Novos Lançadores de Satélites e Nova Empresa Espacial Para Alcântara (AEB)
Olá leitor!
Segue um interessantíssima artigo postado dia (10/12) no site
da revista “Tecnologia & Defesa” tendo
como destaque os novos rumos do Programa Espacial Brasileiro (PEB) segundo os Planos
do Comitê para o Desenvolvimento do Programa Espacial Brasileiro (CDPEB), apresentados que foram durante Workshop Internacional no Peru.
Duda Falcão
Blog Panorama Espacial - Cenário Internacional - Defesa -
Espacial - Indústria
Novos Lançadores de Satélites e Nova
Empresa Espacial Para
Alcântara (AEB)
Por Roberto Caiafa
Revista T&D
Dez 10, 2018
Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE) Renovado
em 2018.
Em março de 2018 aconteceu a primeira reunião do Comitê
para o Desenvolvimento do Programa Espacial Brasileiro (CDPEB), “novo”
ambiente interministerial reunindo os principais atores envolvidos no fomento
às atividades espaciais nacionais.
Dos grupos criados dentro do comitê*, cada um foi voltado
especificamente para encontrar soluções em áreas críticas como governança
(ambiente de gestão), questões fundiárias (Alcântara e outros sítios),
desenvolvimento de veículo lançador (família VLX) e recomposição do quadro de
pessoal técnico (fuga de mão de obra altamente qualificada).
Segundo afirmou o vice-presidente da Comissão de
Coordenação e Implantação dos Sistemas Espaciais (CCISE),
brigadeiro-do-ar José Vagner Vital durante o Workshop
Internacional Perusat-1 2018, essa atualização obteve dois destaques até o
momento, o desenvolvimento de novos lançadores e a regulamentação na utilização
dos centros de lançamento (leia-se Alcântara).
No primeiro destaque (lançadores), estão
detalhados aqueles que atingem a órbita baixa, entre 700 e 1000 km.
Está garantida a continuidade do Veículo Lançador
de Microssatélites (VLM), e a seguir, a introdução do lançador Áquila
I e Áquila Ie (Família VLX), diferentes entre
si pelo peso que carregam e pela altitude a que chegam.
A família “VLX” será composta por lançadores de
três estágios, ou seja, três motores S50 no primeiro estágio (dois laterais),
outro S50 impulsionando o segundo estágio e um motor foguete de propelente
líquido como terceiro estágio.
A capacidade de carga ficaria em torno de 300 a 500 kg (ou
até mais), dependendo da altura e da órbita a ser alcançada.
Segundo o brigadeiro Veríssimo (atualização), o
proximo veículo após o Áquila 1, será denominado Áquila 1e (e = enhanced) e não
Áquila 2. O Áquila 1e terá um upper stage a propulsão líquida pressurizada e
não será utilizado o motor L-75. A capacidade desse estágio ainda não foi
definida.
Essa nova família não inviabilizará o projeto do VLM-1,
segundo o brigadeiro Vital, pois este é necessário para qualificar em voo os
motores S50, entre outras coisas.
Voos de Qualificação do Motor S50
Segundo o brigadeiro Rogério Veríssimo,
diretor de Transporte Espacial da AEB, o Instituto de Aeronáutica e
Espaço (IAE) abriu contagem regressiva para o lançamento do VS-50,
veículo (foguete) que tem a missão de qualificar em voo os novos motores S50antes
de findar-se o próximo ano. Já ocorreu o o teste de ruptura do motor S50,
realizado nas instalações da Avibras Aeroespacial com pleno sucesso.
Outro marco importante para o Projeto será a realização
do ensaio estrutural, que visa simular as cargas de voo, combinando tipos de
esforços distintos ao longo das interfaces do Envelope Motor S50.
Tal ensaio (tiro em banco) ocorrerá nas instalações da
Usina do IAE (UCA), ao longo do primeiro trimestre de 2019.
