Cientistas Europeus Vêm Analisar Missão Espacial
Olá leitor!
Segue abaixo uma matéria publicada dia (28/08) pelo site do “Jornal Tribuna do Norte” destacando que entre os dias 28/11 e 01/12 (ontem) cientistas europeus participariam do evento “4º CoRoT Brasil Workshop”, evento este relacionado com a “Missão CoRoT” que conta com a participação brasileira.
Duda Falcão
Cientistas Europeus Vêm Analisar
Missão Espacial
Marco Carvalho - repórter
28 de novembro de 2010 às 00:00
Alex Régis
Cientista Renan de Medeiros: “Olhar para o ceu,
para mim, tem o valor do ar que respiro”
A partir da noite de hoje, mais de 120 cientistas do Brasil e de dez países da Europa estarão reunidos no Ocean Palace, na Via Costeira, participando do 4º CoRoT Brasil Workshop, para discutir e analisar os resultados da missão espacial CoRoT. A missão teve início em 2006, com o lançamento de um satélite no Cazaquistão, e a capital potiguar sedia o encontro pela terceira vez. O 4º CoRoT Brasil Workshop será encerrado na próxima quarta-feira (1º).
Os resultados da missão, que desde o início da avaliação em 2007 surpreenderam a equipe, foram antecipados pelo professor titular do Departamento de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), José Renan de Medeiros, em entrevista à TRIBUNA DO NORTE. “Mais de cem mil estrelas foram contabilizadas e vinte planetas descobertos fora do Sistema Solar, tendo um, inclusive, com características semelhantes à Terra. Temos uma diversidade muito maior do que imaginávamos e isso servirá de base para diversos projetos de pesquisa tanto na Europa quanto no Brasil”, disse. O CoRoT ganhou grande repercussão mundial pela sua busca por vida fora da Terra e também do Sistema Solar.
Além da apresentação do status atual da missão, o evento tratará as principais questões científicas que contam com a atuação de brasileiros. Os seguintes temas estão pautados para discussões: Exoplanetas e astrobiologia; Rotação e Atividade estelar; Oscilações; Estrelas jovens; Sismologia de estrelas quentes.
Toda a missão teve o gasto de 155 milhões de euros (cerca de R$ 350 milhões). O professor Renan de Medeiros explicou o objetivo do investimento: “O objetivo era procurar planetas dentro da zona de habitabilidade, ou seja, que possam desenvolver algum tipo de vida. Mas, a longo prazo, pretende contribuir com as grande questões da humanidade, como de onde viemos e para onde vamos”.
Para o cientista, por meio da observação de planetas em diferentes estágios de desenvolvimento é possível entender o próprio desenvolvimento da Terra. “Fazemos uma espécie de filme. Quando encontramos planetas menos ‘desenvolvidos’, podemos entender como a Terra costumava se comportar. Já o oposto ocorre quando nos deparamos com planetas mais ‘avançados’: podemos prever o que acontecerá com o nosso”, esclareceu.
Missão Plato
O 4º CoRoT workshop também apresentará a missão espacial Plato (o nome do filósofo grego Platão em inglês). A missão será uma continuação da atual, porém muito maior e mais ambiciosa. Os investimentos serão de 500 milhões de euros, contra os 155 milhões da CoRoT.
O satélite tem lançamento programado para 2018 com previsão de observar por seis anos cerca de 500 mil estrelas. A busca por planetas idênticos à Terra e também dentro da zona de habitabilidade continua. O Brasil terá o papel de analisar previamente as estrelas para o Plato, além de enviar engenheiros para desenvolver softwares.
O Homem das Estrelas
“A vida sorrir sempre para as pessoas que têm uma atividade a serviço do bem”
Ele já acreditou que os trovões eram causados por anjos tocando tambores e, a partir daí, criou interesse em estudar o céu. Hoje, além de ser o único cientista astrônomo do Nordeste brasileiro, tem o trabalho disputado pela NASA e pela Agência Espacial Europeia. A pesquisa desenvolvida por ele colocou o Brasil no cenário internacional de estudos astronômicos e permitiu ao país ser incluído em duas missões espaciais, a CoRot e a Plato.
José Renan de Medeiros, natalense que cresceu nas ruas do bairro das Quintas torcendo pelo ABC, tem longos cabelos brancos presos em “rabo-de-cavalo” e só usa sandália de couro. “Posso ir para um jogo no Frasqueirão, visitar um ministro ou um presidente, não abro mão da sandália por qualquer sapato do mundo. Quero me sentir bem e é assim que desenvolvo meu trabalho”, conta sorridente o responsável pela “floresta de conhecimento” nesse assunto visto hoje em dia no estado.
A felicidade e a paixão pelo que faz é algo notado de longe. “Olhar para o céu, para mim, tem o mesmo valor do ar que respiro”, diz homem que herdou o gosto por cálculos do pai. Pai que trabalhou como mestre de obras no distrito de Cachoeira dos Morenos, no município de Santa Cruz, a 115 quilômetros de Natal. “Ele sempre me dizia que a vida está dentro dos livros, tem que ler”, lembra Renan em sua sala no Departamento de Física da UFRN.
A mesa de trabalho do cientista está cheia de livros e artigos, alguns falam da abundância química na Via Láctea, todos em inglês. Mexe no computador e organiza alguns dos muitos afazeres.
Pós-doutor pela Universidade de Genebra, na Suíça, o professor conta que só foi alfabetizado com mais de 10 anos. “Meu pai viajava bastante por causa das obras e nós íamos com ele. Isso me fez ter uma vida escolar estranha”. Estranha porque após ser alfabetizado tardiamente, foi incentivado a pular séries e acabou cursando três anos letivos em um só.
Estudou na Escola Municipal Maria Lígia, nas Quintas, e fez o ensino médio na Escola Industrial, hoje Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN). A decisão pela astronomia ocorreu neste período, quando “a ideia do céu começou a colar” na sua cabeça. “Me empolgava tentando olhar para mais distante. Imagina o porquê dos brilhos das estrelas”, confidencia.
Fonte: Site do Jornal Tribuna do Norte - 28/11/2010
Comentário: Pois é leitor, o astrônomo José Renan de Medeiros é o que nós costumamos chamar de “Gente que Faz”. Diferentemente de muitos que andam por ai vestindo-se com paletós italianos (a história da sandália de couro é ótima), viajando pelo mudo assinando acordos sem pé nem cabeça e utilizando a mídia para propagar inverdades, este senhor realmente merece nosso total respeito e consideração pelo trabalho que vem realizando junto a UFRN e ao INEspaço (instituto Nacional de Ciências Espaciais), ambos com sede em Natal (RN). A participação brasileira na "Missão CoRoT" realmente acrescentou a nossa classe astronômica grandes benefícios que serão ampliados com a participação brasileira nesta nova “Missão Plato”. Aproveitamos para parabenizar o astrônomo natalense José Renan de Medeiros pelo seu grande trabalho, esperando que o mesmo possa nesta nova “Missão Plato” negociar uma maior participação brasileira para que não fique só restrita a área de softwares.
Muito legal ver que nosso trabalho tem reconhecimento!
ResponderExcluirOlá AstroUFRN!
ResponderExcluirVerdade amigo, mas essa notícia é de novembro de 2010, ou seja, já faz algum tempo.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Existem vários outros cientistas astrônomos no Nordeste.
ResponderExcluirDr. Renan certamente é um dos melhores, mas não o único.
Olá Anônimo!
ExcluirEm momento algum foi dito o contrário, apenas foi enaltecido o trabalho do Dr. Renan, já que a matéria foi sobre o mesmo.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)