NASA Transmite ‘ao Vivo’ Encontro de Sonda com Planeta Anão nos Confins do Sistema Solar
Olá leitor!
Como já havíamos
anunciado a NASA se prepara o encontro com o planeta anão "Ultima Thule" na madrugada deste
primeiro dia de 2019 e este encontro será transmitido ‘ao vivo’ direto do
confins do Sistema Solar, como anunciado pela matéria abaixo postada hoje (31/12), pelo
site Globo.com.
Duda Falcão
CIÊNCIA
NASA Transmite
‘ao Vivo’ Encontro
de Sonda Com Planeta Anão nos
Confins do Sistema Solar
New Horizons vai
passar por ‘Ultima Thule’ neste dia de ano novo
Por Cesar Baima
Globo.com
31/12/2018 -
04:30
Foto: NASA/JHUAPL/SwRI
Ilustração da NASA mostra a sonda New Horizons junto ao
planeta anão Ultima Thule, nos confins do Sistema Solar:
o mais distante
encontro de uma nave humana com
um objeto celeste até agora.
|
RIO – A sonda
New Horizons, da NASA, começa 2019 com um encontro marcado nos confins do
Sistema Solar. Na madrugada desta terça-feira, dia de ano novo, a nave -
lançada em janeiro de 2006 com destino a Plutão, por onde passou em julho de
2015 - vai cruzar o espaço a cerca de 3,5 mil quilômetros do também planeta
anão “Ultima Thule”, no mais distante sobrevoo de um objeto celeste por um
equipamento humano até agora.
A manobra vai
ser transmitida “ao vivo” pela agência espacial
americana em dois momentos chave: de 3h15 às 3h45
deste dia 1º (horário de Brasília), com uma contagem regressiva e animações da
efetiva aproximação máxima da New Horizons de Ultima Thule, prevista para as
3h33; e de 12h45 às 13h15, quando a NASA espera receber o sinal de sucesso da
operação e seus primeiros dados, que levam pouco mais de 6 horas para
atravessar os aproximadamente 6,63 bilhões de quilômetros de distância que
separam a sonda de nosso planeta atualmente, mesmo viajando à velocidade da
luz. Devido à paralisação do governo americano, porém, as transmissões não
serão feitas pela página da NASA na internet e apenas por canais “não
oficiais”, como o YouTube do Laboratório de
Física Aplicada da Universidade John Hopkins (JHUAPL) ,
cujos cientistas lideram a missão junto a colegas do Instituto de Pesquisas
Southwest (SwRI).
Ultima Thule –
oficialmente designado 2014 MU69 – é um dos milhões de pequenos mundos escuros
e gelados que integram o chamado Cinturão de Kuiper, além da órbita de Netuno,
o que faz com que também sejam conhecidos como objetos transnetunianos. Assim
como os asteroides do cinturão entre Marte e Júpiter, eles são resquícios da
formação do Sistema Solar, verdadeiros fósseis deste processo, o que os faz de
especial interesse para os cientistas. Seu apelido foi escolhido em março deste
ano com base em consulta pública promovida pela NASA em lembrança à mítica ilha
de Thule, localizada na literatura e cartografia medievais no extremo Norte do
planeta e além da qual se estaria em território desconhecido.
Assim, devido à enorme distância, os conhecimentos
atuais sobre Ultima Thule são bastante limitados. Observações prévias com o
telescópio espacial Hubble e outros instrumentos na Terra e no espaço, bem como
com a câmera de navegação da própria New Horizons - em busca de pequenas luas
ou detritos que pudessem colocar em risco a sonda durante sua passagem nesta
terça-feira -, indicam que ele tem entre 20 e 35 quilômetros de diâmetro num
formato bilobado (com dois lóbulos), podendo também ser binário, isto é,
formado por dois corpos separados em órbita muito próxima um do outro, e com
uma coloração avermelhada mas muito escura, refletindo apenas cerca de 10% da
pouca luz do Sol que incide sobre ele.
