Saravá Meu Pai, VS-30/V14 Lançado com Sucesso da Base de Alcântara
Olá leitor!
Segue abaixo uma grande notícia postada agora a pouco (09/12),
no site da Força Aérea Brasileira (FAB), destacando que foi lançado com sucesso
na tarde de hoje o foguete VS-30/V14 da “Operação Mutiti”.
Duda Falcão
ESPAÇO
FAB Lança Foguete VS-30 Neste
Domingo em Alcântara (MA)
O veículo transportou cinco experimentos científicos e
tecnológicos
de centros e institutos de pesquisa brasileiros
Por Tenente Raquel Alves
Revisão: Capitão Landenberger
Edição: Agência Força Aérea
Fonte: CLA
Publicado: 09/12/2018 - 20:30
O foguete suborbital VS-30/V14 foi lançado neste domingo
(09), do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), Organização Militar da Força
Aérea Brasileira (FAB) responsável por lançamento e rastreio de foguetes. O
veículo foi lançado às 13h43 (horário de Brasília) levando cinco experimentos
científicos e tecnológicos de centros e institutos de pesquisa brasileiros,
atingindo mais de 120 km de altura. O lançamento integra a Operação MUTITI,
realizada em Alcântara (MA) desde o último dia 19, pelo Instituto de
Aeronáutica e Espaço (IAE), sob coordenação do Departamento de Ciência e Tecnologia
Aeroespacial (DCTA).O lançamento durou 8 minutos e 21 segundos.
Para o Coordenador-Geral da Operação MUTITI, Coronel
Aviador Lester de Abreu Faria, o lançamento realizado hoje, coroa o
sucesso de um planejamento de mais de um ano, envolvendo mais de 200
profissionais e coloca o Programa Espacial Brasileiro, mais uma vez, em um
patamar diferenciado. “Todos os requisitos de sucesso da Operação foram
plenamente atingidos, o que nos deixa convictos da qualidade e profissionalismo
dessa equipe que participou da operação”, disse.
Essa foi a 14ª vez que um veículo do tipo VS-30 foi
lançado, tendo sido a terceira vez a partir do Centro de Lançamento de
Alcântara. Durante a Operação MUTITI, foi ainda lançado um Foguete de
Treinamento Intermediário (FTI), no dia 27 de novembro, o qual buscou
a validação de todos os meios de infraestrutura de solo e operacionais,
treinamento da equipe e consolidação da doutrina de lançamento, como preparação
para o lançamento do VS-30.
“Com o encerramento da Operação MUTITI e com a realização
do lançamento do Veículo VS-30, pudemos constatar o pleno sucesso da mesma,
mostrando, dessa forma, que o CLA está, mais do que nunca, pronto e operante
para quaisquer veículos suborbitais. A equipe se mostrou profissional,
comprometida e envolvida com a missão, trabalhando de forma íntegra e coesa
para que, durante a janela de oportunidade ocorrida hoje, realizássemos o
lançamento, e obtivéssemos pleno sucesso na missão”, relatou o Diretor do CLA,
Coronel Aviador Marco Antônio Carnevale Coelho.
A carga útil do foguete VS-30 V14 denominada Plataforma
Suborbital de Reentrada 01 (PSR-01) é constituída de cinco experimentos de
centros e institutos de pesquisas brasileiros. Abaixo, seguem as descrições de
cada um:
Sonda Lagmuir de Densidade e Temperatura
Eletrônica – INPE
O experimento 1 trata-se de uma SondaLagmuir de Densidade
e Temperatura Eletrônica, conduzido por pesquisadores do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (INPE). A sonda é usada para medir a variação de correntes
eletrônica e iônica ao longo da trajetória do foguete, em altitudes superiores
a 60 km. O estudo desenvolvido pelo INPE se torna de vital importância para a
área tecnológica, uma vez que permite compreender a dinâmica da atmosfera terrestre,
especialmente da ionosfera onde as irregularidades encontradas nesta região
interferem decisivamente nos processos de comunicação por ondas
eletromagnéticas, aí incluídas as transmissões por meio de satélites, bem como
os sistemas de navegação com Global Navigation Satellite System(GNSS), a
exemplo do GPS.
