inércia do governo e dos gestores do PEB é grande apesar do grande esforço dos pesquisadores, técnicos e do próprio diretor do INPE nesta luta herculana para deixar esse satélite pronto para lançamento em 2012, coisa que eu duvido que aconteça. Porém seria o cumulo do absurdo um satélite que ainda não tem qualquer previsão ou mesmo qual vai ser o seu objetivo venha ganhar essa corrida. Afinal, bem ou mal, o Amazônia 1 já está em construção e se não for lançado em 2012 será em 2013 ou no início de 2014.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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