Brasil-China: Plano Decenal de Cooperação Espacial: Resultados da 2ª Reunião do Grupo de Trabalho
Olá leitor!
Segue abaixo um novo artigo do Sr. José Monserrat Filho
postada hoje (16/06) no site “www.defesanet.com.br“ tendo como destaque o
Plano Decenal de Cooperação Espacial entre o Brasil e a China.
Duda Falcão
COBERTURA ESPECIAL - BRASIL - CHINA - TECNOLOGIA
Brasil-China: Plano Decenal de Cooperação Espacial: Resultados da 2ª Reunião
do Grupo de Trabalho
José
Monserrat Filho*
16 de Junho, 2014 - 14:51 ( Brasília )
Brasil e
China vão firmar Memorando de Entendimento sobre Cooperação em Dados de
Observação da Terra e suas Aplicações. O CBERS-04, a ser lançado em dezembro,
vai muito bem, obrigado. Criados dois Grupos de Trabalho: um para estudar o
projeto CBERS-04A e outro para examinar o projeto de satélite geoestacionário
de meteorologia.
O Grupo de
Trabalho
encarregado de desenvolver e detalhar o Plano Decenal de Cooperação Espacial
entre Brasil e China reuniu-se nos dias 9 e 10 de junho, sob a condução do
Diretor de Política Espacial e Investimentos Estratégicos da Agência Espacial
Brasileira (AEB), Petrônio de Souza, e do Vice-Diretor Geral do Departamento de
Sistema de Engenharia da Agência Espacial chinesa (CNSA), Li Guoping.
Participaram ativamente o Presidente da AEB, José Raimundo Braga Coelho, e o
diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Leonel Perondi. O
encontro teve lugar no auditório central no INPE, em São José dos Campos, SP.
A
delegação da China tinha 18
membros: três da CNSA, um da Academia Chinesa de Ciência (CAS), um da
Corporação de Ciência e Tecnologia Aeroespacial da China (CASC), quatro da
Academia de Ciência e Tecnologia da China (CAST), três da Academia de
Tecnologia de Voos Espaciais de Xangai (SAST), três da Corporação Industrial
Chinesa A Grande Muralha (CGWIC), três do Centro Chinês de Recursos Satelitais:
Dados e Aplicações (CRESDA).
A
delegação do Brasil era
composta por 26 membros. A AEB contou, além do Presidente e do Diretor de
Política Espacial, com a participação do Diretor de Planejamento, Orçamento e
Administração (DPOA), José Iram M. Barbosa, do Chefe da Assessoria de Cooperação
Internacional, José Monserrat Filho, e da Chefe de Gabinete da Presidência,
Maria do Socorro de Medeiros. O INPE, por sua vez, participou, além do diretor
já citado, com os tecnólogos e engenheiros Antônio Carlos de Oliveira Pereira
Júnior (Coordenador do Segmento Espacial do Programa CBERS), Geilson
Loureiro (Chefe do Laboratório de Integração e Testes), Leila Maria Garcia
Fonseca (Coordenadora Geral de Observação da Terra), Pawel Rozenfeld (Chefe
do Centro de Rastreio e Controle de Satélites), João Vianei Soares
(especialista em Monitoramento Global da Agricultura e ex-Membro Executivo do
Sistema de Sistemas de Observação Global da Terra), Amauri Silva Montes (Coordenador
Geral de Engenharia e Tecnologia Espacial), Marco Antonio Bertolino
(Tecnologista Sênior III e responsável pelo Subsistema WFI do Programa CBERS),
Renato Henrique Ferreira Branco, Milton de Freitas Chagas Junior, Hilceia
Santos Ferreira, Jun Tominaga, Clezio Marcos de Nardin (pesquisador da
Geofísica Espacial-Aeronomia Equatorial), Antonio Carlos Teixeira de Souza,
Heyder Hey, Douglas Francisco Marcolino Gheardi (Chefe da Divisão de
Sensoriamento Remoto), Joaquim Eduardo Resende Costa (Chefe da Divisão de
Astrofísica), Marcelo Banik de Pádua (especialista em Sistemas de Navegação Espacial
- GNSS, José Antônio Aravéquia (Coordenador-Geral do Centro de Previsão do
Tempo e Estudos Climáticos) e Rozani Fonseca Silva (Assessora de Cooperação
Internacional).
Principais Resultados da Reunião do GT:
# O Brasil e a China assinarão um Memorando
de Entendimento sobre Cooperação em Dados de Observação da Terra e suas
Aplicações. O acordo é visto como de tão alta relevância para a
implementação do Plano Decenal, que os dois países solicitarão às respectivas
chancelarias a inclusão da cerimônia de assinatura do Memorando na agenda de
atividades do Presidente da China, Xi Jinping, em Brasília, no dia 14 de julho.
# A China vai sugerir mudanças na
proposta brasileira de Governança do Plano Decenal, baseada na longa
experiência do Programa CBERS (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos
Terrestres). Os chineses preferem substituir o sugerido PGCC (Program
General Coordination Comission - Comissão Coordenadora Geral do Programa) mais
específico, por Sub Comissão de Cooperação Espacial da Comissão Sino-Brasileira
de Alto Nível de Concertação e Cooperação (COSBAN). O assunto será discutido na
próxima reunião, marcada para setembro vindouro.
