Cientistas Celebram Avanços na Miniaturização de Satélites
Olá leitor!
Segue abaixo um interessante artigo postado hoje (17/12) no
“Portal TERRA” destacando que Cientistas estão celebrando os avanços na
miniaturização de satélites.
Duda Falcão
CIENCIA
Cientistas Celebram Avanços
na Miniaturização de Satélites
Menores, os satélites ficam menos caros e mais acessíveis
Por William J. Broad
Portal Terra
17 de dezembro de 2018 - 08h48
Recentemente, autoridades da Califórnia anunciaram que o
Camp Fire, o mais violento incêndio da história do estado, havia sido
totalmente contido. O feito só foi possível graças ao trabalho duro dos
bombeiros - e à ajuda de um enxame de minúsculos satélites que representam a
próxima fase da era espacial. Os satélites são operados pela Planet Labs, uma
empresa de São Francisco que dirige a maior frota mundial de satélites de
observação da Terra, com cerca de 140 artefatos. Todos os satélites carregam
câmeras e telescópios. A maioria tem mais ou menos o tamanho de um pão caseiro.
Em conjunto, os satélites podem visualizar o mesmo local
uma ou até duas vezes por dia. Os satélites comerciais só conseguiam observar
um mesmo local no máximo uma vez por semana ou por mês. O ritmo mais rápido
possibilita o monitoramento de mudanças ambientais mais velozes, como
incêndios, inundações e furacões. "Não dá para consertar o que você não
consegue ver", disse Will Marshall, diretor-executivo da empresa.
Foto: JLS/JP/CLH / Reuters
Lançamento do Columbia, em 1999, antes da miniaturização
de
aparelhos espaciais; a nave explodiria em missão anos depois.
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O Camp Fire começou em 8 de novembro. No dia seguinte,
uma equipe da Planet Labs começou a transmitir dados de vigilância para as
autoridades estaduais. O gabinete de emergência do governador usou as imagens
dos satélites para mapear as chamas que avançavam rapidamente e avaliar se as
propriedades estavam intactas, danificadas ou destruídas.
A frota da Planet Labs faz parte de uma tendência à
miniaturização. Menores, os satélites ficam menos caros e mais acessíveis.
Durante anos, o espaço foi dominado pelos Estados Unidos e pela União
Soviética. Seus projetos eram imensos: foguetes tinham a altura de um prédio de
vinte andares. Satélites chegaram ao tamanho de um ônibus. Satélites espiões
abriam antenas quase tão grandes quanto um campo de futebol.
Para uma nova geração de fabricantes de satélites, a
estreia do iPhone em 2007 foi um sinal de que suas criações também poderiam
encolher. Hoje, pequenos foguetes lançam satélites do tamanho de bolsas de mão,
cheios de sensores, circuitos, lentes, baterias, antenas e motores minúsculos.
No ano passado, um único lançamento na Índia colocou 104
satélites em órbita, quebrando o recorde anterior. Eles vinham da Índia,
Israel, Cazaquistão, Holanda, Suíça e Emirados Árabes Unidos, bem como de duas
empresas americanas, entre elas a Planet Labs. Gana, país da África Ocidental,
entrou na era espacial com um satélite do tamanho de uma lata.
Normalmente, a construção e o lançamento dos artefatos
custam tão pouco que universidades e até mesmo escolas de Ensino Médio estão
adquirindo os seus. A NASA, a agência espacial americana, também aderiu à nova
onda. Em maio, mandou para Marte um par de naves do tamanho de maletas,
conhecidas como Mars Cube One - as primeiras sondas miniaturizadas a voar para
além da órbita da Terra. Em outubro, uma delas tirou a primeira foto.
"Finalmente ver o planeta é, sem dúvida, uma grande
vitória", disse Cody Colley, gerente da missão. No final do mês passado, o
par passou voando pelo planeta vermelho e comprovou que os dispositivos em
miniatura conseguem transmitir dados de uma nave em solo marciano para a Terra,
abrindo caminho para uma exploração ainda mais avançada.
Depois de passar por uma fase experimental de
desenvolvimento, os minissatélites começaram a crescer em quantidade, disse
Jonathan McDowell, astrônomo da Universidade de Harvard que acompanha
lançamentos no mundo todo e publica o "Relatório Espacial do
Jonathan". O número total de artefatos espaciais com 10 quilos ou menos
cresceu de 12 em 2011 para 89 em 2013, 125 em 2015 e 291 no ano passado. Ele
acha que os números vão continuar subindo. "Durante muito tempo, as
pessoas pensaram que o espaço era um campo estabelecido, que não iria mais
evoluir", disse ele. "Agora esse sentimento acabou".
Muitos dos novos artefatos fazem trabalhos tradicionais,
como avaliar plantações, mapear cidades, transmitir sinais e supervisionar
recursos naturais, com menor custo. Os analistas de Wall Street estão usando
muitas dessas informações para avaliar melhor os mercados futuros. Empresas
como a Planet Labs querem usar a observação da Terra não para espionar, mas
para ajudar cientistas e pessoas a rastrear as mudanças ambientais.
Em 3 de dezembro, na Califórnia, um foguete da SpaceX
lançou mais de 64 satélites feitos pela Planet Labs e outros dezessete países.
O foguete também levava o IRVINE02, o segundo minissatélite construído por um
grupo de estudantes de seis escolas de Ensino Médio de Irvine, Califórnia. Um
artefato do tamanho de uma mochila feito nos Estados Unidos vai enviar sinais
de radar da superfície da Terra. Para isso, a Capella Space, com sede em São
Francisco, contratou um especialista em origamis para descobrir como dobrar uma
antena de quase nove metros quadrados para colocá-la dentro de um pacote bem
apertado.
Gana está tentando construir um artefato minúsculo, com
câmeras poderosas o suficiente para rastrear a mineração ilegal e o
desmatamento. Elon Musk, conhecido por seus carros Tesla e foguetes SpaceX,
quer construir uma rede de 12 mil minissatélites que forneceriam acesso à
internet para bilhões de pessoas. É provável que a onda da miniaturização
cresça: as missões ficam menos vulneráveis quando podem ser subdivididas em
muitas partes minúsculas. Como disse McDowell: "Você ganha em
robustez".
Fonte: Portal Terra - 17/12/2018 - https://www.terra.com.br
Comentário: Pois é leitor, muito interessante este artigo
mostrando como os pequenos satélites estão ganhando terreno, e logo graças à
miniaturização estarão realizando as tarefas que hoje só são realizadas por grandes
e pesados satélites. O Brasil tem de se antenar a esta tendência tecnológica,
caso contrário uma vez mais perderá o bonde da história. Agradecemos ao nosso
leitor e amigo Rui Botelho pelo envio deste artigo.
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