Servidores do IEAv Visitarão o French Aerospace Lab-ONERA

Olá leitor!

Diário Oficial da União (DOU) de ontem (12/09) publicou três portarias do Ministério da Defesa (MD), autorizando que servidores civis e militares do Instituto de Estudos Avançados (IEAv), do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), do Comando da Aeronáutica (COMAER), façam uma visita técnica as instalações do "French Aerospace Lab-ONERA" e participem da "18th AIAA/3AF International Space Planes and Hypersonic Systems and Technologies Conference". Abaixo segue as portarias como publicadas no DOU.

Duda Falcão

MINISTÉRIO DA DEFESA

GABINETE DO MINISTRO
PORTARIAS/MD DE 11 DE SETEMBRO DE 2012

O MINISTRO DE ESTADO DA DEFESA, Interino, no uso da atribuição que lhe confere o inciso I do parágrafo único do art. 87 da Constituição Federal, e de conformidade com o disposto na Portaria nº 1.042/MD/2012, publicada no Diário Oficial da União nº 75, de 18 de abril de 2012, e considerando o que consta do Ofício nº 39/DRH-SDC/17435, de 21 de agosto de 2012 (Processo nº 67700.004332/2012-99), do DCTA, resolve:

Nº 2.429 - AUTORIZAR o afastamento do País para viajarem a Tours, Paris e Toulouse - França, a fim de cumprirem Missão EXTRA/PLAMTAX/DCTA/2012 (ÔNUS) - Realizar Visita Técnica às instalações do "French Aerospace Lab-ONERA" e participar da "18th AIAA/3AF International Space Planes and Hypersonic Systems and Technologies Conference"; com início previsto para o dia 22 de setembro do corrente ano e duração de treze dias, incluindo o trânsito, com ônus total para o Comando da Aeronáutica, os seguintes servidores:

Classe IV ALBERTO MONTEIRO DOS SANTOS (IEAV/0213222); e
Classe IV PAULO GILBERTO DE PAULA TORO ( IEAV/ 0209696).

A missão é considerada eventual e de natureza militar, estando enquadrada na alínea "c" do inciso I e na alínea "b" do inciso II do art. 3º, combinado com o art. 11 da Lei nº 5.809, de 10 de outubro de 1972, regulamentada pelo Decreto nº 71.733, de 18 de janeiro de 1973, modificado pelos Decretos nº 3.643, de 26 de outubro de 2000, 5.992, de 19 de dezembro de 2006, 6.258, de 19 de novembro de 2007, 6.576, de 25 de setembro de 2008, e 6.907, de 21 de julho de 2009.

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O MINISTRO DE ESTADO DA DEFESA, Interino, no uso da atribuição que lhe confere o inciso I do parágrafo único do art. 87 da Constituição Federal, e de conformidade com o disposto na Portaria nº 1.042/MD/2012, publicada no Diário Oficial da União nº 75, de 18 de abril de 2012, e considerando o que consta do Ofício nº 38/DRH-SDC/17433, de 21 de agosto de 2012 (Processo nº 67700.004330/2012-08), do DCTA, resolve:

Nº 2.433 - DESIGNAR o Ten Cel Av ROBERTO DA CUNHA FOLLADOR (IEAV/2379112) para viajar a Tours, Paris e Toulouse - França, a fim de cumprir Missão EXTRA/PLAMTAX/DCTA/2012 (ÔNUS) - Realizar Visita Técnica às instalações do "French Aerospace Lab-ONERA" e participar da "18th AIAA/3AF International Space Planes and Hypersonic Systems and Technologies Conference; com início previsto para o dia 23 de setembro do corrente ano e duração de onze dias, incluindo o trânsito, com ônus total para o Comando da Aeronáutica.

A missão é considerada eventual e de natureza militar, estando enquadrada na alínea "c" do inciso I e na alínea "b" do inciso II do art. 3º, combinado com o art. 11 da Lei nº 5.809, de 10 de outubro de 1972, regulamentada pelo Decreto nº 71.733, de 18 de janeiro de 1973, modificado pelos Decretos nº 3.643, de 26 de outubro de 2000, 5.992, de 19 de dezembro de 2006, 6.258, de 19 de novembro de 2007, 6.576, de 25 de setembro de 2008, e 6.907, de 21 de julho de 2009.

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O MINISTRO DE ESTADO DA DEFESA, Interino, no uso da atribuição que lhe confere o inciso I do parágrafo único do art. 87 da Constituição Federal, e de conformidade com o disposto na Portaria nº 1.042/MD/2012, publicada no Diário Oficial da União nº 75, de 18 de abril de 2012, e considerando o que consta do Ofício nº 37/DRH-SDC/17414, de 20 de agosto de 2012 (Processo nº 67700.004312/2012-18), do DCTA, resolve:

Nº 2.430 - AUTORIZAR o afastamento do País do servidor Classe IV CLAUDIO ANTONIO FEDERICO (IAEV/1064548) para viajar a Toulouse e Cadarache - França, a fim de cumprir Missão EXTRA/PLAMTAX/DCTA/2012 (ÔNUS) - Realizar Visita Técnica às Instalações do "French Aerospace Lab-ONERA" e participar de trabalho de calibração em um monitor de nêutrons; com início previsto para o dia 1º de outubro do corrente ano e duração de treze dias, incluindo o trânsito, com ônus total para o Comando da Aeronáutica.

