“PESE Recebe R$ 113 Milhões de 2014 e Estimula Indústria Nacional”
Olá leitor!
Segue abaixo uma pequena entrevista Cel. Av. Ricardo de Queiroz Veiga, que é vice-presidente executivo da "Comissão de Coordenação e Implantação de Sistemas Espaciais (CCISE)", publicada na da
edição de nº 30 do “Jornal do SindCT” de Junho de 2014, tendo como tema o "Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE)" do Comando da Aeronáutica (COMAER).
Duda Falcão
Ciência e
Tecnologia
“PESE Recebe R$ 113 Milhões de 2014
e Estimula Indústria Nacional”
Por Shirley Marciano
Jornal do SindCT
Edição nº 30
Junho de 2014
“O Programa de Veículos Lançadores continua sob a
responsabilidade do DCTA. São veículos fundamentais para a estratégia do PESE,
pois enquanto estivermos dependentes dos serviços de outros países estaremos
sujeitos às interferências de políticas externas”.
O Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE),
aprovado pelo Comando da Aeronáutica (COMAER) em maio de 2012, coordenado pela
Comissão de Coordenação e Implantação de Sistemas Espaciais (CCISE), foi criado
com objetivo semelhante ao da Missão Espacial Completa Brasileira (MECB), que é
obter autonomia de todas as fases de uma missão espacial, além de buscar a
modernização de diversos sistemas já utilizados, como o Sistema de Defesa
Aeroespacial Brasileiro (SISDABRA), o Sistema de Enlaces Digitais da
Aeronáutica (SISCENDA), o Sistema de Comunicações Militares por Satélite
(SISCOMIS), o Sistema Militar de Comando e Controle (SISMC2). O PESE, cujo
custo total estimado é de R$ 8,5 bilhões até 2020, dos quais R$ 113 milhões
constam do Orçamento da União em 2014, também englobará os sistemas os que
estão em fase de planejamento ou implantação, como o Sistema Integrado de
Monitoramento das Fronteiras (SISFRON) e o Sistema de Gerenciamento da Amazônia
Azul (SIS-GAAz), além dos sistemas civis como o de Proteção da Amazônia
(SIPAM) e o Programa Nacional de Banda Larga (PNBL).
O jornalista André Mileski, da revista Tecnologia &
Defesa, alertou para a possibilidade de atrasos no repasse desses recursos, em
função do corte de R$ 3,5 bilhões anunciado no orçamento do Ministério da
Defesa: “Fontes analisam que pode não haver tempo hábil para a assinatura de um
primeiro contrato, ainda que existam recursos disponíveis”.
Também de acordo com a revista, há rumores de que o
Ministério da Defesa pensa em contratar os sistemas do PESE nos mesmos moldes
do SGDC, ou seja, utilizando a joint- -venture Visiona.
Jornal do SindCT encaminhou algumas perguntas ao coronel
aviador Ricardo de Queiroz Veiga, que é vice-presidente executivo da CCISE.
Quais os principais objetivos do PESE?
O Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE)
estabelece, em longo prazo, as estratégias de implantação dos subprogramas e
projetos de sistemas espaciais de defesa com uso compartilhado (dual: militar e
civil), respeitadas as peculiaridades de cada sistema. O PESE traz benefícios
diretos e indiretos a todos os potenciais usuários do Ministério da Defesa,
como também a toda a sociedade brasileira, e permite que as operações das
Forças Armadas e organizações civis tenham o necessário suporte das aplicações
espaciais de forma coordenada e integrada.
PESE e PNAE são muito parecidos. Quais seriam as
diferenças?
O PESE é organizado de forma complementar ao Programa
Nacional de Atividades Espaciais (PNAE) da Agência Espacial Brasileira,
buscando atender às necessidades militares específicas. O programa também
estimula a indústria nacional, garantindo uma demanda contínua de produtos com
um índice crescente de nacionalização. Os institutos de pesquisa e ensino
nacionais também são beneficiados através da aquisição e desenvolvimento de
tecnologias de ponta e do desenvolvimento local de tecnologias.
Quanto foi o orçamento aprovado para 2014?
Quais serão os projetos prioritários? A LOA [Lei
Orçamentária Anual] 2014 destinou R$ 113 milhões para o PESE. Os recursos
remanescentes dos cortes e contingenciamentos iniciais foram integralmente
destinados ao Projeto Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações
Estratégicas (SGDC).
No curto, médio e longo prazo, quais são os projetos
principais? Eles incluem o VLS?
Por enquanto, a CCISE já está organizando três projetos:
a) Centro de Operações Espaciais (COPE), destinado a controlar todos os
satélites do PESE, que servirá de apoio à Telebras, seria um trabalho mais
operacional; b) Carponis: frota de satélites de observação da Terra com
sensores ópticos de alta resolução; c) Lessônia: frota de satélites de
observação da Terra com sensores radar. Todos ainda estão em fase de concepção
e definição de requisitos. Devo ressaltar que a condução do Programa de
Veículos Lançadores continua sob a responsabilidade do DCTA. Esses veículos são
fundamentais para a estratégia adotada para o PESE, pois enquanto estivermos
dependentes dos serviços de outros países estaremos sempre sujeitos às
interferências de políticas externas e dos elevados custos dos serviços de
lançamento atuais.
Quais órgãos estão representados na CCISE?
A CCISE possui um Grupo de Assessoramento para tratar o
direcionamento estratégico do PESE. Esse Grupo conta com representantes do
Ministério da Defesa, Marinha, Exército, Aeronáutica, Centro Gestor e
Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (CENSIPAM), Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais (INPE) e Agência Espacial Brasileira (AEB), e são
realizadas reuniões ordinárias bimestrais.
Existe previsão de algum encontro para discussão do
assunto?
Em 2013, a CCISE organizou uma oficina restrita à Defesa,
na qual foram tratadas as necessidades dos usuários. Há previsão de uma nova
oficina direcionada à participação industrial brasileira, com realização esperada
para o quarto trimestre [de 2014].
Fonte: Jornal do SindCT - Edição 30ª - Dezembro de 2013
Comentário: Olha leitor, quando o PESE surgiu se criou ingenuamente
uma grande esperança de mudança, mas os profissionais envolvidos com essa
iniciativa esqueceram que as mesmas pessoas que hoje negam recursos para o
PNAE, são as mesmas pessoas que decidirão o futuro do PESE. Em resumo, além de
não mudar nada, essa iniciativa colabora para dividir ainda mais as esmolas
direcionadas as atividades espaciais do país. E convenhamos, a estimativa de R$
8,5 bilhões para o PESE até 2020 (na atual conjuntura política em que somos obrigados a
viver) só pode ser a estimativa de um insano irresponsável ou de um completo
debiloide desprovido de massa encefálica, mas enfim... no Brasil caro leitor
infelizmente tudo é possível, até mesmo a eleição de um representante da espécie
equina para Deputado, como ocorreu recentemente em certo estado da Região Norte,
evidentemente a título de protesto. Este caro leitor é o Brasil, sil ,sil, sil,
que todos nós estamos permitindo que esses energúmenos construam, melhor, destruam o que já foi construído.
Comentários
Postar um comentário