Se obtiverem êxito nessas etapas, será o último passo
antes da construção e lançamento do 1° Veículo Lançador de
Microssatélite (VLM), principal aposta da pesquisa espacial
nacional na área de foguetes desde 2016.
O projeto do VLM nasceu oficialmente em
2008 como uma alternativa por veículos de menor porte. Os estudos internos
prosseguiram até 2011 com vistas a produzir um projeto de menor conteúdo
tecnológico, mas que pudesse ser viável em um curto prazo.
Em sua primeira idealização, o VLM seria
composto pelo motor central do antigo VLS, com poucas alterações.
A partir de 2011, porém, o projeto passou a ser desenvolvido
em parceria com a Deutsche Zentrum für Luft-und Raumfahrt ou DLR (Agência
Espacial Alemã), de modo que o projeto do propulsor foi revisto, com a decisão
do desenvolvimento do S50.
Vídeo por Roberto Caiafa.
O VS-50 é um veículo com 12 metros de
cumprimento, 1,46 metro de diâmetro e massa estimada em 15 toneladas.
Ele possui, em seu primeiro estágio, um motor S50 e,
em seu segundo estágio, um motor S44, já utilizado anteriormente no
VLS-1.
Para o VLM-1, será acrescido um segundo motor S50.
Eles passarão a compor o primeiro e o segundo estágios do foguete e o S44 será
o terceiro.
Os motores S50 estão em produção na Avibras
Aeroespacial, por meio de contrato assinado com a Fundação de Apoio
para Projetos de Pesquisa de Ciência e Tecnologia Espacial (Funcate).
No contrato está prevista a construção de seis motores,
mas já há acerto para a compra de outros dois para completar a missão de
lançamento do VLM.
Dessa forma, e antevendo cenários, o CDPEB criou um grupo
de trabalho para tratar do VLX, sucessor do VLM,
configurado para usar dois motores S50 lateralmente como boosters
potencializadores.
O VLX é um projeto estruturante que
fomenta a busca pela tecnologia necessária os próximos veículos lançadores.
Também é um programa mobilizador da indústria e seus
fornecedores, permitindo obter no futuro veículos mais interessantes do ponto
de vista energético, capazes de levarem cargas maiores e mais pesadas em
órbitas mais elevadas.
Já no segundo destaque, aparece claramente a política de
abrir oportunidades para empresas utilizarem os serviços do Centro
Espacial de Alcântara (CEA).
Segundo explicou o vice-presidente da Comissão de
Coordenação e Implantação dos Sistemas Espaciais (CCISE),
brigadeiro-do-ar José Vagner Vital, a equipe de engenheiros
existente pode operacionalizar quatro lançamentos teste por ano, nas condições
atuais.
Apenas a título de comparação, e segundo o brigadeiro
Vital, há várias empresas surgindo no mundo que realizam lançamentos com cargas
equivalentes ás manejadas em Alcântara, e uma dessas companhias já manifestou a
disposição de realizar cem lançamentos em um ano, em futuro próximo.
De olho nesse mercado promissor, confirmou-se durante
o Workshop Perusat-1 a criação, por parte do Ministério
da Defesa, da empresa pública Alada Espacial, um instrumento
destinado a viabilizar a realização de atividades comerciais no CEA.
Seu eventual papel é parte do trabalho de modelagem que
está sendo desenvolvido para identificar as alternativas legais que permitam a
efetiva utilização do Centro, bem como o reinvestimento dos recursos por ele
arrecadados na forma de taxas e outros recolhimentos.
A Alada será uma empresa pública,
consequentemente sujeita à Lei de Licitações, exceto nos casos
legais que a ela se sobreponham contratos específicos.
Quanto às negociações de um acordo de salvaguardas
tecnológicas com os Estados Unidos, importante frisar que existem dois outros
em vigor, um com a Ucrânia e outro com a Rússia, portanto, isso não é novidade
na AEB.
O lado brasileiro e outras partes interessadas, sempre
que necessário, entrarão em negociações com este objetivo, sejam elas
organizações americanas, sejam de outras nações que utilizem tecnologias
daquele país.