A missão é considerada eventual e de natureza militar, estando enquadrada na alínea "c" do inciso I e na alínea "b" do inciso II do art. 3º, combinado com o art. 11 da Lei nº 5.809, de 10 de outubro de 1972, regulamentada pelo Decreto nº 71.733, de 18 de janeiro de 1973, modificado pelos Decretos nº 3.643, de 26 de outubro de 2000, 5.992, de 19 de dezembro de 2006, 6.258, de 19 de novembro de 2007, 6.576, de 25 de setembro de 2008, e 6.907, de 21 de julho de 2009.


Fonte: Site do Diário Oficial da União (DOU) - Seção 2 - pág. 9 - 12/09/2012

Comentário: Essa notícia leitor é bastante interessante. A participação desses servidores na conferência “18th AIAA/3AF” era bastante previsível que ocorresse, devido a ligação dos mesmos com os projetos hipersônicos atualmente em curso no IAEv. Porém o que será que esses servidores foram fazer no "French Aerospace Lab-ONERA"? É sabido que a França é um dos países que vem desenvolvendo tecnologias na área hipersônica, portanto a pergunta é bastante pertinente. Será que o IEAv vem tentando  realizar algum acordo nessa área com o laboratório francês? Notícias não oficiais (não confirmadas oficialmente) dão conta de que o Brasil estaria arquitetando um grande acordo espacial com a França que envolveria a área de veículos lançadores. Será que (caso essa informação seja verdadeira) esse acordo seria bem mais amplo? No atual estágio que essas notícias se encontram nada pode ser confirmado ainda. Entretanto essa notícia acima é um forte indício de que algo está acontecendo, pelo menos na área hipersônica do IEAv.

Comentários

  1. Um acordo na área de lançadores com a França? Vejo com bons olhos uma parceria com a Arianespace, ou a EADS. Os caras são bons, o Ariane 5 recentemente completou 50 voos bem sucedidos consecutivamente. Tomara que saia algo bom disso aí...

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    1. Olá Heverton!

      Vamos com calma amigo. Primeiro nada é oficial. Segundo, mesmo que seja verdade vai depender muito da especie de acordo que venha ser estabelecido. Infelizmente a interferência política nessa área é historicamente reconhecida como desastrosa (veja o caso da ACS e outros) e nada garante que seja diferente num eventual acordo assinado com a França, mesmo tendo provavelmente o grupo do Raupp por traz na elaboração do mesmo, já que terá de passar pelo crivo desses energúmenos onde o que impera são interesses outros.

      Abs

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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  2. Se por um lado a notícia é boa do lado técnico e tomara que seja o prenúncio de um acordo que finalmente permita transferência de tecnologia de lançadores, do lado político...

    Não me entendam mal, nada contra os militares muito pelo contrário. No entanto, por questões não só legais e jurídicas como principalmente comerciais, enquanto o Programa Espacial Brasileiro continuar tão dependente das iniciativas militares cuja finalidade é (por definição das forças armadas), totalmente diversa da que um programa espacial deve ter, muitos acordos vão ficar emperrados.

    E reparem o trecho da notícia que ressalta "A missão é considerada eventual e de natureza militar".

    Deve-se sempre considerar que desde os primórdios da "corrida espacial", os militares sempre exigiram lançadores capazes de operação imediata, enquanto os programas espacias requeriam lançadores de alta performance, mesmo que demandem um tempo de preparo para lançamento bem maior.

    Daí, até hoje o Brasil estar priorizando o desenvolvimento de lançadores à combustivel sólido, sabidamente de menor performance que os movidos a combustível líquido (que são muito mais difíceis de manipular).

    Se considerarmos que as duas únicas bases de lançamento de foguete do País e os principais centros de estudos e pesquisas da área espacial estão sob o controle da Aeronáutica sob o Ministério da Defesa. Cabe o questionamento: Quais são os reais objetivos do nosso "Programa Espacial" ?

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  3. Se fosse exclusivamente civil, o PEB nem existiria. Graças aos valorosos militares que estamos aqui. Se não fosse a marinha, não teríamos pesquisas nucleares tão importantes. Se não fosse a Aeronáutica não teríamos veículos, nem de sondagem. No campo civil é onde os traidores da Pátria são mais eficientes.

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    1. Olá Anônimo!

