A Tal PSR-1 e o Abandono do Projeto do Foguete VS-43
Olá leitor!
Bom caro amigo, mais um ano esta acabando e as expectativas
de hoje de todo povo brasileiro que quer verdadeiramente um país melhor, uma nação
organizada, uma sociedade menos egocêntrica e mais comprometida com a sua
cidadania e valores perdidos, giram em torno das atitudes que serão tomadas
pelo novo Governo Jair Bolsonaro visando com isso (é o que se espera) dar finalmente
um verdadeiro rumo desenvolvimentista a este Território de Piratas, trabalho
este que será árduo, muito complicado e que será bombardeado dia após dia pela
esquerdopatia nacional e internacional (a estupida alienada e a corrupta consciente),
mas que precisa ser feito, ou em minha opinião estaremos fadados a nos
tornarmos definitivamente um porto seguro para o crime nacional e internacional
em todos os níveis. Que a Força esteja com o senhor Presidente Bolsonaro.
Mas deixando a política de lado, e entrando no assunto que
me fez escrever esse artigo, eu diria leitor que duas noticias mexeram com a minha
cabeça nas ultimas semanas, e ambas envolvendo as atividades do Instituto de Aeronáutica
e Espaço (IAE).
A primeira delas está relacionada com a tal “PSR-1” usada
para alojar e dar suporte aos experimentos a bordo do foguete VS-30/V14 da
recente “Operação Mutiti”. Pois então leitor, fiquei pensado com os meus botões:
Que diabo é isso e de onde é que saiu? Explico. Acontece leitor que até antes
desta “PSR-01” (“Plataforma Suborbital de Reentrada 01” como a sociedade brasileira
ficaria sabendo através da nota oficial da FAB divulgada após o lançamento bem
sucedido deste foguete) o Brasil utilizava plataformas de origem alemã fornecidas
pelo DLR (Centro Aeroespacial Alemão) a base de permuta.
Entretanto, justamente para resolver este problema e
dotar definitivamente o Brasil de uma plataforma suborbital para ambiente de
microgravidade, o IAE assinou em 21/12/2007 um Termo de Convênio com a empresa
brasileira Orbital Engenharia visando à cooperação científica e tecnológica no
desenvolvimento do projeto da “Plataforma Suborbital de Microgravidade
(PSM)”, e de lá até 2014 diversos termos aditivos a este Convênio foram
assinados, até que em 12/09/2014 um Contrato entre a nossa Agencia Espacial de Brinquedo (AEB) e a própria Orbital Engenharia, este visando a contratação de empresa para serviços de
desenvolvimento e integração do "Modelo de Qualificação da Plataforma Suborbital
de Microgravidade (PSMMQ)" foi assinado entre as partes. Porém leitor vale aqui
lembrar que, desde então pouco se falou na mídia sobre este importante
equipamento para o PEB, sendo assim natural que como eu, alguns de nossos
leitores mais antenados levantassem a hipótese desta PSR-1 ser a tal PSM, coisa
que realmente acabou ocorrendo.
Diante disto pensei logo em entrar em contato com uma de
minhas fontes para tirar esta dúvida, mas antes de seguir este caminho, por uma
dessas consciências curiosas, fui contatado por uma dessas fontes que me disse
que esta plataforma “PSR-01” não tinha nada haver com a PSM (apesar da mesma ter
a bordo um experimento ligado a PSM, ou seja, o Sistema Ioiô e de Separação -
PSM - MQ, como foi divulgado na nota oficial da FAB logo após o voo) e que a
mesma era totalmente nacional, desenvolvida dentro do IAE, sendo muito similar
a plataforma que foi lançada na "Operação Brasil-Alemanha" (realizada no CLBI entre
novembro e dezembro de 2011), e que à mesma muito provavelmente voltaria ser
utilizada (visto que atende outros objetivos) e finalizou dizendo que a PSR é na
realidade uma plataforma mais simples que oferece menos serviços aos
experimentos em comparação à PSM.
