Mineração de Asteroide Começa a Deixar a Ficção
Olá leitor!
Segue abaixo um interessante artigo postado ontem (23/12)
no “Portal TERRA” destacando que a Mineração de Asteroide começa a deixar de
ser ficção.
Duda Falcão
INOVAÇÃO
Mineração de Asteroide Começa
a Deixar a Ficção
Já existem startups que se dedicam a estudar e catalogar
os metais raros presentes
nas pedras espaciais; mercado deve levar ao menos dez
anos para se tornar realidade.
Por Bruno Romani
Estadão - Conteúdo
23 de dezembro de 2018 - 05h11
Explorar o espaço e seus recursos sempre foi um sonho
antigo da humanidade. Essa ambição voltou à tona recentemente com empresas
privadas financiadas por bilionários como Elon Musk, Jeff Bezos e Richard
Branson, que têm desenvolvido foguetes reutilizáveis. Essa tecnologia não torna
viável apenas a exploração especial, mas também incentiva outras atividades que
hoje só existem na ficção, como a exploração de recursos minerais de
asteroides. Agora, existem startups e agências governamentais dedicadas a
comprovar que esse é um mercado atraente.
Trata-se de um grupo ainda pequeno: hoje, há cerca de dez
empresas de olho na mineração de asteroides - corpos rochosos ou metálicos, que
podem ter se originado de choques entre planetas. Uma dessas empresas é a
inglesa Asteroid Mining Corporation, criada em 2016. Com sete funcionários,
está prestes a receber sua primeira rodada de investimentos, de cerca de US$ 3
milhões. "Queremos iniciar a corrida pelos asteroides. Será a corrida pelo
ouro do século 21", diz ao Estado Mitch Scullion, fundador e
presidente executivo da novata.
Parece coisa de filme, mas quem se dedica a estudar o
segmento argumenta que ele tem alto potencial. O asteroide Ryugu, que contém
ferro e cobalto, pode valer cerca de US$ 82 bilhões, segundo o Asterank, banco
de dados que analisa, entre outros fatores, a composição das pedras. A agência
nacional de exploração espacial americana, a Nasa, estima que, se todos os
asteroides conhecidos no sistema solar pudessem ser explorados e sua riqueza
fosse distribuída entre os habitantes do planeta, cada pessoa receberia a
bagatela de US$ 100 bilhões.
Isso porque os asteroides são formados por metais que
podem se tornar escassos na Terra no próximo século. É o caso de elementos do
grupo da platina, por exemplo, que pode desaparecer em até 60 anos. Não é
preciso que uma reserva se esgote por completo para que um determinado material
se torne escasso - basta que sua exploração se torne economicamente inviável.
Além de ter o potencial de atender a indústrias
importantes como a petroquímica e a de eletrônicos, a mineração de asteroides
também pode abrir portas para a expansão espacial. Muitos asteroides e cometas
têm água, que pode ter seu hidrogênio transformado em combustível de foguete.
Dessa maneira, essas grandes rochas podem ter um papel parecido com o de postos
de gasolina.
"Será muito mais barato obter matéria prima para se
construir uma estrutura em Marte, por exemplo, se ela puder ser obtida dos
asteroides do Cinturão de Asteroides, por causa da sua proximidade', diz Cássio
Leandro Dal Ri Barbosa, astrônomo e professor do Centro Universitário da FEI.
Chegar lá, porém, não será fácil. "É claro que isso exige um nível de
sofisticação muito maior do que temos atualmente", ressalta o acadêmico.
Segundo especialistas, explorar asteroides é algo que não deve acontecer nos
próximos dez anos.
Essa impossibilidade não é um empecilho para a atividade
comercial dessas startups. Hoje, a Asteroid Mining Corporation trabalha na
criação e comercialização de bancos de dados, catalogando os asteroides mais
atraentes ao redor do planeta. "Nossa fonte de renda inicial serão os dados.
Nosso satélite está estudando a composição de 5 mil asteroides perto da Terra
para determinar bons candidatos", conta Scullion.
Também há empresas apostando no desenvolvimento de robôs
e equipamentos para exploração - como a Kleos Space, de Luxemburgo, e a
japonesa ispace - e em pesquisas para baratear voos espaciais, que podem custar
entre US$ 500 milhões e US$ 1 bilhão. Fundada em 2012, a Deep Space diz que
está tentando reduzir esse custo para até US$ 25 milhões.
Foto: Reprodução / Estadão
Kriptonita, o fictício mineral verde capaz de enfraquecer
o Super-Homem, ganhou fama mundial.
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Paixão antiga. O fascínio dos humanos por
pedras espaciais não é novo. Em 1886, Dom Pedro II ordenou que o meteorito
Bendegó fosse levado da Bahia ao Rio de Janeiro para que fosse estudado.
Décadas depois, no mundo dos quadrinhos, a kriptonita, o fictício mineral do
planeta Krypton capaz de enfraquecer o Super-Homem, ganhou fama mundial.
Agora, o fascínio começa a se concretizar como potencial
negócio. Alguns países já miram esse mercado. Em 2015, Barack Obama criou
legislação que permite a exploração de asteroides. No âmbito global, o Comitê
para o Uso Pacífico do Espaço Exterior, ligado à ONU, também discute os
aspectos legais da questão.
Luxemburgo não só editou uma lei parecida com a dos EUA,
mas está criando incentivos para startups do segmento - em 2016, dedicou US$
223 milhões para financiá-las. A americana Planetary Resources, por exemplo,
recebeu US$ 28 milhões.
Se os planos dessas startups se concretizarem, talvez a
profecia do astrofísico Neil deGrasse Tyson se realize: "O primeiro
trilionário do mundo será aquele que explorar o conteúdo metálico de
asteroides."
Qual o melhor asteroide?
1. Distância
Classes de asteroides conhecidas como Near Earth
Asteroids (NEA) e Potentially Hazardous Asteroids (PHA)
são as mais valiosas. Os NEA têm uma distância inferior a 195 milhões de
quilômetros da Terra. Os PHA estão a menos de 7,5 milhões de quilômetros - o
ponto mais distante entre Terra e Marte é de 401 milhões de km. Existem cerca
de 19 mil objetos classificados nessas duas categorias. Atualmente, apenas
quatro são "mineráveis" - o mais próximo está a 1 milhão de
quilômetros.
2. Composição
O interesse é grande por metais preciosos, como ouro,
prata e platina. Os metais do grupo da platina - como paládio, ródio, rutênio,
irídio e ósmio - são usados em ligas metálicas e aplicados na indústria
petroquímica e em equipamentos eletroeletrônicos. Também interessam elementos
como fósforo, zinco, estanho e chumbo.
3. Custo
Os custos de uma missão espacial são muito altos, então o
lucro precisa ser atraente. Por exemplo, o asteroide 2001 SG10 tem valor
estimado de US$ 3 bilhões, mas uma missão para chegar até ele custará cerca de
US$ 2,5 bilhões.
Fonte: Portal Terra - 23/12/2018 - https://www.terra.com.br
Comentário: Pois é leitor, e as sociedades que já acordaram para
o fato de que o mundo caminha para o espaço serão as sociedades que no futuro terão
voz ativa planetária, enquanto as que não, serão obrigadas a dizer amém.
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