      Concordo em gênero, número e grau contigo. A participação da iniciativa privada em Programas Espaciais através do mundo se resume a prestação de serviço sob contrato das Agenciais Espaciais de seus países e da venda de produtos e serviços a outros países gerados dos recursos públicos investidos por seus governos nessas empresas.

      No Brasil isso precisa ser intensificado, mas sem o devido comprometimento do governo em nosso PEB, jamais isso acontecerá de forma adequada.

      Existem diversos problemas de ordem legal, organizacional, de infra-estrutura física e humana entre outros, mas que seriam resolvidos se o governo brasileiro tivesse a postura que existe em países como os EUA, Russia, Índia, Japão, China, França, entre outros, onde seus programas espacias são tratados realmente de forma estratégica.

      Abs

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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  4. Sou amigo de um pesquisador do DCTA que já viajou para o exterior MUITO mais vezes do que o ex presidente Lula (lembra?).
    Mas só viajou. Nunca REALIZOU algo de peso para a área espacial, embora seja ele um cara sério, muito trabalhador e estudioso.
    O turismo cientifico no Brasil é imenso, os resultados é que são pífios. Não é só falta de verba não. É falta de espirito de realização. O maior pesquisador e inventor da história do CTA (já falecido) acho que nunca viajou para fora. Se viajou foi pouco.
    É incrível como vcs se impressionam com uma viagenzinha dessa e começam a sonhar...

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  5. Olá Iurikorolev!

    Em minha opinião o fato de seu amigo do DCTA ter viajado as custas do erário público tendo como missão realizar algo e não ter cumprido, demonstra que ele está longe de ser sério. Além do mais, o sistema é falho mesmo em países sérios e não seria diferente em um país como o Brasil. Entretanto isso não significa que seja a máxima, e mesmo que significasse ou signifique, ficaria muito difícil afirmar com certeza que esse é o caso, principalmente tendo o pesquisador PAULO GILBERTO DE PAULA TORO e integrantes de seu grupo de hipersônica envolvidos na questão.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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  6. Vejam que interessante. Quando falam de viajens ao exterior no setor público no nosso País, sempre há questionamentos, e exemplos negativos.

    Esse sistema de gerência pública é completamente errado e, a meu ver, aparentemente sem solução. Pasmem, pois existem pessoas que se tornaram "concurseiros" profissionais. É louvável apenas a capacidade de estudo deles, mas eles só almejam passar num concurso, não importa muito para qual função. Eles só querem a garantia do emprego e uma aposentadoria diferenciada do restante da sociedade.

    Vejam, não estou dizendo sequer, que a maioria dos servidores desse setor estejam nessa, mas o sistema como um todo, simplesmente favorece esta situação. A da acomodação. E isso acaba se espalhando nos vários níveis. Pode ser que o cara técnico seja um profissional com a atitude correta, mas as vezes, quem está abaixo e muitas vezes acima dele nesse sistema, não tem a mesma atitude, e aí...

    Como a missão é considerada "eventual e de natureza militar", estou supondo que os servidores sejam militares, e vão lá com um objetivo, e devem prestar conta dos objetivos atingidos aos seus superiores.

    Agora o mais curioso é o seguinte: qual é o objetivo? No documento divulgado constam vários números: artigo, portaria, decretos e ofícios. Os dados dos servidores e da Conferência e visita técnica em questão.

    Mas o que interessa mesmo, ou seja, eles vão lá para obviamente adquirir conhecimento. OK, mas com que objetivo? Qual é a parte do PEB que a viagem dessas duas pessoas vai atender? No que eles vão participar aqui no retorno? Vão apenas difundir o conhecimento adquirido? Qual o critério meritocrático de seleção?

    Já se, apenas supondo, fosse uma empresa privada enviando funcionários para o exterior, nada disso seria questionado, pois como empresa privada num sistema capitalista, qualquer atitude só visa uma coisa. O lucro. Se não traz algum tipo de benefício (tangível ou intangível), a empresa não vai mandar ninguém viajar para participar de uma conferência e visita técnica, principalmente se não tiver o necessário mérito, pois aprender ou difundir conhecimento é investimento, viajar é apenas despesa.

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  7. Marcos Ricardo, acho que vc captou melhor o que eu quis dizer, demonstrou mais perspicácia ...
    Para aferir isso tem que ter experiência real na área. É bem diferente do que ficar atrás de um PC apenas postando noticias.
    O pesquisador que eu mencionei tem DOUTORADO na área espacial na melhor universidade dos EUA e já foi condecorado pelo Governo.
    Duvidar da seriedade dele é estultície.
    Penso que apenas ele não nasceu para ser engenheiro, aliás é o que está cheio por aí...


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    1. Olá Iurikorolev!

      Parabéns pela sua observação e não esquece de parabenizar também ao seu amigo DOUTORADO pela condecoração do governo, já que merecimento não se discute, né verdade? O Brasil agradece. Há, antes que me esqueça, continue nos visitando e colaborado, já que como você disse, aqui é uma fonte de notícias.

      Abs

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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