# Os preparativos para o lançamento do
CBERS-04 em dezembro deste ano foram examinados em detalhes. Todas as suas
etapas de montagem, integração e testes têm sido cumpridas normalmente. O
satélite passará pela Revisão Final de Projeto (FDR, na sigla em inglês) no
início de setembro, para depois ser enviado ao centro de lançamento de Tayuan,
na China. O lançamento do CBERS-4 foi antecipado de dezembro de 2015 para
dezembro de 2014, após a falha no lançamento do foguete chinês Longa Marcha 4B,
em dezembro de 2013, que causou a perda do CBERS-3. Três satélites CBERS já
foram lançados com êxito: o 01, em 1999, o 02, em 2003, e o 2B, em 2007. O
Programa CBERS, desde o início, desempenha papel essencial no desenvolvimento
da indústria espacial brasileira. A política industrial brasileira no setor
qualifica fornecedores e encomenda serviços, componentes, equipamentos e
subsistemas junto a empresas nacionais.
# A China estudará as propostas da AEB
e do INPE de cooperação na formação de recursos humanos para a área espacial. A
meta da AEB é enviar estudantes brasileiros pós-graduados, engenheiros,
tecnólogos e pesquisadores a instituições chinesas científicas, tecnológicas e
industriais com base em acordos. O programa inclui a possibilidade de trazer
pesquisadores e especialistas chineses para trabalhar em universidades e
indústrias brasileiras durante certo tempo. A iniciativa da AEB é financiada
por bolsas do Programa "Ciência sem Fronteiras", do Governo do
Brasil. O INPE também propõe intercâmbio de estudantes e pesquisadores em
diferentes áreas espaciais na base de iniciativas bilaterais estabelecidas em
parceria com instituições espaciais chinesas.
# A China consultará seus usuários
internos e os órgãos de governo pertinentes sobre a viabilidade do satélite
CBERS-04A, proposto pela AEB. Um Grupo de Trabalho especial foi criado para
estudar o projeto e apresentar relatório até meados de julho próximo.
# No campo das aplicações do
sensoriamento remoto, Brasil e China promoverão campanha de calibração conjunta
e cooperação na definição de produtos, suas especificações e formatação.
Seguirão também discutindo a distribuição de dados do CBERS-4 com base no
Memorando de Entendimento a ser assinado. E ainda promoverão pesquisa conjunta
com outros parceiros do Brasil e da China em diferentes campos de aplicação.
# Quanto à cooperação em clima
espacial, o Plano Decenal terá duas fases:
I - Conclusão de um acordo até 2016,
criando um laboratório bilateral, dotado de central para os dados coletados nas
pesquisas conjuntas; um escritório e um local para a instalação de receptores
GPS, um Lidar (tecnologia de sensoriamento remoto que mede distâncias
iluminando o alvo com laser e analisando a luz refletida), uma sonda digital e
um magnetômetro (instrumento que mede a intensidade, direção e sentido de campos
magnéticos em sua proximidade); e
II - Elaboração de um Programa Avançado
de Pesquisa; um Estudo de Longo Prazo sobre a Anomalia Magnética do Atlântico
Sul; a criação de um banco de dados baseado nas informações do Monitor do
Ambiente Espacial a bordo do CBERS e de outras fontes de aplicação satelital; e
promoção de campanhas de coleta de dados de satélite no Brasil e na China,
entre outros itens de cooperação.
# O Brasil e a China também resolveram
formar um GT para discutir a cooperação em satélites de meteorologia, que
deverão ser desenvolvidos e construídos em conjunto por ambos os países. E,
ainda, seguir examinando a fundo, em futuro próximo, a cooperação em satélites
de comunicação, buscando encontrar meios, formas e canais para efetivar essa
cooperação.
* Vice-presidente da Associação Brasileira de Direito Aeronáutico e
Espacial (SBDA), Diretor Honorário do Instituto
Internacional de Direito Espacial, Membro Pleno da Academia Internacional
de Astronáutica e atual Chefe
da Assessoria de Cooperação Internacional da AEB.
Fonte: Site www.defesanet.com.br
Comentário: Bom leitor, espero que você tenha lido com
atenção o artigo do Sr. José Monserrat Filho e entendido o que foi colocado,
pois a princípio essa iniciativa pode lhe parecer extremamente positiva mais
não é. Na verdade a ideia desse plano é muito boa e não resta dúvida quanto a isso.