Comportamento Térmico de um Forno de Solidificação de
Ligas (CTFS) – INPE
O experimento 2 também de responsabilidade do INPE,
estuda o Comportamento Térmico de um Forno de Solidificação de Ligas (CFTS). O
estudo avalia o funcionamento de um forno elétrico com capacidade de fundir
materiais com temperatura de fusão entre 100 e 300°C, de forma a permitir seu
aperfeiçoamento e qualificação para aplicação em outros voos. Exemplificando,
pode-se pensar em uma amostra de diferentes substâncias que, em condição
terrestre ambiente, não se misturam ao serem fundidas e posteriormente
solidificadas entretanto, ao serem submetidas a esse mesmo processo de fusão e
posterior solidificação em um ambiente de microgravidade, poderiam se misturar
formando um composto homogêneo. Isso possibilita novas aplicações em engenharia
no desenvolvimento de produtos, sobretudo em pesquisas relacionadas à
resistência de materiais.
Sensores Ópticos para Medidas de Aceleração (AOM) –
IEAv
O experimento 3, de autoria do Instituto de Estudos
Avançados (IEAv), é composto por três sensores ópticos para medidas de
aceleração, sendo um nos três eixos e dois em um eixo, aplicando diferentes
técnicas de medidas e de processamentos de sinais. A análise do comportamento
dos sensores em voo constitui importante contribuição para a independência
nacional na área de navegação inercial e de sensores a fibra óptica em geral,
sendo diretamente aplicáveis em aeronaves tradicionais, remotamente pilotadas
(VANTs) e veículos lançadores, por exemplo. Além dos experimentos em si, o
laboratório completo de medidas que o IEAv embarcou no VS-30 inclui um gerador
de luz e uma placa de processamento de sinais, todos eles desenvolvidos por
pesquisadores brasileiros e com tecnologia nacional.
Sistema Ioiô e de Separação (PSM - MQ) – IAE
O experimento 4 apresenta-se como dois sistemas em
desenvolvimento pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), os quais
permitem, inicialmente, a redução da velocidade de rotação após o fim da queima
do motor foguete (sistema io-iô) e, posteriormente, uma separação segura entre
a carga útil e o veículo (sistema de separação). O objetivo do experimento é
testar o modelo de qualificação do Sistema Ioiô e do Sistema de Separação que serão
utilizados no Modelo de Qualificação (MQ) da Plataforma Suborbital de
Microgravidade (PSM), a plataforma de microgravidade nacional.
Sensor Mecânico Acelerométrico (SMA) – IAE
O experimento 5 é também de responsabilidade do IAE.
Realizará seu quarto voo e trata-se de um dispositivo de segurança para
veículos espaciais. Esse dispositivo só permite a ignição de motores do segundo
estágio, ou estágios superiores, quando o foguete apresenta uma aceleração de
quatro vezes a aceleração da gravidade (4g), o que ocorre apenas com o veículo
já em voo. Desenvolvido e aperfeiçoado a partir da experiência acumulada nos
lançamentos do foguete suborbital VSB-30, o sensor traz maior segurança aos
veículos ainda em solo na plataforma de lançamento, ao passo em que impede o
acionamento do sistema de pirotecnia responsável pela ignição se, por algum
motivo inesperado, o sistema eletrônico embarcado entender que o foguete
encontra-se em voo.
Fonte:
Site da Força Aérea Brasileira (FAB) - http://www.fab.mil.br
Comentário:
Saravá meu pai, pelo que diz a nota da FAB deu tudo certo e felizmente nossos
temores não se concretizaram (pelo menos não nesta missão) e o Brasil assim
fecha o ano de 2018 com duas missões realizadas, uma das quais ainda em andamento
que é o ITASAT-1 que já está em órbita fazendo o que se espera dele. Parabéns ao
IAE e as instituições participantes desta missão bem sucedida. Parabéns também ao
IAE/FAB, agora sim, divulgando os experimentos após o teste dos mesmos, em uma
postura mais adequada para esta área estratégica onde este instituto atua,
principalmente neste território de piratas onde o que menos importa é o compromisso
com a sociedade. Saravá meu pai, estou vibrando com a notícia.
Saravá!
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