Pois é leitor, o que fica parecendo aqui é que, como a
PSM não ficou pronta (já são 11 anos de desenvolvimento) e a “Operação Mutiti”
já vinha sendo adiada desde 2016, o instituto sem fazer nenhum alarde resolveu se
mexer, e desenvolveu esta Plataforma, para assim permitir a realização da “Operação
Mutiti” que, além de testar em voo um dos experimentos ligados à própria PSM, e outros tão significativos quanto, já estava
virando mais uma novela sem fim. E caso esta nossa observação esteja próxima da
realidade, vale aqui ressaltar neste caso especifico que, com esta atitude o
IAE não só demonstrou dinamismo, bem como amadurecimento, dando uma solução rápida
para o problema, e principalmente sem atuar como uma agencia de publicidade. Discrição
caro amigo leitor, neste setor é também e principalmente uma das bases do
sucesso. A “Operaçao Muititi” que o diga.
Já a outra questão leitor que mexeu muito com a minha cabeça
nas ultima semanas tem haver com o que disse em entrevista ao “Jornal do SindCT” (veja aqui) o “Brigadeiro Engenheiro Augusto Luiz de Castro Otero (diretor do IAE) quanto ao
abandono pelo instituto do projeto do Foguete Suborbital VS-43.
Ora leitor, é de conhecimento publico por divulgação do próprio
instituto de que a reativação deste antigo projeto de foguete suborbital VS-43
ocorreria para aproveitar o estoque de motores-foguetes S43 provenientes do
antigo projeto descontinuado do VLS-1, bem como para atender as necessidades de
testes em voo de experimentos científicos e de novas tecnologias a serem
adotadas no PEB, e em projetos internacionais.
Inclusive leitor vale lembrar que, já estava até agendado
um teste de voo do VS-43 (a ser realizado do CLA em 2019 ou no mais tardar em
2020) de um projeto internacional (americano, australiano e europeu) denominado
HEXAFLY-INT, e que muito provavelmente a tal “Operação Harpia” (ensaio do motor
S43 – veja aqui) ocorrida com sucesso em 29/06/2017 nas instalações da Usina
Coronel Abner (UCA), tenha sido justamente para qualificar as modificações
introduzidas no motor S43 para esta missão.
E ai fica a pergunta Brig. Augusto Otero? Os gringos
desistiram de usar o foguete VS-43 nesta missão devido o risco de ser o primeiro voo de qualificação do mesmo ou por outro motivo qualquer? Ou foi uma decisão unilateral do IAE? Caso
tenha sido uma decisão do instituto, alguém se lembrou em avisar os gringos desta
decisão?
Eu faço esta pergunta Brig. Augusto Otero, pois segundo
um ‘paper’ ligado a este projeto internacional denominado “Multidisciplinary Design and Flight Test of the HEXAFLY-INT Experimental Flight Vehicle”,
apresentado durante o evento “International Conference on High-Speed Vehicle Science & Technology”, evento este ocorrido de 26 à 29/11 em Moscou, na Rússia, os
gringos não aparentaram em nada ter este conhecimento, pois na introdução do ‘paper’
em questão, aparece à clara sentença: “The HEXAFLY Experimental Flight Test
Vehicle (EFTV) is planned to be launched by the Brazilian VBS43 launcher,
equipped with a S43 rocket engine which will perform a suborbital trajectory
having an apogee at 90 km, em tradução livre: O Veículo de Teste de Vôo
Experimental HEXAFLY (EFTV) está planejado para ser lançado pelo lançador
brasileiro VBS43, equipado com um motor foguete S43 que executará uma
trajetória suborbital com um apogeu de 90 km.
Esta curiosa sentença Brigadeiro Augusto Otero inclusive levanta
uma outra questão: Será que o autor da sentença se atrapalhou confundido o
VS-43 com um foguete que não existe quando o chamou de VSB-43, ou a explicação para
toda esta história do abandono do VS-43 está relacionada com a decisão de se desenvolver um novo foguete tendo em seu primeiro estagio um motor-foguete booster?
Duda Falcão
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