Porém a mesma chega com mais de quatorze anos de atraso, já que deveria ter
sido apresentada na mesma época do lançamento do Satélite CBERS-3 (out. de 1999)
aproveitando-se do momento, do impacto político internacional positivo gerado
na época por essa iniciativa e evidentemente pelo interesse chinês que na época
era muito maior do que é hoje, devido ao desenvolvimento semelhante que ambos
os programas atravessavam naquele momento, fora o forte indício de que a China
caminhava firmemente para atingir o estagio de desenvolvimento espacial
alcançado hoje. Além disso caro leitor, se analisarmos o Plano segundo o artigo
do Sr. José Monsserrat Filho. observaremos que o mesmo é composto de uma tremenda
pobreza de objetivos, demonstrando o quanto se pensa pequeno e sem a visão
necessária para o desenvolvimento de um verdadeiro programa espacial no paíis,
especialmente se levamos em conta as inúmeras oportunidades de cooperação que
poderiam se exploradas entre o Brasil e a China, mesmo nas áreas contempladas
pelo plano. Entretanto, há de se dizer também que mesmo que o Plano Decenal
fosse elaborado explorando positivamente todas as possibilidades possíveis
nessa primeira edição, não há no governo compromisso (independente de sigla
partidária) e nem competência e nem interesse para realizar uma cooperação que
seja pelo menos aceitável, seja com a China, com a Europa, com os EUA ou mesmo
com os alienígenas, já que o interesse nos bastidores de Brasília são outros e
passam longe dos interesses nacionais.
" AS VANTAGENS DE APRENDER A CONSTRUIR DE CIMA PARA BAIXO UM EDIFÍCIO......ROMPENDO AS LEIS DA GRAVIDADE DO PROGRESSO"
ResponderExcluirEnquanto uns constrói em terra firme, outros constrói a partir das nuvens. Devido as constantes mudanças inovadoras e as transformações rápidas nos processos de gerenciamentos científicos espaciais. Tornou-se Ícone os desafios das grandes e médias agências em manter a capacidade competitiva no tocante aos desenvolvimentos de equipamentos cruciais que suprem os mecanismos da atividade, principalmente na gama instrumental dos novos satélites.
Com o crescente avanço tecnológico e a globalização, a busca do aprimoramento dessas tecnologias, tem se tornado um dos pilares das agências espaciais. Sem esses conhecimentos, não é possível modernizar, revitalizar, emancipar e adequar-se a esse cenário extremamente promissor. Os investimentos assumidos constantemente, relativos a grandes injeções de VERBAS,.... MONEY, para realização de infinitas pesquisas, tornou-se um elemento-chave, que tem dado suporte a manutenção do Know-How exigido para as novas descobertas. É de nosso conhecimento de que sem DINHEIRO, não se faz nada.....simplesmente nada! Da mesma forma acontece justamente no Brasil, a nossa tecnologia vive de sonhos, só entrevistas demagogas, e mais promessas e adiamentos a cada ano, o PEB não é bem investido pelo atual governo, as informações necessárias EM SE FAZER, EM SE GERIR PROGRESSOS, são chegadas tardiamente, e acima de tudo COMPROMETIDAS com as datas previstas de realizações de testes e lançamentos, impera com isso um CLIMA de repudio de todos, afeta o ambiente de expectativa, em ser tomadas as decisões, para se contornar os envelhecidos projetos ultrapassados, EXIGINDO mais e mais gastos.
Um governo SÉRIO com seus COMPROMISSOS, torna-se fundamental que seus líderes entendam a importância da tecnologia espacial, que é extremamente ESSENCIAL, e que pode ser utilizada de maneira eficaz para sua sociedade. Mas para isso, o compromisso anual financeiro tem que ser levado em primeiro plano.
Em relação á parceria com os chineses, as vantagens são POSITIVAS, até certo PONTO ANALÍTICO! O livre arbítrio de optarmos em construir o nosso edifício de CIMA para BAIXO, foi decisão nossa, uma decisão devidos os atrasos na construção dos PILARES, que são os veículos lançadores. Para os americanos, russos, indianos e os própios chineses, representa MENOS UM NAS CONCORRÊNCIAS , da conquista até o espaço. Os chineses não são nada ingênuos " dos olhos rasgados", esse Plano Decenal, é a faca e o queijo para eles, para os brasileiros, só nos resta algumas fatias, pagas pelo governo sem valorizar os genuínos projetos nacionais ( VLS e tantos outros).
Diante de tamanha aberração, faze-se necessário investimentos e os desenvolvimentos URGENTE! do nosso veículo lançador de satélites. EMANCIPAÇÃO JÁ, O QUANTO ANTES! o mercado de grandes cargas lançadas ao espaço, é realmente promissora!
Na oportunidade, pergunto ao amigo DUDA: - "Existe alguma politica de SALVAGUARDA para proteger nossos equipamentos desenvolvidos para o satélite CERBES-4, e que estão em fase de testes no território chines, tal como as CÂMARAS IMAGEADORAS, desenvolvidas pela OPTO Engenharia ? "
Olá Cássio!
ExcluirExistem dois acordos, ou seja, o " Acordo Entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República Popular da China Sobre Segurança Técnica Relacionada ao Desenvolvimento Conjunto dos Satélites de Recursos Terrestres (Projeto CBERS) - http://www.aeb.gov.br/wp-content/uploads/2012/09/AcordoChina1995.pdf " e o " Acordo-Quadro Sobre Cooperação em Aplicações Pacíficas de Ciência e Tecnologia do Espaço Exterior Entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República Popular da China - http://www.aeb.gov.br/wp-content/uploads/2012/09/AcordoChina1994.pdf ", tá ok?
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)