Adicionalmente, o acordo também permitirá que o próprio
Brasil realize lançamentos de satélites que contenham tecnologia americana, já
que a Agência Espacial Brasileira está desenvolvendo um
lançador nacional com a participação da Aeronáutica (família VLX).
Quanto a infraestrutura do CEA, o brigadeiro Vital
destacou que foram realizadas muitas obras de aprimoramento no Centro nos últimos
anos, inclusive a nova torre de lançamento.
Essas obras foram financiadas diretamente pelo
atual Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC)
por meio da AEB.
Ao longo do período de 2003 a 2017 foram investidos
pela AEB cerca de R$ 545 milhões na infraestrutura geral do
Centro, refletindo o modelo de cooperação vigente junto ao Ministério
da Defesa e ao Comando da Aeronáutica.
Infraestrutura Terrestre: Controlando Satélites
Localizado em Brasília (DF), o Centro de
Operações Espaciais Principal (COPE-P) é o lugar onde militares das
três Forças Armadas e civis da Telebras se revezam na operação
do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC).
Essa instalação pode ser erroneamente confundida com uma
grande sala. Poucos sabem o alcance que aquela “sala” possui sobre o território
brasileiro.
O Centro de Operações Espaciais Secundário (COPE-S),
inaugurado em 19 de novembro, e localizado na Estação Rádio da Marinha
do Rio de Janeiro (ERMRJ) é o back-up do sistema garantindo o
funcionamento, a operação e todos os serviços prestados pelo SGDC em caso de
impedimento do COPE-P.
(Imagem: Divulgação)
Estrutura reconhecida pelo Uptime Institute abriga data
center do SGDC.
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Em órbita desde maio de 2017, o SGDC foi
concebido para efetuar a transmissão de internet banda larga para todo o
Brasil, bem como auxiliar no monitoramento de todo o território nacional,
especialmente zonas fronteiriças, ao permitir as Forças Armadas operarem
dispondo de comunicações estratégicas via satélite.
Satélites de Observação da Terra até 2022
O Carponis-1 é o primeiro satélite
brasileiro de sensoriamento remoto de alta resolução espacial e faz parte das
constelações do Programa Estratégico de Sistemas Espaciais(PESE),
que integra o Programa Espacial Brasileiro.
Ele terá capacidade de gerar imagens coloridas com
resolução igual ou inferior a um metro, ou seja, com mais qualidade, nitidez e
precisão que as imagens providas pelo satélite sino-brasileiro, o CBERS-4, que
pode somente prover imagens em preto e branco com resolução máxima de cinco
metros.
A previsão é que o satélite seja colocado em órbita até
2022.
Segundo o brigadeiro Veríssimo (atualização), é
recomendável evitar comparações entre Carponis 1 e CBERS por serem satélites
diferentes. Além disso, o Carponis não existe ainda e quando for contratado o
será no exterior, usando conteúdo internacional na sua primeira encomenda,
enquanto o CBERS já possui conteúdo nacional.
Para uma melhor compreensão desta temática,
Veríssimo sugeriu a leitura do artigo: “Nota
de esclarecimento da AEB-INPE: Características dos satélites sino-brasileiros de
recursos terrestres – CBERS”, disponível no site da AEB: aeb.gov.br
No âmbito da Defesa e Segurança, o satélite proverá o
apoio de inteligência nas operações militares em território nacional e
internacional, sobretudo, com a identificação e monitoramento constante das
áreas utilizadas para práticas ilícitas, como as áreas de fronteira e de alta
criminalidade nos grandes centros urbanos.
Já como exemplos de utilização por outros órgãos
governamentais, destacam-se a fiscalização mais precisa de áreas de
desmatamento, o monitoramento da produção agrícola e o apoio à fiscalização
fundiária.
