Congresso LA de Satélites 2012: Informações Sobre o SGDC
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada ontem (16/09) no blog
“Panorama Espacial” do companheiro jornalista André Mileski, trazendo novas
informações sobre o projeto do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB), entre
outros projetos, divulgadas durante a realização do “Congresso Latino-Americano
de Satélites” ocorrido dia 13/09 na cidade do Rio de Janeiro (RJ).
Duda Falcão
Satélites
2012: Informações Sobre
o SGDC
André Mileski
16/09/2012
Em 13 de setembro, aconteceu na capital carioca mais uma
edição do Congresso Latino-Americano de Satélites, considerado um dos
principais eventos brasileiros no setor. A exemplo da edição de 2011, um dos principais tópicos
de interesse foi o programa do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB), que
agora conta com informações mais concretas. Abaixo, destacamos algumas
informações na forma de notas.
SGDC, Br1Sat, e Não Mais SGB
A sigla SGB, pela qual o projeto ficou conhecido desde o
início da década de 2000, deve mesmo ser abandonada. Prevalecerá o nome oficial,
Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), ou então
o comercial: BR1Sat.
Principais Características
Aos poucos, vão sendo divulgadas informações mais
específicas sobre as características do primeiro satélite. O SGDC previsto para
ser lançado em 2014 terá vida útil estimada de 15 anos, com centros de
operações em áreas militares em Brasília (DF) e no Rio de Janeiro (RJ). Ocupará
a posição 75º Oeste. O sistema, como um todo, considera a operação de dois ou
mais satélites geoestacionários. O planejamento de longo prazo do governo
considera três satélites operacionais em órbita, com lançamentos a cada cinco
anos.
O projeto tem alguns objetivos principais: (i) atender o
Sistema de Comunicações Militares por Satélite (SISCOMIS), do Ministério da
Defesa; (ii) comunicações estratégicas do governo federal, de certos órgãos e
estatais; (iii) Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), com uso exclusivo da
capacidade em banda Ka; e (iv) absorção e transferência de tecnologia para o
setor aeroespacial brasileiro. A capacidade em banda Ka deve atingir até 55
gigabytes por segundo.
Em Órbita em 2014?
Dirigentes do governo presentes no congresso foram
questionados sobre o prazo, exíguo, para a colocação do satélite em órbita. O
limite de 31 de dezembro de 2014 continua válido (inclusive, está previsto em
decreto) e deve ser tomado como meta. Segundo declarou Sebastião do Nascimento
Neto, da Telebrás, “antes da definição do fabricante, não porque se
questionar a data”. Na prática, porém, a possibilidade de cumprir o prazo,
considerando-se uma possível contratação até o final desse ano, é entendida
como remota por especialistas do setor.
Pedidos de Propostas
O envio de solicitação de propostas (conhecido como RFP,
sigla em inglês de request for proposal) para os fabricantes deve
acontecer no início de outubro, segundo informações de representante do
Ministério das Comunicações. De acordo com Maximiliano Martinhão, secretário de
telecomunicações do ministério, já foram realizadas três reuniões do
grupo-executivo para discussão do termo de referência com as especificações
requeridas para o satélite. A compra do satélite será realizada com dispensa
das regras previstas na Lei de Licitações (Lei n.º 8.666/93), de acordo com
autorização já conferida pelo Conselho de Defesa Nacional.
SISCOMIS
O Ten. Cel. Anderson Hosken Alvarenga, do Ministério da
Defesa, fez uma breve exposição sobre o SISCOMIS, cuja demanda em comunicações
por voz, dados e vídeo deverá ser totalmente atendida pelo SGDC. Atualmente, há
cerca de 100 terminais em operação, dos tipos leve, transportável, rebocável e
naval, e a expectativa é que até 2020 o sistema opere 300 terminais, inclusive
de novos tipos, como portátil (manpack), móvel terrestre e móvel
submarino. O SGDC cobrirá todo o Atlântico, parte da costa do Pacífico e da
América do Norte. Contará ainda com um "spot" móvel em banda X, isto
é, capacidade de cobrir determinadas áreas em certos períodos de acordo com os
interesses do Ministério da Defesa (áreas de operações de navios e submarinos
da Marinha, por exemplo).
Os Interessados
A informação que circulava nos bastidores era de que a
Boeing, Space Systems Loral e Orbital Sciences Corporation, todas dos EUA, já
haviam se reunido com a Telebrás para conhecer e demonstrar interesse em
fornecer o satélite. As europeias Astrium e Thales Alenia Space, assim como a
japonesa Mitsubishi Electric Corporation também devem responder o RFP, quando
este for enviado.
Ausência Sentida
Ainda em matéria de empresas interessadas no programa,
uma ausência notada no evento foi a de representantes da Thales Alenia Space
que, aparentemente, não compareceram. Na edição de 2011, a empresa
franco-italiana foi uma das patrocinadoras do congresso e também apresentou a
sua proposta numa palestra. No Brasil, a campanha pelo SGDC era liderada por
Laurent Mourre, diretor-geral da Thales no País, mas que deixou esta função no
mês passado. O executivo acumulava considerável experiência no setor espacial.
O Papel da Visiona
Nelson Salgado, presidente da Visiona Tecnologias
Espaciais, joint-venture constituída pela Embraer e Telebrás para
atuação no projeto do SGDC, discorreu brevemente sobre o papel da empresa no
programa. Salgado destacou que a empresa não será operadora do satélite - esta
função caberá à própria Telebrás e ao Ministério da Defesa, mas sim a
integradora da rede, de seus segmentos espaciais e terrestres. "A
Visiona não será fabricante, mas sim uma empresa de engenharia [de sistemas] e
integração", afirmou. O executivo mencionou que a Visiona deve buscar
participar de outros projetos do Programa Espacial Brasileiro, destacando que
estas iniciativas sempre foram consideradas no planejamento estratégico da
Embraer.
Fonte: Blog “Panorama Espacial“ - André Mileski
Nada de novo...
ResponderExcluirMais um projeto cancelado, mais uma mudança de nome.
E o pior é a cara de pau deles sobre os prazos.
Tem um decreto dizendo que o satélite estará em órbita em 2014, então tudo certo.
Lamentável.
Olá Felipe!
ResponderExcluirObrigado pelo reconhecimento ao meu trabalho. São comentários como o seu que me estimula a continuar trabalhando da divulgação do Programa Espacial Brasileiro e de suas ciências correlatas. Quanto a sua pergunta, se entendi bem, eu realmente não sei lhe responder se esse site tem boas referências ou não. Entretanto, como o nosso blog é muito visitado, talvez algum leitor possa responder a sua pergunta.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)