Para além disso, os cientistas não sabem mais nada,
como se Ultima Thule gira e qual seria este seu período rotacional, se é
fragmento de um objeto maior destruído por uma colisão nos primórdios da
formação dos Sistema Solar ou se é resultado de uma lenta acumulação de
material no período desde então, há cerca de 4,6 bilhões de anos.
- Tudo isso está
prestes a mudar dramaticamente a partir da véspera e no dia de Ano Novo –
destacou em comunicado recente Alan Stern, cientista-chefe da missão junto ao
SwRI. - A New Horizons vai mapear Ultima, a composição de sua superfície,
determinar se e quantas luas ele tem e descobrir se tem anéis ou mesmo uma
atmosfera. E a sonda vai fazer outros estudos também, como medir a temperatura
de Ultima e talvez até sua massa. Num período de apenas 72 horas, o Ultima será
transformado de um ponto de luz, um pontinho à distância, em um mundo
totalmente explorado. Será de perder o fôlego.
Para tanto,
desde o último dia 25 a New Horizons entrou no chamado “modo de encontro”.
Devido à enorme distância, com os sinais de rádio levando mais de seis horas
para ir e outras tantas para voltar da sonda, ela não pode ser controlada
manualmente durante o sobrevoo, devendo realizar automaticamente todas as
observações e medições no curto tempo da passagem pelas proximidades de Ultima
Thule a uma velocidade relativa de cerca de 52 mil km/h.
Pelo programa,
começando 72 horas antes do encontro, mas principalmente nas 24 horas finais,
as câmeras da New Horizons farão imagens em cores, em escala de cinza e
infravermelho de Ultima Thule com resoluções máximas esperadas de 330 metros,
140 metros e 1,8 quilômetro por pixel respectivamente. Há também a
possibilidade de a câmera de navegação de alta resolução, batizada Lorri (sigla
em inglês para “imageador de reconhecimento de longo alcance”), obter imagens
mais detalhadas, de 33 metros por pixel, se a sonda conseguir apontá-la
diretamente ao planeta anão – há uma certa dose de incerteza se ele estará na posição
esperada para o sobrevoo.
Foto: NASA/JHUAPL/SwRI
Enquanto isso,
instrumentos a bordo da New Horizons coletarão dados sobre o objeto, buscando
informações como a temperatura nos seus lados de “dia” e “noite”, refletividade
ao radar, absorção de radiação ultravioleta do Sol por uma eventual atmosfera
ou erupção de gases como a vista em cometas, o que pode dar mais detalhes sobre
sua composição, entre outras características.
Só cerca de
quatro horas depois do sobrevoo é que a sonda vai se voltar brevemente para a
Terra para dar o sinal de que a missão foi bem-sucedida, e mais algumas horas
depois iniciar a transmissão das imagens e dados coletados, num processo que
deverá durar ao todo pouco menos de dois anos para os aproximadamente 7
gigabytes que espera-se tenha acumulado com as observações, a uma taxa de
transferência média de meros 800 bits por segundo (bps) devido à grande
distância – para se ter uma ideia, uma conexão de banda larga à internet de 10
Mbps significa que a transmissão de dados se dá a uma taxa nominal de 10 milhões
de bits por segundo.
Assim, ainda no
dia 1º a NASA só deverá divulgar imagens recebidas previamente da aproximação
da New Horizons de Ultima Thule, com o planeta anão ainda aparecendo como um
longínquo e difuso ponto distante. Já as primeiras fotos de mais perto de
Ultima Thule só deverão vir a público nesta quarta-feira ou mesmo apenas na
quinta-feira, a depender também dos impedimentos no uso de canais oficiais com
o paralisação do governo americano e com a baixa refletividade do objeto e a
pouca luz do Sol disponível representando desafios adicionais em sua qualidade.
Fonte: Site do Globo.com
- 31/12/2018
Comentário: Pois é leitor, um horário bastante inconveniente
para quem vai comemorar a entrada de ano, mas para aqueles que não irão como eu,
basta acordarem bem cedo para assistirem esta fantástica aproximação da sonda ‘New
Horizons’ deste curioso e misterioso planeta anão.
Comentários
Postar um comentário