O Projeto Carponis é definido pela Força
Aérea Brasileira (FAB) como um sistema de observação da Terra com
sensor óptico de alta resolução espacial e possível inclusão de banda
infravermelha, orbita otimizada para observação de zonas de interesse do
Brasil, capaz de realizar o monitoramento hidrológico no setor elétrico
(Resolução 003/2010), apto á fiscalização e monitoramento ambiental e
mapeamento do Cadastro Ambiental Rural (CAR), detecção de desmatamento em
pequenas áreas, e observação militar de áreas de interesse das Forças Armadas
brasileiras dentro e fora do território nacional.
*Grupos de Trabalho (GT) temáticos: CDPEB 2018 GT1
Governança GT2 Salvaguardas Tecnológicas GT3 Liquidação da ACS GT4 Empresa
Pública (ALADA) GT5 Projeto Mobilizador GT6 VL-X GT7 Questão Fundiária em
Alcântara GT8 Plano de Comunicação Social GT9 Pessoal do DCTA;AEB;INPE GT10
Políticas Públicas em Alcântara. Segundo atualização do brigadeiro
Veríssimo “O CDPEB, originalmente, tinha 9 GT’s. O GT-10, 11 e 12 são
novos grupos ( o GT-10 é continuação do GT-fundiario, o GT-11 trata do
financiamento dos projetos mobilizadores e o GT12 trata de Lei Geral do
Espaço)”
Fonte: Site da Revista Tecnologia & Defesa - http://tecnodefesa.com.br
Comentário: Bom leitor está ai os planos criados pelo Comitê
para o Desenvolvimento do Programa Espacial Brasileiro (CDPEB). Não vou aqui
discutir mais o tal do trambolho espacial francês SGDC-1 (afinal não tem jeito
mais a dar e infelizmente para nós a segurança de nossos dados foi colocada em
cheque, inclusive e principalmente as militares) nem os planos, mesmo os em relação
aos foguetes previstos, pois há meu ver é só uma questão politica de querer
realizar o que aqui foi apresentado. E espero mesmo que o VLM-1 seja um foguete
desenvolvido com o proposito de se chegar as tecnologias sensíveis para os tais
Aquila 1, Aquila-1E (olha só o que houve com L75, parece está fora dos planos) e
ao Aquila-2, e como realmente deve ser, ou seja, sem a presença controladora dos alemães
como no VLM-1. Esta aqui me pareceu ser a razão que motivou o CDPEB em não dar
continuidade ao VLM-1, até porque os nossos cientista e pesquisadores nos
institutos e na indústria estão aptos para realizar esta missão, se assim forem
desafiados (já basta a merda que fizeram com o SGDC-1). Agora leitor, quanto ao
grande imbróglio que o CDPEB criou para a governança do PEB, estou estarrecido.
Amigo leitor, a ideia era simplificar para assim facilitar esta mesma governança,
tornando-a ágil, e os caras complicaram ainda mais o que já estava
complicadíssimo. Sinceramente este mastodonte criado por essa gente não tem a
menor chance de funcionar. É muito triste leitor observar que invés de andarmos
para frente, estamos dando ainda mais passos para trás e a única esperança que nos
resta é que o nosso Ministro Marcos Pontes tenha a mesma visão que a nossa, e assim venha
convencer ao presidente Jair Bolsonaro em rever este sistema mastodonte
governacional criado pelo CDPED, tornando-o assim mais simples e ágil. Pois
caso contrario leitor, continuaremos dando murro em ponta de faca. Aproveito aqui para parabenizar ao jornalista Roberto Caiafa pela excelente reportagem, bem como ao Pe. Paulo Giovanni Pereira e ao Dr. Waldemar Castro Leite pelo envio desta matéria ao nosso Blog.
Duda,
ResponderExcluirMuito interessantes essas palestras. Não entendi o propósito da constelações Calidris, Lessonia e Atticora.
Olhando o site da AEB vejo pouco destaque para essas importantes apresentações. Quem tomou a frente disso foi mesmo o GSI. Realmente essa turma que comanda a "Agência" é patética. Espero que essas boquinhas acabem logo, no novo governo.